prologue

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April
2015

Minhas pernas tremiam tanto quanto os galhos das árvores ao meu redor, eu só não sabia dizer se era pela ansiedade ou o medo da resposta de Perrie. Não saber sua reação me assustava, atrapalhar sua vida dessa forma é a última coisa que eu quero, mas arcar sozinha com as responsabilidades do nosso erro é demais para mim. Eu nem mesmo sei cuidar de mim, como é que vou tomar conta de um bebê? É loucura.

Respirei fundo mais uma vez e me encolhi dentro do casaco grande que estava usando, o frio de Manhattan no inferno chega a ser doloroso, tanto que eu já estava quase desistindo de esperar por ela nessa praça. Mas segundo a mensagem de Ophelia, nossa melhor amiga, Perrie já está a caminho, e não iria demorar para chegar, por isso eu continuaria ali, esperando por ela.

Eu pedi para que Ophelia dissesse a ela aonde eu estou, e achei melhor encontra- la longe das nossas casas, já que meu pai está louco, gritando sobre o quanto eu sou irresponsável e minha mãe não soube me educar. Ele chegou a me proibir de falar com Perrie e escondeu meu celular, por isso pedi a ajuda de Ophelia para que ela viesse até mim.

Perrie, Ophelia e eu somos amigas desde o jardim, somos praticamente inseparáveis, fazemos tudo juntas, mas nos últimos anos, especificamente no início de nossa adolescência, quando as descobertas começaram, quando meu coração começou a bater acelerado toda vez que Perrie aparecia, cantava ou me tocava, seus olhos nos meus me faziam sentir borboletas no estômago, e eu também causava isso nela, as coisas mudaram um pouco. Ophelia ainda é nossa amiga, mas não é como antes quando eu e Perrie não éramos um casal.

As vezes ela parece sentir um pouco de ciúmes, mas imagino, tenho a certeza, que seja por medo de nós duas a deixarmos de lado.

Há cerca de três meses Perrie me pediu em namoro, e eu nunca estive tão feliz, pelo menos até o momento em que vi o resultado daquele teste de farmácia marcando dois tracinhos, naquele momento meu mundo caiu e eu me vi perdida, mas já não havia nada a se fazer. Mas tenho certeza que eu e Perrie vamos fazer isso juntas, por mais difícil que seja.

- Jeed! - ouvi o grito de Ophelia e fechei os olhos, senti meu corpo tremer. Ela deve estar vindo com a Perrie.

Abri os olhos, e com os movimentos limitados por causa do cachecol e o tanto de agasalhos que estou usando, me virei na direção da voz, mas para o início do meu desespero e minha decepção Ophelia vinha sozinha, cabisbaixa, parecia perdida. Aquilo me deu medo, como se meu pior pesadelo tivesse se tornado real. Ela não estava fazendo aquilo, estava? Ela não pode me ferir da forma mais cruel que existe, da forma mais egoista.

O medo que eu achei que nunca fosse sentir começou a tomar conta de mim, a solidão, a incerteza.

- Aonde está a P-pezza? - perguntei, um nó já havia se formado na minha garganta.

Ophelia olhou para baixo, sua expressão apesar de suave não me indicava boa coisa.

- Ela disse que não vem. - Ophelia disse, pegou minhas mãos e colocou entre as suas, olhando nos meus olhos. - Você precisa ser forte.

Aquela altura eu já estava chorando, chorando tanto, soluçando, sentindo raiva, querendo saber o por que, e o que eu ia fazer. O que eu vou fazer?

- Perrie disse que não pode ter um bebê agora... Eu disse pra ela vir amiga, eu juro... - abracei Ophelia desesperada, chorando.

May
2021

- Ah! Mãeee! - acordei assustada com os gritos de Kylie... ou seria Kristen?

Me levantei da cama o mais rápido que podia e nem se quer calcei meus chinelos. Minha visão estava um pouco embaçada, e um gosto ruim na minha boca começou a me incomodar, mas escovar os dentes não era importante agora, já que uma das minhas filhas me gritava como se a vida dependesse dsquilo. Caminhei um pouco tonta para fora e já no corredor ouvi a voz de Kristen.

thwins edwards • jerrie G!PWhere stories live. Discover now