Margins of Love

Você tem medo

Sophie Clifford POV

Vesti apenas minha camiseta branca que estava jogada na areia, Cecília andou em passos rápidos até sua casa e eu podia ver como estava nervosa e tensa por como se movia e seus ombros rígidos.

Só não tinha certeza sobre qual seria o motivo.

Comecei a seguir a mesma, arrumei levemente meus cabelos e pude ver pela janela do seu quarto, a porta se abrir e aparecer uma mulher. Na medida em que me aproximava, observava os detalhes da mãe de Cecília, tinha cabelos loiros na altura dos ombros e um rosto angelical, apesar de ter acredito cerca de quarenta e cinco anos, era jovial e usava roupas confortáveis, senti seu olhar sobre mim assim que parei ao lado de sua filha.

-Mãe, essa é a Sophie Clifford.- Cecília disse em um tom baixo.

-Então finalmente vou conhecer a garota nova da ilha.- Ela disse me olhando, dando um leve sorriso o qual retribuí. -Prazer Sophie, meu nome é Maria Iglesias.-

-O prazer é todo meu, desculpe-me pelo incomodo, sua filha tem me ajudado a conhecer a vila.- Disse com calma, sentindo o olhar de ambas sobre mim.

Pareço nervosa? Por que eu estaria?

-Claro, ela é uma filha perfeita.- Maria falou e deu um sorriso para sua filha o que me fez engolir a seco. -Irei me retirar, se cuidem meninas.-

"Filha perfeita."

Maria nos deu boa noite e se retirou do quarto fechando a porta atrás de si, olhei para Cecília que tinha sua atenção para onde sua mãe acabará de sair. Senti a leve brisa me fazer abraçar meu próprio corpo pelo frio, pensando que era a hora perfeita para ir embora.

-Você vai ficar?- Cecília perguntou em um sussurro, seus olhos azuis encontraram os meus e senti por breves segundos meu coração acelerar.

Eu tenho mil coisas melhores para fazer, contratos para revisar e alguém para encontrar, mas, por qual motivo sinto que meus pés estão colados sobre a areia, e minha pele fervendo pela falta do toque sutil dela?

"Seja a filha da puta que sempre foi, é fácil!"

Merda Iglesias.

-Você quer que eu fique?- Perguntei, tentando controlar minha respiração.

-Precisa implorar?- Cecília falou enquanto entrava no seu quarto pela janela.

Seus olhos encontraram os meus e dei um sorriso de lado sem graça, como ela conseguia ser fofa em um segundo e no outro uma estúpida sem educação?

-Acha que preciso de migalhas para ficar?- Perguntei dando um passo para trás. -Pegue meu celular e você vai ver dez pessoas no mínimo me implorando por isso.-

Cecília me olhou, mas era estranho, parecia arrependida e ao mesmo tempo com raiva.

-Não é como se eu quisesse foder com você como essas pessoas, Sophie.-

-É mesmo?- Soltei uma leve risada. -Não era o que parecia quando estava se esfregando em mim dentro do mar, mas tanto faz.-

Virei por meus calcanhares e comecei a me afastar em passos apressados, meu coração estava acelerado e minha respiração falha devido ao frio. Escutei Cecília chamar por meu nome, mas sequer dei atenção.

Ela acaba com toda minha paciência e sanidade com muito pouco.

Quando cheguei perto do meu carro e destravei o mesmo, me apressei um pouco mais, abri a porta e quando fui entrar Cecília puxou meu braço e fechou a porta com força, seu corpo se pressionou contra o meu me empurrando contra o carro e senti meu celular cair no chão.