Capítulo 2

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Robert Scuderi

Eu não podia acreditar no que os meus olhos estavam vendo. Sentado na minha cadeira na sala da diretoria da Scuderi Società di Costruzioni, afrouxei minha gravata na esperança de respirar melhor, a minha mão suada segurava o maldito convite de Tracy Willians e Christian Torn convidando para o seu jantar de noivado, eu não consegui ler mais uma palavra depois daquilo. Tracy iria se casar com maldito e eu não queria acreditar que os oito anos que vivemos juntos não significou nada para ela.

"— Robert, não consigo mais. Por favor, não torne isso mais difícil — Ela disse, me entregando a caneta para que assinasse o maldito divórcio.

Não queria que isso estivesse acontecendo, lutei até o último minuto para tê-la comigo, eu amava Tracy, a amei desde o momento em que a vi desfilando naquela passarela, o seu corpo esguio e delicado flutuando enquanto caminhava de forma poderosa, os cabelos loiros caindo em cascatas sobre a pele branca dos seus ombros enquanto os seus olhos azuis faiscavam, foi ali que decidi que ela seria minha.

Eu era grato a minha mãe por ter me obrigado a ir aquele desfile para ver a filha de sua melhor amiga desfilando, mas agora tudo era passado, eu perdi a mulher que amava. Acho que a vontade de agradar os meus pais e ter diretoria da empresa fez com a deixasse em segundo plano, e quando percebi, já era tarde demais.

— Robert, você disse que estava tudo bem. Nós podemos ser amigos, não quero me afastar de você — disse enquanto eu tentava assinar aquele maldito papel, a caneta parecia pesar uma tonelada tamanha devido à dificuldade de movê-la.

— Claro, Tracy. Nós com certeza seremos amigos — falei, sabendo que mesmo com o divórcio, eu não desistiria dela, a conquistaria de novo e ela voltaria a ser minha."

Tudo que consegui foi amassar aquele maldito papel. Tomado pela fúria que me dominava, peguei um objeto de decoração sobre a mesa e arremessei contra a parede com força, o barulho dos cacos ecoaram por toda sala.

— Esse casamento não vai acontecer. Nunca. Eu não vou permitir! — falei para mim mesmo enquanto tentava me acalmar.

Antes que pudesse raciocinar, peguei o meu celular e disquei o número de Tracy, não iria ficar parado vendo ela ser de outro homem. Ela atendeu ao terceiro toque, ela nunca recusava minhas ligações, assim como eu as dela, sabia que ela ainda me amava, só precisava enxergar isso.

Após o divórcio ainda nos encontrávamos, e na maioria das vezes, os encontros terminavam em meu apartamento ou no dela fazendo amor, até o dia que ela me disse que não podíamos mais nos encontrar porque havia se apaixonado por outro homem.

Rob. Que bom que ligou, recebeu meu convite? — parecia empolgada e fechei meu punho tentando conter a raiva que sentia.

— É por isso que liguei. Podemos almoçar?

Sinto muito, Rob. Irei almoçar com a mãe de Christian hoje, temos que resolver alguns detalhes do casamento — respondeu, fazendo meu estômago embrulhar.

— Jantar então?

Não sei, Rob.

— Não me diga que Christian ficará com ciúmes?

Pode ser o jantar. Te encontro as oito no Le Bernardin.

— Estarei lá. Beijos, querida.

Até, Rob.

Desliguei o telefone sentindo certo alívio, eu precisava vê-la, precisava dizer para ela não cometer a loucura de se casar com outro homem ainda me amando, e por mais que ela negasse, eu sabia que ela ainda era louca por mim, assim como era por ela.

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