Eu Sou A Outra!

Mudanças

"Se for preciso mudar, mude!
Comece de novo, a vida é feita de recomeços."

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Não era isso que eu queria, ter que tirar a Luna da minha mãe, mas é o certo a fazer para o seu bem, a minha mãe só está preocupada consigo mesmo e com dinheiro e eu só quero proteger a minha irmã. A Luna é a única lembrança boa que o meu pai deixou-me antes de partir, por isso não posso permitir que a minha irmã cresça num lugar onde o dinheiro, a luxúria e a ganância seja privilegiada, quero que pelo menos ela tenha uma boa educação, um bom coração de ajudar quem precisa, que ela possa amar as pessoas por aquilo que são e não por interesse, que ela respeite e seja respeitada, que seja uma pessoa melhor.

Assim que a Carina explicou tudo e mostrou os papéis necessários sobre a guarda da Luna que passou a ser minha, mas que ela tem direito a visita, ou até mesmo a Luna pode dormir na casa dela, mas que a partir deste momento toda a responsabilidade e decisões acerca da minha irmã passou a ser minha. Após ouvir tudo sem interromper minha mãe fez o que já era de se esperar.

_Isto é uma parvoíce. _disse tirando os papéis da mão da Carina e rasgando-os em seguida. 

_ A guarda da Luna continua a ser minha, quer a senhora queira ou não, pode rasgar quantos papéis quiser que não mudará a decisão do juiz. _respondi irritada cruzando os braços.

_ A minha filha não vai a lugar algum._ respondeu exaltada.

_Não há nada que a senhora possa fazer por agora mãe, já está decidido. _respondi calmamente.

_ Não me chame de mãe. _ gritou ainda mais furiosa. _ Uma filha não seria capaz de fazer isso com a sua própria mãe, além de andar por aí a destruir famílias dos outros queres também destruir-me é isso? _ questionou

Nesse mesmo instante em que a minha mãe terminou de falar, fiquei sem fala, ela tocou no meu ponto fraco, ouvir a minha própria mãe disse que ando por aí a destruir famílias, deixou-me sem chão. Infelizmente não consigo escolher por quem me apaixonar nem como mandar no meu coração, não que isso justifique as minhas ações, mas de qualquer forma dói ouvir tais coisas, principalmente da minha própria mãe.

Quando era criança, eu sonhava em encontrar o meu príncipe encantado, tinha idealizado o homem perfeito com todas as qualidades que precisavam ter, mas quando menos esperei, cai de amores por aquele que não posso ter pelo simples facto dele ser de outra e não o meu.

_Já estou pronta._ disse Luna interrompendo a nossa conversa.

_Vais mesmo deixar-me?_ questionou minha mãe tentando manipular a Luna.

_Eu vou sim, nunca escondi a minha vontade de viver com a minha irmã._ respondeu

_Filhas ingratas._ disse minha mãe virando as costas.

_ vamos embora, fiquem bem._ falei e sai de lá sem olhar para trás.

Na volta para casa estive perdida nos meus pensamentos, o olhar de desaprovação por parte da minha mãe continuava na minha cabeça, até que ela tem razão, eu deveria ter evitado essa situação toda, mas decidi seguir o meu coração, devia ter fugido desse "relacionamento" que tenho com o Eduardo desde o início, mas alguma coisa prendia-me a ele, algo impedia-me de correr pra longe, desde que o vi pela primeira vez soube no primeiro instante que era cilada, pois, o meu coração acelerou antes mesmo de ouvir a sua voz, e aquele sorriso de lado quando os nossos olhos cruzaram-se fez-me criar sentimentos onde não poderia criar.