Carolline Vieira

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Boa noite, meus amores!

Esse foi um dos capítulos que eu mais gostei de escrever. Espero que gostem tb.

Boa leitura!

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A segunda-feira chegou e eu ainda não sabia direito o que fazer. Deixei a máquina guardada em casa e fui para a escola.

O ambiente haviam mudado por lá. Os grupinhos estavam diferentes e por algum motivo Julia era muito popular. Não só no Twitter mas fora dele também. Nós duas continuamos amigas, mas havia um clima estranho entre nós. Uma culpa pairava no ar, junto a nossa cumplicidade, mesmo não tocando mais naquele assunto.

A semana foi passando normalmente de modo entediante. Na verdade, qualquer coisa parecia entediante depois que descobri que viajar no tempo era possível. Nem a compra de ingressos do show da Juliette me animava. Sim, nessa realidade ela ainda faria o show e ainda tinham ingressos disponíveis. Acabei comprando para mim e Julia.

Na quarta-feira fomos convidadas para uma social na casa do Pedro. Isso mesmo, aquele Pedro que me zoava por ser fã da Juliette. Ele não parecia ter mudado nada nessa nova realidade, mas pelo menos não implicou comigo nenhuma vez, talvez porque agora Julia tivesse uma posição melhor na hierarquia social e nós duas andávamos sempre juntas.

Eu não estava nem um pouco a fim de ir. Já começava a pensar na desculpa que daria quando Julia chegou pronta para me obrigar a me arrumar. Sabia que seria inútil discutir com ela, afinal estava mesmo precisando de uma distração.

Chegamos ao apartamento do Pedro. Aquele ambiente caótico. Aquela musica alta, vários adolescentes bebendo, se pegando, fumando. Não tinha como eu me sentir mais deslocada. 

Julia se afastou de mim para socializar com um grupinho de alunos mais velhos. Estava impressionada em como ela havia se adaptado bem a essa realidade popular. Eu me sentia perdida, olhava ao redor e não via nenhum rosto amigável ou confiável. Minha vontade ali era de sair correndo e voltar para a casa, ver um filme clichê o qual já reassisti inúmeras vezes enquanto como chocolate embaixo das cobertas, mas eu era fraca demais para deixar a festa social. Me viro de costas e para o meu azar um dos garotos esbarra em mim e derruba toda a sua bebida sobre a minha blusa.

-Eita, foi mal aí ruivinha. - Ele disse ao ver que eu o fuzilava com o olhar. Não respondi nada, apenas me direcionei ao banheiro para tentar limpar aquela sujeira.

Tiro a minha blusa e começo a seca-lá com a ajuda do papel toalha.

-Droga! - Digo a mim mesma, não iria conseguir secar tão rápido, muito menos remover aquele cheiro.

- Luna? - Escuto uma voz doce me chamar do outro lado da porta. - Abre aqui, é a Marina.

Meu coração se acelera e meu corpo leva alguns segundos para obedecer aos meus comandos de abrir a porta.

- Oi. - Ela diz.

- Oi. - Respondo segurando a porta entre aberta.

- Eu vi o que aconteceu com o Erik. Vim te ajudar. - Explicou sorrindo e eu quase derreti. - Posso entrar? 

- Claro. - Eu dou passagem a ela e encosto a porta ainda muito nervosa.

- Nossa, a sua blusa ficou bem melada não é? Mesmo que seque ainda vai continuar fedendo. - Disse ela observando a peça sobre a pia.

- Sim, eu já não sei mais o que fazer com ela. Talvez devesse ir embora. - Solto um suspiro. - Nem estava aproveitando a festa, de qualquer maneira.

- Nada disso. Por sorte eu tinha deixado essa camiseta aqui na casa do Pedro. - Ela apontou para o tecido amarelo em suas mãos. 

Time Travel - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora