♠︎NOVE♠︎

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Capítulo Nove.


— Acorde, eu trouxe seu almoço. — Gabriela ouviu uma voz tão suave, falando ao lado dela.

Ao abrir os olhos, Vitor estava em pé na frente dela, segurando uma bandeja. Gabriela forçou seu braço direito que não estava machucado, para se levantar um pouco na cama.

— Quer que eu te ajude? — Vitor perguntou, por ver a dificuldade que ela estava tendo para se sentar.

— Tudo bem! Eu faço isso sozinha. — Disse ela, negando a ajuda dele. E com um pouco de esforço, ela conseguiu sentar-se na cama e encostar na cabeceira.

— A Sarah não sabia bem o que você iria preferir, então, mandou um pouco de tudo. — Disse ele, colocando a bandeja sobre o colo dela.

Vitor pôde ver os olhos da Gabriela vermelhos e inchados. Devia ter chorado bastante, e mais uma vez, se pegou pensando no que poderia ter feito para consolá-la.

Gabriela ainda se sentia incomodada com a presença dele, mas estava tentando se acostumar, afinal de contas, foi ele quem a deixou viva.

— Obrigado. — Agradeceu ela, olhando a bandeja em seu colo com vários tipos de comida. Arroz, feijão, batata frita, bife, salada e um copo de suco.

Gabriela estava com muita fome e tentou pegar o garfo para comer, mas ela era canhota. Ao mexer o braço, sentiu ele latejar e um pequeno gemido escapou do fundo da sua garganta.

— Deixe que eu te ajudo. — Vitor falou, se sentando na cama, pegando a bandeja do colo dela.

Gabriela não queria a ajuda dele, mas Vitor estava sendo tão prestativo que ela ficou com receio de recusar sua ajuda.

Ela podia tentar comer com a outra mão, como fez mais cedo com o café. Não seria a mesma coisa, mas ainda assim, conseguiria se alimentar, mas não disse nada a ele. Ficou em silêncio, vendo ele cortar a carne.

Vitor pegou uma pequena porção no garfo e levou até a boca dela. Um pouco constrangida, olhando para ele, Gabriela abriu a boca recebendo a comida.

— Por que me ajudou? — Perguntou, olhando profundamente nos olhos dele, enquanto mastigava sua comida.

— Preferia que eu tivesse deixado você morrer lá? — Vitor perguntou, ao invés de responder a pergunta.

— Não foi isso que eu perguntei. — Gabriela falou e Vitor levou outra garfada de comida até a boca dela.

— Eu não sei! — Respondeu ele, dando de ombros.

E Vitor não sabia mesmo. Sentia algo diferente por ela. Sentia que seu coração batia descompassado dentro do peito, igual estava naquele momento, mas quando a pegou nos braços e a levou para sua casa, nem ele sabia porque estava salvando-a, só não queria deixá-la morrer.

Vitor continuou dando o almoço a ela e, Gabriela comeu tudo. Estava com fome e também um pouco fraca.

— Não precisa ficar com medo de mim, não vou te machucar. — Vitor falou, vendo as mãos dela trêmula e Vitor achou que era por ele estar tão perto dela.

— Não estou com medo. — Respondeu, sem desviar seus olhos dos dele.

Gabriela não entendia sua necessidade de estar sempre olhando para ele, mas gostava de ver aquele brilho tão intenso naqueles olhos. Que pareciam diamantes negros esculpidos brilhando com tanta intensidade.

— Não é o que suas mãos estão dizendo. Você está tremendo. — Disse ele, olhando para as mãos dela, que estavam tremendo e suando frio.

— Estou com muita dor, por isso meu corpo está tremendo. — Contou ela, olhando suas mãos sobre seu colo.

— Você não tomou seus remédios ainda? — Vitor perguntou preocupado e Gabriela negou com a cabeça. Ele colocou a mão na testa dela e se surpreendeu, ao ver que ela estava tão quente. — Você está queimando de febre.

— Por isso estou com tanto frio. — Disse ela, sentindo seu corpo todo arrepiar.

Gabriela quase nunca ficava doente, era estranho estar daquela maneira, nem ela sabia direito o que estava acontecendo.

— Vou pegar seus remédios. — Vitor falou e saiu apressado, levando a bandeja. Ele já tinha dado toda a comida a ela, Gabriela só não tinha tomado o suco.

Ele procurou pela Sarah, mas ela já tinha saído. Ela tinha avisado que iria sair com algumas amigas.

Vitor pegou os remédios que precisava e seguiu até o quarto.

Sentindo seu corpo tremendo cada vez mais, Gabriela se deitou novamente, cobrindo seu corpo até a altura do pescoço, tentando se esquentar.

— Tome esses remédios. — Vitor falou, entrando no quarto, indo até a cama.

Sem esperar que ela pegasse os comprimidos, ele mesmo levou até a boca dela e Gabriela aceitou os comprimidos.

— Tome o suco, vai ajudar. — Disse ele, ajudando ela a tomar um pouco de suco.

— Estou com tanto frio. — Disse ela, sentindo seus lábios tremendo.

Vitor levou a mão até a testa dela novamente, percebendo que estava ainda mais quente.

— A febre está aumentando. — Disse ele, preocupado. — Vamos esperar para ver se os remédios fazem efeito.















MINHA PAIXÃO PROIBIDA: Quem manda no Coração?Donde viven las historias. Descúbrelo ahora