Capítulo 4

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Mila

Já estamos há seis meses aqui na capital, meu emprego é maravilhoso, a cada dia me sinto mais realizada, tenho uma equipe de trabalho sensacional, sem contar que o clima é incrível.

Tenho muita sorte de ter vindo para esta unidade, meu trabalho tem sido tão produtivo que venho amadurecendo a ideia de iniciar a elaborar meu projeto de mestrado, para dar aulas, mas isso é um plano mais para frente.

Agora estou planejando abrir meu próprio consultório de fisioterapia, já comecei a olhar um locais bacanas, agora vou manter meu foco nisso, pois é necessário tempo, planejamento, foco e energia, afinal começar algo do zero é sempre complicado.

Hoje à noite Hellen me chamou para a confraternização do seu curso, pois eles estão terminando o módulo atual. Como é uma escola voltada para o ensino de adultos, eles dividem o segundo grau em quatro módulos, ou seja, dois anos.

Além da conclusão do ensino médio, eles preparam os alunos para ingressar na faculdade, devo dizer que é um trabalho muito bonito que eles desenvolveram. Mas, devo admitir que ficar cara a cara com o Luka por mais de alguns minutos será uma tarefa bem complicada.

Nesses meses que passaram, nos encontramos algumas vezes e em todas tratei de fugir, não me sinto pronta, na verdade acho que tenho um certo bloqueio, com relacionamentos.

Fui criada por mãe solo, não tive uma figura paterna, sempre achei minha mãe tão triste e sozinha, mesmo ela sendo uma mulher super alto astral, no fundo dos seus olhos eu conseguia ver o que ela tentava esconder e que fazia muito bem, mas não comigo, eu era capaz de ver através de seu olhar, acho que isso acabou me deixando com receio da história se repetir.

E falando no medo de relacionamentos, os sonhos se intensificaram ainda mais, rara são as noites que não sonho com o motoqueiro misterioso e pouco antes de acordar ele se transforma no Luka.

Simmmm!! Estou enlouquecendo, mas acho que não conseguirei ficar com ninguém antes de descobrir quem afinal é aquele motoqueiro.

Amanhã estamos indo à Jataí. Nesses últimos meses só estivemos por lá duas vezes, fizemos amizades por aqui, iniciei minha pós-graduação em fisioterapia motora finalmente e com isso ocupamos totalmente nossos dias vagos.

A verdade é que estamos em falha com nossos pais, então iremos passar uns dias por lá. Hellen terá um recesso de duas semanas na escola e ficará esse período com o pai, já eu estarei de volta na segunda e depois retorno para buscá-la.

Ela bate na porta me tirando dos meus devaneios costumeiros. Não faço outra coisa na vida ultimamente. Vivo no mundo da lua, sempre com essa sensação sufocante de faltar alguma coisa.

 __ Você já reparou que tem o dom de me matar do coração? Será bom ter você longe daqui por alguns dias, assim garanto mais um tempinho de vida.

Reclamo, logicamente da boca para fora, eu não viveria longe dessa maluca nunca.

E ela como sempre me retruca.

__ Sai dos seus devaneios e vamos embora, pois a noite hoje é uma criança.

__ Estamos uma perdição hoje em. Digo olhando nosso visual através do espelho.

Eu sou bem branca do cabelo preto e olhos verdes, não sou magra, nem gorda, como diz Hellen, faço o estilo gostosa, modéstia parte o sangue italiano que corre em minhas veias tem uma genética boa, estou com um vestido justo vermelho até os joelhos, com um decote V muito sexy, bota cano longo e uma jaqueta de couro preta.

Hellen está com um vestido rosa choque (que só fica bem nela, definitivamente rosa choque, não dá), os cabelos soltos loiro com as pontas encaracoladas, minha amiga, tem os cabelos bem loiros, um par de olhos azuis de parar o trânsito e uma pele parda mais para morena, um contraste perfeito com seus cabelos e olhos que a deixam demais, pena que ela não perceba isso.

Esse contraste de sua cor se deu, pois, tio João é negro e tia Rose filha de alemães, aliás ela também nasceu por lá, mas veio morar no sul do país quando tinha um aninho, então era mais brasileira que eu.

Ninguém fala muito sobre isso, mas, parece que a família dela não aceitou tio João e quando engravidou, o pai a deserdou, expulsando-a de casa. Eles viviam em uma cidade chamada Pomerode e tio João a conheceu quando saiu daqui para trabalhar na fazenda da família dela.

Daí se apaixonaram e ele a trouxe para cá, onde se casaram e viveram felizes até o último dia dela.

__ Não revira os olhos senhorita Hellen Becker é hoje que você tira essas teias

__ Ahahaha... falou a especialista em teias. Há quanto tempo ninguém anda por aí em "queridinha"?

Falou imitando meu jeito irônico.

Pego minha bolsa e saímos sem que eu responda sua provocação, pois na verdade tem é muito tempo que ninguém anda por aqui, ao contrário da Hellen que já fisgou alguns rapazes goianos, também pudera, linda daquele jeito, duvido alguém resistir.

__ Dê uma chance ao Luka, ele parece interessado em você de verdade.

__ Veremos, afinal a noite é uma criança, como você bem disse.

Pisco para ela indo em direção ao carro de aplicativo que acaba de chegar. Não gosto de dirigir quando vamos para a balada.

__ Você quem sabe senhorita Milena Bellini.

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Espero que tenham gostado do capítulo de hoje

Sexta - feira tem mais

bjsss

De repente... Encontrei vocêWhere stories live. Discover now