🌹 Capítulo 4🌹

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É hoje, hoje é o dia em que eu posso encontrar ele nos corredores da empresa

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É hoje, hoje é o dia em que eu posso encontrar ele nos corredores da empresa. Estou apavorada. Não sei o que pensar ou esperar. Tenho um medo terrível de encontrar ele, ele era o tipo de homem que não respeitava a vontade alheia, o que ele quer ele toma e eu não quero que aconteça de novo, não quero que ele me leve para longe de quem eu amo, me ameaçe, ameaçe quem eu amo e me mantenha presa. No fundo eu penso se ele esqueceu, se ele me esqueceu e superou essa obsessão doentia que sentia por mim. Ou será que ele mudou? Será que ele não é mais o mesmo homem troglodita e machista de antigamente? Sinceramente, não quero encontrá-lo para descobrir.

- É isso, você consegue Ayanna. Você não vai encontrar ele e mesmo que encontre, ele não vai te reconhecer. A aparência não é a mesma certo? Tá tudo bem. - falo pra mim mesma encarando meu reflexo do banheiro. Apoio minhas mãos na bancada da pia e respiro fundo tentando encontrar coragem. O "e se" tá me corroendo desde que eu soube que teria que ir para aquela empresa. - Vai dar tudo certo. - falo olhando dentro dos meus olhos.

Saio de frente do espelho e volto para o meu quarto pra pegar a roupa que eu vou usar pra ir pro serviço. Hoje, como eu, infelizmente, sei para onde eu vou ir trabalhar, vou levar meu uniforme e as minhas coisas em uma bolsa.

Deixo as minhas bolsas na cama e vou para o armário pegar algo para vestir. Eu isso geralmente duas bolsas, a menos que eu vá para a empresa onde eu trabalho. Em uma eu levo coisas essenciais e importantes, como celular e carteira, na outra eu levo meu uniforme, coisas para tomar banho e almoço.

Hoje está o dia está mais frio, então pego para usar uma blusa branca de manga curta, uma calça jeans azul, um tênis branco e um casaco bege. Visto a minha roupa e saio do quarto. Vejo Ina sentada na ilha da cozinha tomando café, ao seu lado tem a garrafa térmica que eu levei ontem para o serviço. Com certeza cheia de chá.

- Bom dia Ina. - cumprimento chamando sua atenção. Ela se vira para mim e sorri.

- Bom dia Anna, dormiu bem? - pergunta me olhando preocupada. Olho para ela e ela entende a minha resposta.

Um belo e sonoro NÃO.

Eu fiquei paranóica com essa possibilidade de reencotrá-lo, imaginei milhares de cenários em que nos encontrávamos, em que não nos encontrávamos, esse último me dava uma paz tremenda.

- Na medida do possível. - respondo fazendo uma careta e me sento ao seu lado para comer.

Tomamos café em silêncio, eu focada na minha missão de evitar qualquer contato com Sage e a Ina perdida em pensamentos. Hoje o dia começou tenso e com bons motivos.

Depois de tomar o café, deixo a minha louça lavada. Depois de pegar minhas coisas, me despeço da Ina com ela me desejando sorte e saio de casa. O caminho até a parada de ônibus eu fui com o coração apertado, mesmo quando sentei no banco e coloquei os fones não consegui me acalmar. Nem escutar Coldplay está me fazendo ficar mais calma e eu amo essa banda.

Coloquei o endereço no maps para saber exatamente onde descer porque eu não faço ideia de como chegar lá. A empresa fica na Wall Street, 60, uns cinquenta minutos de ônibus do meu apartamento, isso se eu não pegar trânsito, o que com certeza acontece muito aqui em Nova York, por isso sai de casa com uma hora e meia de vantagem, assim chego cedo. Não suporto atrasos e onde moro é muito fácil isso acontecer.

Estou me aproximando a cada vez mais da empresa e o meh coração acelera confirme o faço. Estou com mais medo agora do que já estive a minha vida toda. Nem quando andei sozinha de volta pra casa depois do serviço porque o ônibus quebrou eu fiquei com tanto medo e isso era de noite e as ruas estavam desertas.

Quando estou finalmente fora do ônibus caminho em direção ao grande prédio espelhado da empresa. Pelo que eu fiquei sabendo a empresa ocupa todos os andares, sendo o último a presidência. Quando eu chegar no setor de limpeza vão me designar para o andar que eu irei limpar. Ainda não vi sinal da Dalillah, ela vai vir também mas ainda não a vi no caminho. Cheguei quinze minutos mais cedo e, do jeito que conheço Dalillah ela vai chegar com três minutos antes da hora.

Assim que avisto o prédio sinto um calafrio. A entrada de portas giratórias é toda de mármore negro e as portas de vidro fosco de detalhes em ouro, nunca vi um prédio tão sombrio, de fato combina com o dono.

Respirando fundo e tomando coragem eu empurro as portas para entrar no prédio. Dentro ele é parecido com a faxada. O chão é todo de mármore negro com algumas veias de ouro, detalhe em ouro nas paredes brancas e polidas. Luzes embutidas deixam o ambiente ainda mais iluminado. A minha direita tem uma espécie de sala de espera com poltronas de couro e mesas de vidro, a minha direita tem um longo balcão de mármore branco e, assim como o negro, este também possui linhas de ouro. Atrás do balcão há três recepcionistas muito bem arrumadas mexendo em computadores. Me dirijo até elas e lanço um sorriso amigável para a ruiva que levantou os olhos para mim.

- Bom dia, sou da equipe de limpeza. - tiro o meu crachá do bolso e mostro para ela. Ela aperta os olhos para ler e acena.

- O setor de limpeza fica no primeiro andar. Pode pegar o elevador ou seguir pelas escadas. - ela instrui. Confirmo e sigo até às escadas, a final subir um andar de escadas não mata ninguém.

Quando estou prestes a abrir a porta para a escadaria um arrepio sobre do meu quadril até a minha nuca me fazendo paralisar de repente. O ar ao meu redor parece mais denso e uma vontade imensa de correr surge. Tomando coragem olho para atrás para confiar as minhas suspeitas.

É ele.

Sage está aqui.

Olho de olhos arregalados para a figura imponente que adentra o prédio usando um terno negro. Seu andar e olhar não mudaram durante o tempo, como de um felino perseguindo a presa. Um predador, é isso que Sage Blackwell é.

Eu já estava nervosa, mas quando ele parou de repente e começou e farejar eu quase tive um AVC de tanto que fiquei nervosa. Ele estava quase me vendo quando eu abri correndo a porta da escadaria e comecei a correr escada a cima. Ele não pode me encontrar, de jeito nenhum ele pode. Quando chego na porta que eu deveria abrir eu congelo mais uma vez aí ouvir a porta ser aberta. Abri a porta correndo e entrei no setor de limpeza, as pessoas que estavam ali me olharam estranho e continuaram a fazer o que estavam fazendo. Segui em direção ao balcão balcão tentando ao máximo me acalmar, assim que eu puder vou tomar o chá, eu esqueci de tomar antes de sair com certeza sentiu meu cheiro. Quando finalmente me dão o setor que eu vou trabalhar, que graças a deus não é a presidência, corro para o banheiro para me trocar e tomo um grande gole do chá. Ele quase me encontrou e eu não posso deixar isso acontecer. Simplesmente não posso.

Eternamente suaWhere stories live. Discover now