19| ᴏ sᴀɴɢᴜᴇ ᴅᴏs ᴄᴏᴠᴀʀᴅᴇs

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⚠ ᴄᴏɴᴛᴇ́ᴍ ᴘᴀʟᴀᴠʀᴀs ᴅᴇ ʙᴀɪxᴏ ᴄᴀʟᴀ̃ᴏ ᴇ ʙʀɪɢᴀ ⚠

LEON

DESTRANCO A PORTA E chego em casa faltando poucos minutos para às sete da manhã, olho para minhas mãos machucadas, quando todo aquele tumulto acabou, Rebecca se ofereceu para colocar curativos nos ferimentos mais graves. Não posso dizer que a amo, porque nunca amaria alguém como ela, mas até agora temos tido uma boa relação.

— O que merda aconteceu contigo? — Meus pensamentos são interrompidos pelo meu pai, ele segurava sua maleta que certamente teriam diversas papeladas dentro, estranhei porque ninguém da nossa família trabalha aos domingos.

Eu e meu pai sempre tivemos um ótimo convívio, mas depois que o Eric contou as verdades sobre mim, nós não estamos mais jantando na mesma cozinha e nem dormindo no mesmo andar, o que acabou criando uma barreira emocional muito forte.

— Um cara brigou comigo — coloquei minha mão direita no pescoço tapando a marca que uma garota fez em mim durante a festa — E eu não podia ficar apanhando, né?

Ele se mostrou completamente decepcionado, foram tantas coisas no mesmo momento que eu nem consegui imaginar qual seria o grande motivo de sua descontentamento.

— Leon, eu já te disse várias vezes que quando uma pessoa vier procurando briga com você, simplesmente saia de perto e me procure o quanto antes — ele colocou o braço esquerdo em frente a barriga criando um suporte para o cotovelo direito, deixando a mão direita na boca — E por que esse garoto quis brigar?

— Eu tava conversando com uma mina na festa, quando ele veio tirar satisfações — falei a primeira coisa que veio à minha mente.

— E essa menina é namorada dele? — Meu pai tinha os olhos espremidos de raiva.

— Não! — Respondi rápido e firme — Ela era minha... — Limpei a garganta — A gente tinha ficado um pouco antes.

Ele abriu os dois últimos botões do blazer e sentou no sofá, bateu a mão no lugar vazio ao lado, pedindo que eu me sentasse ali.

— Filho — suspirou — Eu e sua mãe estávamos conversando muito sobre você ontem a noite, quando nos deitamos na cama, você é um garoto esforçado, inteligente e muito prestativo, mas não consegue colocar essas coisas em prática — abriu a mala, que estava ao lado dele — Então nós procuramos na internet algo que fizesse sua mente mudar e encontramos este lugar...

Me entregou um panfleto, que ele bem provavelmente imprimiu porque a cor do papel era cinza e não colorida, como dos outros folhetos.

— Um internato que foca nos garotos com a mesma condição que você, eu pesquisei bastante e consegui conversar com o diretor, mesmo estando tarde da noite, e ele me garantiu que lá você teria a total ajuda — sorriu apertando os olhos.

Eu só podia estar num sonho, ou melhor, no pior dos pesadelos, como meu pai foi capaz de fazer isso comigo? Eu não sou um bicho ou um doente mental que precisa de internato ou ajuda psicológica!

— O que? Tá de sacanagem, né?

— Eu te entendo perfeitamente, mas nós já estávamos pensando em tomar alguma atitude e depois do que aquele seu amigo nos disse... — Balancei a cabeça em forma de negação, era óbvio que eles iriam preferir acreditar no Eric do que em mim — Não tenha medo porque os garotos do Internato irão te acolher.

Olhei para ele com extrema revolta, minhas mãos doíam mas não era por causa do sangue ou dos hematomas, e sim, o sentimento ruim que começou a dominar meu corpo.

School Of DemonsWhere stories live. Discover now