dungeon

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O cair da noite trouxe o silêncio junto com a escuridão, os três membros da família Hemmings estavam fora de sua nada humilde residência, isso fazia a casa estar habitada apenas por poucos empregados, e os que trabalhavam ali sem poder ostentar dignidade; era isso que Michael Clifford pensava sobre si mesmo, um alguém que não era digno de usar a palavra dignidade.

A última semana tinha sido exaustivamente sufocante, principalmente por ter evitado Luke Hemmings a todo custo, indo dormir tarde e acordando cedo, vivendo em função de acatar toda e qualquer ordem recebida. Esteve em companhia de Calum e por algumas vezes até de Lauren.

Seu corpo estava dolorido, sua cabeça latejando, mas Michael não estava sentindo sono, por isso vagava pelos corredores. Estava tarde quando o loiro viu Lauren andando com uma pequena trouxinha em mãos. Silenciosamente ele a seguiu, sempre mantendo uma distância segura.

A garota olhou para trás antes de abrir a porta de madeira, não viu ninguém, sumiu escuridão à dentro, fechando a porta atrás de si.

Clifford se aproximou da porta, ouvindo os passos ficarem cada vez mais distantes. Sabia que ela tinha ido ver o irmão, e ele próprio queria ir aos calabouços e ver a prisão com seus próprios olhos.

— É isso! — Exclamou em um sussurro. Se afastou da porta e foi até a cozinha, pegou algumas frutas que ele próprio tinha guardado e depois foi ao seu quarto, pegou uma trouxinha enrolada em um pano amarelado e seguiu o mesmo caminho de Lauren.

Antes de chegar a porta, o loiro se escondeu, iria esperar que Lauren voltasse para que ele pudesse ir. E para a sua surpresa, a garota voltou escoltada por um guarda. Seu coração gelou, não sabia o que pensar; mas logo relaxou um pouco ao ver a pequena garota receber um sorriso do homem fardado.

Assim que as duas pessoas viraram a direita no corredor, Michael andou apressado até a porta de madeira e a atravessou, assim que fechou a porta, tudo ficou completamente escuto. Ele tateou a parede, começou a andar assim que sentiu o frieza da parede sobre a palma de sua mão, em um passo cauteloso sentiu o pé afundar no que supôs ser um degrau, suspirou, levando o outro pé até o próximo degrau. Desceu por alguns minutos sem conseguir ver nada a sua frente.

Viu uma fraca luz logo a diante, a textura da parede mudou, o que fez com que Clifford tirasse a mão de imediato. Apertou os olhos à fim de tentar enxergar melhor e pareceu um corredor vazio, ele andou mais rápido e assim que o ambiente estava mais claro, ele pôde notar as barras enferrujadas que se estendia do chão até a altura de seus ombros e logo se tornava uma parede, estava escuro demais para ele saber se tinha alguém lá dentro.

— Oi? — Ele sussurrou baixinho perto da porta. Não houve resposta. — Eu vim ajudar...

Nenhum som foi emitido, então ele passou para a próxima cela, repetindo o processo. E assim como a primeira, não obteve resposta. Quando ele estava passando para a terceira cela, ouviu um pigarreio vindo da cela mais próxima da luz. Ele andou até onde supôs vir o som, parando diante das barras de ferro, agachou-se cuidadosamente.

— Oi? — Não obteve resposta, mas viu uma silhueta se mexer. — Você é o irmão da Lauren, certo?

— Não... — Uma voz da cela ao lado responde. — Ela não é.

Michael quase caiu pra trás, olhou para a cela adiante e notou uma mão de dedos finos segurando uma das barras. Deu dois passos ainda agachado e pôde ver um rosto magro de cabelos grandes e ressecados, com olhos fundos lhe observando atentamente.

— Oi. É você, o irmão da Lauren?

— Como você sabe da minha existência? — Perguntou, com a voz firme apesar de baixa. — Ela te contou?

— Ah, não. Na verdade foi o... Bom, então você é realmente o irmão dela!?

— O que você quer?

Aí estava o ponto, Michael não tinha pensado muito a respeito, apenas fez no impulso, queria conhecer o irmão de Lauren e saber das coisas que só ele poderia lhe contar, talvez os segredos sujos da família Hemmings, talvez uma forma de ajuda-lo ou uma forma de fugir. Talvez ele só quisesse ajudar Lauren a cuidar do irmão, ou talvez ele quisesse que não tivesse ninguém lá, assim não teria que acreditar que era possível existir coisas desse tipo.

— Bom, tem uma coisa que eu quero, você pode confiar em mim e ser meu amigo, e em troca — mostrou o que tinha em mãos — eu venho te ajudar. Regularmente... O que acha?

— Eu não confio em você.

— A Lauren é minha amiga, eu ajudo ela quando posso. Eu só... Eu tô preso nessa casa, acho que você entende isso, e acho que você pode me ajudar a entender melhor as coisas aqui. Não sei, como posso provar ser de confiança?

— Qual o seu nome? — Parecendo ignorar tudo que o loiro falou, perguntou impaciente.

— Michael. Michael Clifford.

— Michael. — Suspirou. — Entendo. Nesse caso, eu vou te ouvir.

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⏰ Última actualización: Apr 24, 2022 ⏰

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