Emily Jones era apenas uma criança quando ouviu sobre os jovens irmãos Shelby.
Após esbarrar com um deles, o aviso de sua mãe a fez repensar. Eles seriam maus? Tinham quase sua idade... Devia temê-los tanto assim?
Bom, uma amizade - ou não - lhe tra...
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***
Emily Jones
Emy ouviu uma porta se abrir no andar de baixo, mas não quis levantar da cama. Tinha pouco interesse e preocupação, uma vez que seu irmão a poderia abrir.
Tinha os olhos fechados enquanto penteava os cabelos, quando ouviu os passos de Isaac se aproximarem.
- Emy? Posso falar com você? - Perguntou o irmão ao bater na porta.
- Claro, entre - respondeu.
O moreno adentrou o quarto, mas parecia nervoso. Sua mão estava apoiada na nuca. Era um dos gestos que Emily havia reconhecido em seu irmão ao longo dos anos.
- O que houve?
- É... É melhor se sentar.
Sem titubear, ela se sentou na cama, e parou de escovar os fios molhados. Agora era sua vez de estar nervosa. Seu olhar questionador fez o jovem continuar.
- Sabe que desde que a mamãe se foi, com você trabalhando na costureira e eu na fábrica... Um momento o dinheiro nos seria pouco.
Emily tinha ciência de que, sim, ser costureira não era algo que os tornaria ricos de um dia a outro, muito menos trabalhar em uma fábrica de aço.
- Bem... - A voz de Isaac estava tímida. - Tive que fazer algo... - O rosto da irmã se tensionou. - Busquei trabalho, Emily. Com Thomas Shelby.
Naquele momento, a mais velha dos Jones simplesmente congelou.
- Isaac, ouve o que está dizendo? Se tornar um Peaky Blinder? Perdeu a cabeça?!
- Emily, me escute. Posso conseguir dinheiro, podemos...
- Dinheiro sujo, Isaac! - Emily lhe interrompeu, se levantando abruptamente da cama. - Tantos acordos, mortes e dinheiro envolvido... A mamãe detestaria isso.
- Mas a mamãe não está aqui, Emily!
A jovem parou de falar devido o susto. Era uma das primeiras vezes que via seu irmão irritado, desde a morte de sua mãe. Aquilo foi como dar aos dois, um soco no estômago. Ele passou a mão pelos cabelos escuros.
- Me desculpe - murmurou. - Sinto saudades dela também, acredite.
- Eu sei - Emy balbuciou, olhando para baixo. - Me desculpe também. Eu só... Me preocupo com você, Isaac. Mamãe me falava tanto dessa família... Se lembra quando éramos pequenos e você saiu da costureira uma vez?
Isaac apertou os olhos.
- Não me lembro... Por quê?
- Eu fui atrás de você, e descobri que estava com ninguém mais ninguém menos que Thomas Shelby.
- O quê? - Isaac arregalou os olhos. - O cara que eu falei ontem? Eu já o conhecia?
- Acredite se quiser - Emily riu curto. - Naquela época eu e ele tínhamos quase a mesma idade, mas você era bem pequeno. Por mais que a mamãe falasse como ele e sua família eram perigosos, eu não enxergava nada nele... Mas os anos se passaram. Ele não é mais uma criança. Nenhum de nós é. E temos que estar cientes disso.
Isaac suspirou.
- Só... Deixe-me tentar aceitar esse convite e ver no que dará.
- Está bem, - Emily se aproximou do irmão - mas tome cuidado. Saiba no que está se metendo.
- Sim, senhora - Isaac sorriu, abrindo os braços e Emily lhe apertou em um abraço.
***
Semanas depois...
- Ora, vamos, Emy... É em comemoração ao ganho da corrida.
- Uma festa?
- Exatamente. E Thomas Shelby a convidou. - Isaac sorriu.
- Me convidou...?
- Sim! E pelo que eu entendi será chique.
Emily sentiu seu coração sorrir e bater rapidamente, em puro nervoso. Poderia ver Thomas Shelby mais uma vez. Por um segundo se lembrou dele; de seus olhos, a observando atentamente.
