Capítulo 12

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A mesa estava diferente. Era mais comprida do que larga e as cadeiras haviam sido trocadas por um sofá vermelho logo à frente da janela.

- Não fui eu que arrumei a mesa. - Explicou Bianca. - Assim que você saiu, eu fui tomar banho e quando voltei estava assim! -

- Eles são espertos. - Disse Maria Eduarda.

- E não nos deixam esquecer os detalhes. - Disse Bianca. - Esse vestido estava no meu armário com um bilhete de "use-me". Quase me senti como a Alice no País das Maravilhas. E isso apareceu na geladeira. -

E lhe entregou um bilhete pequeno, tipo Post-It, preenchido com a letra floreada já conhecida:

Esse não é qualquer jantar, minhas queridas é o jantar romântico! *-*

Vocês têm que dar comida na boca uma da outra, dividir o mesmo morango da sobremesa que está na geladeira e beber na mesma taça.

Att,

Gabriela Mag (Presidenta da Worldwide Scientists Corporation).

- Isso vai ser constrangedor. - Disse Maria Eduarda.

- Não tenho nem dúvida. -

- Além de idiota. -

- Claro. - Concordou Bianca, se sentando no sofá. - Principalmente por ter que fazer isso com você. -

Maria Eduarda se sentou do lado dela, que fez um pequeno gesto e abriu a tigela em cima da mesa. E o jantar era...

- Espaguete! - Exclamou Maria Eduarda, sorrindo como uma criança, enfim reconhecendo o cheiro.

- É. - Assentiu Bianca. - Eles marcaram essa página do livro de receitas. -

- Sério? -

- Aham. Estava escrito "Maria Eduarda gosta". Eu estava pensando em fazer camarão, mas... -

- Não diga mais nada. -

- Vamos acabar com isso logo? - Perguntou Bianca.

- Quando você quiser. -

Maria Eduarda serviu Bianca, apreciando o cheiro. Os pratos já servidos, as duas se olharam.

- Humm... - Começou Maria Eduarda. - Você me serve a comida e eu te sirvo o vinho da minha taça. -

- Por que você escolhe? -

- Porque eu quero. -

- Tomara que esteja bem quente e queime a sua língua. -

- Claro que não. Você vai esfriar minha comida romântica e apaixonadamente. - Disse Maria Eduarda.

- Como é? -

- Bianca, é um jantar romântico. Pessoas apaixonadas não querem exatamente queimar a língua uma da outra. -

- Não estamos apaixonadas. -

- Longe disso. - Disse Maria Eduarda, parecendo enjoada com a ideia. - Mas encare isso como se fosse um teatro. Então, por favor, esfrie a minha comida um pouquinho, para não queimar a minha preciosa língua. -

- É inútil. - Sugeriu Bianca, embora mexesse a comida no prato para esfriá-la.

- Como se você nunca quisesse ter me beijado. -

- Acho que deixei isso bem claro ontem à noite. -

- Puro teatro. -

- Você acha? -

- Claro. Você está se fazendo de difícil. -

Claro que aquela era uma das maiores mentiras que Maria Eduarda já havia dito, afinal a repulsa e a insegurança de Bianca foram bem explícitas na noite anterior, mas era divertido provocá-la.

The ExperimentWhere stories live. Discover now