baseado em danos reais

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finalmente, a verdade nua e crua — do fundo angustiante e fervoroso do meu ser extremamente antipático e loucamente confuso— é que eu me comovo com facilidade e pela simplicidade — e eu não sei distinguir se deveria sentir repúdio ou orgulho disso.

estou entregando eu mesma para ti cada dia, um pouquinho de cada vez, aguardando pelo glorioso momento em que você me verá de dentro pra fora ou quando verá minhas feridas abertas para o mundo, os traumas, a ansiedade, a falta de amor, tudo.

eu preciso que você veja quem eu sou de verdade. eu preciso da sua intimidade — não aquela material, o toque dos corpos, a sincronia do movimento. eu preciso da intimidade.

a verdade é que eu gosto de ti mais do que eu gostaria de gostar — e espero fielmente que essa fala faça sentido, de qualquer maneira; já que ela expressa a minha exata situação neste momento. porque, porra, eu me sinto tão conectada contigo que minha pose inabalável caiu completamente por terra quando eu finalmente aceitei o que eu sentia por você. porque toda essa merda sempre esteve na minha cara, desde o primeiro beijo — até mesmo antes, desde a primeira impressão, o primeiro olhar comprometedor. antes mesmo do primeiro contato físico, do primeiro indício de que você iria foder com a minha vida.

amar é sinônimo de sofrer, sim. estar em uma relação interpessoal exige esforço e estabilidade e, independentemente dos poréns, você sempre saíra machucado no final. esse é o destino de todos, afinal; a dor, em seu estado mais real e viciante do mundo. a dor é viciante. a dor latente, que corrói, dói, machuca; a dor que faz com que eu me sinta viva.

e eu estou mais do que disposta a sofrer com você. 

sem dor, sem amor.

ou será que não seria sem amor, sem dor?

do fundo do meu coraçãoWhere stories live. Discover now