InCompatíveis | Livro 02 - Série Amores Indomáveis

Capítulo Quatorze

Arthur Maldonado

Eu sentia muito medo de que esse dia chegasse... Nossos pais descobrindo sobre Héktor e eu. Achei que entraria em pânico e teria um ataque, mas não. Por incrível que pareça eu era o calmo na situação, com medo, claro, mas ainda sim não sentia o mesmo pavor de antes. Agora, após já estar esse tempo com Héktor, eu sei o que eu quero. Eu sei que o amo e nada é mais importante para mim do que isso. Então, se houvesse uma recusa por parte da nossa família, o importante para mim era tê-lo comigo. Ok, até agora somente meu pai Apolo e Alessa sabem da nossa relação, mas isso já é um avanço muito grande, principalmente por ter o apoio dos dois para conosco.

E me surpreendendo, Héktor foi o que sentiu mais medo quando viu pai Apolo em nossa frente. Confesso que não imaginava as coisas acontecendo desse modo, mas é como tirar um band-aid. No fim, eu fui o suporte para meu namorado não surtar e fico feliz dele ter confiado em mim. Eu vi o pânico em seus olhos e não gostei dessa sensação, mas graças a Deus tudo dei certo no final. Pelo menos a primeira fase.

Agora vem a mais difícil... contar ao pai Lucio.

É impossível saber como cada pessoa vai reagir ao meu namoro com Héktor, mas confesso que de todos, meu pai Lucio é o que me causa mais medo. E se caso não houver uma aceitação de sua parte, sei que Héktor sofrerá demais. Nós dois, na verdade, mas Hék é tão parecido com papai, eles tem uma ligação grande e sinto que ela pode ser estremecida com tudo isso.

- Sei que devemos contar da maneira correta agora, mas vamos tomar um tempo, bebê - falo ao meu namorado, assim que nosso pai deixa meu apartamento. Ainda estamos na sala de estar, sentados no sofá. Hék tem sua cabeça em meu peito e de vez em quando ouço alguns suspiros seus.

- Estou com tanto medo ainda, amor. Claro, eu me sinto feliz por papai Apolo nos apoiar agora, mas ainda sim... sinto que haverá tantas pessoas se afastando de nós dois. Isso me causa pânico, é um sentimento ruim pensar em tudo o que pode acontecer quando souberem da gente. Em nossos trabalhos, nossa família, círculo de amigos. É assustador. - Ele diz e é muito evidente o medo em sua voz.

Solto um suspiro e fecho meus olhos, fazendo a pergunta de uma vez:

- Quer desistir? - pergunto segundos depois e sinto meu coração se comprimir em meu peito.

Sinto Héktor se afastar de mim no segundo seguinte e abro meus olhos, vendo seu olhar horrorizado sobre mim.

- O quê? Não! Claro que não... por que você...

- Eu só quero ter certeza de que não vou atrapalhar sua vida no futuro, Héktor. Eu te amo, já disse que estarei ao seu lado em cada momento, não importando o que as pessoas de fora digam. Mas eu preciso saber se você também quer isso, preciso saber se não vai se arrepender no futuro. Sim, nossa família pode se afastar, podemos ser olhados de forma estranha no trabalho, mas isso não me importa realmente. Confesso que já senti muito medo dessa situação, mas hoje não mais. Eu entendo que meu amor por você é muito maior e vou passar por cima de todos os obstáculos que vierem no futuro... se você estiver segurando a minha mão.

Minhas palavras são ditas com extrema sinceridade, pois é dessa forma que me sinto. Mas apesar de o amar tanto, não quero o ver com meda a cada segundo, e nem arrependido caso essas situações aconteçam conosco no futuro.

- Arthur! - Ele diz, como se chamando minha atenção, e pega meu rosto em suas mãos, me olhando profundamente com seus olhos azuis. - Eu jamais pensaria em deixar você. Eu te amo! Ok, eu estou em pânico, mas isso não anula que eu quero estar ao seu lado para sempre. Eu sei que não será fácil, mas se eu tiver você, já me sinto totalmente realizado. Não vou desistir do amor da minha vida por medo, isso nunca.