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Dulce Maria Espinoza Saviñón

Um mês de muita tortura, passou muito devagar, tanto as horas como os dias. Passei algumas semanas muito mal, Polito, mamãe e Mai estão me ajudando e só agradeço por ter eles perto de mim.

Minha mãe conseguiu arrumar um trabalho, isso me alivia muito, já que agora ela está ocupando a mente para não ter uma recaída.

O que me preocupa em relação aos vícios é o Eduard. Eu sempre estou mandando mensagem para saber como ele está, confesso que também já perguntei duas vezes do Christopher.

Eduard veio aqui semana passada, sua feição está mais cansada e está mais magro, contestei sobre isso e ele me disse que eu era a pessoa menos indicada, a olhar meu estado do pós termino.

Ainda estava dançando na boate, infelizmente. Aquele lugar estava me fazendo muito mal, já que foi ali onde tudo acabou. Mas eu precisava, era quase obrigada a dançar lá.

Com duas semanas do episódio, a empresa do Christopher me mandou uma carta de demissão. Isso foi como um banho de água fria sobre mim, percebi que ele realmente não se importava comigo.

Recebi um valor referente a demissão, paguei minhas dívidas, ou quase todas e metade deixei na poupança, já que eu precisaria em breve deste dinheiro.

Chego em casa cansada, me jogo no sofá de sala. Hoje tomei vergonha na cara e resolvi espalhar meu currículo, se tivesse sorte arrumaria um novo emprego logo.

- O que vamos jantar Candy?

- Um macarrão? É rápido, fácil e prático.

- Preguiçosa. Mas é melhor que nada. — Cristian saiu rindo.

Olhando minhas notificações pela barra vi uma mensagem do Edu. Gelei no lugar na hora em que comecei a ler, meus olhos se encheram de lágrimas só consegui sussurrar:

- Meu Deus!

Edu:

"Querida e doce Dulce, gostaria de não estar aqui neste momento mas sinto que preciso te dizer que este não vai ser o fim.

Faz parte da nossa vida ciclos abrirem e fecharem, então peço que se acostume, afinal em breve iremos nos ver novamente na eternidade.

Peço desculpas por ser fraco, covarde, bobo e arregar para o mais óbvio. Obrigado por ter me feito sorrir, me entender e ter tentado me ajudar.

Deixo aqui meu adeus e um simples perdão."

Ou eu entendi a mensagem errada, ou acho que algo muito sério estava acontecendo. Sem alternativas liguei para o Christopher que não me atendeu.

Peguei minha bolsa e chamei um táxi até a casa do Uckermann. Telefonei para o mesmo para saber como o Edu estava.

Passei pela portaria e entrei correndo na casa, dando de cara com a tia Bá e a Olívia na sala brincando.

- Tia Dul? O que faz aqui? — Oli perguntou me abraçando.

- Oi meninas. O Edu está? Ou ele...

- Está sim senhora. Lá no quarto como sempre. — sorriu para mim.

Subi as escadas correndo em direção ao quarto, tentei empurrar a porta mais sem sucesso.

- Eduard abre essa porta, sou eu a Dulce.

- O que houve? Quer que eu pegue a chave senhora?

- Sim. Por favor.

- Por que está chorando tia?

Só me dei conta de que Olívia estava ali, porque a mesma percebeu lágrimas no meu rosto que nem eu mesma tinha notado.

- De saudades. — Bárbara abriu a porta e entrei direto no banheiro, dando de cara com o que eu mais temia.

Um adolescente ensanguentado, pulsos cortados, a cor do seu rosto havia mudado, seu corpo estava desfalecido no chão e sobre a pia havia uma navalha.

Me abaixei e o segurei no meu colo, tentando me acalmar para ver se ele ainda respirava. Minhas mãos tremiam tanto.

- Meu santo Agostinho senhora!

- Por que tem sangue no banheiro??

- Leva a Olívia para o quarto, vou ligar para a emergência!

Consegui solicitar socorro, não demorou muito os mesmos estavam lá no banheiro retirando o menino dos meus braços.

Eu estava tão atordoada com o ocorrido, que comecei a fazer tudo no automático. Ouvi Olívia me abraçar e chorar perguntando se o irmão estava morto, lhe prometi que ele voltaria logo e bem, mas no fundo acho que as esperanças são poucas.

Chegamos no hospital e fiz uma ficha para ele, graças a dona Marcia a moça da cozinha que pegou os documentos dele.

Sentei em um banco gelado e solitário do corredor, por onde o corpo dele passou. Ouvi passos vindo na minha direção. Era Christopher.

- Por que não me avisou??

- Eu tentei te ligar. — me levantei.

- Droga Dulce! Por que ele tinha avisou e não a mim? Eu sou o pai e você é...

- Até nessas horas não cansa de me ofender? — me irritei. - Quer saber? Se ele me falou é porque alguma coisa na relação de vocês estava errada.

- Não ouse falar nada a respeito, você não nós via a tempos.

Fomos interrompidos por seus pais e sua ex mulher chegando e o abraçando. Recebi um oi forçado das mocreias e o seu Sérgio se sentou ao meu lado.

Depois de algumas horas um médico apareceu e o meu nome foi chamado.

- Dulce Maria Espinoza Saviñón?

- Aqui! — me levantei sobre os olhares daquela família.

- O seu filho se encontra em estado de coma. Sinto muito. Daqui a pouco venho atualizar tudo direitinho.

Dito isso se retirou. Ouvi Elizabeth reclamar sobre eu ter sido confundida com a mãe e Christopher a acalmar.

Para não me contaminar com os abusos das mulheres e o Christopher lhe adulando, resolvi ir tomar um chá para me acalmar, já que o susto passou mais.

Para não me contaminar com os abusos das mulheres e o Christopher lhe adulando, resolvi ir tomar um chá para me acalmar, já que o susto passou mais

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• Eita!!👀

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