057.

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VINNIE HACKER

HORAS DEPOIS

Estava com o carro estacionado em frente a escola, esperando quando Elena passasse pelas portas. O que não demorou mais que cinco minutos depois que eu cheguei lá.

A garota jogou sua bolsa nos ombros e cruzou os braços, passando a mão levemente em seu nariz, e no mesmo instante percebi que havia acontecido alguma coisa.

Não pensei duas vezes antes de sair do carro e ir em sua direção.

— E aí, deu tudo certo? — Perguntei, levando minhas mãos aos seus braços.

— Quase — murmurou, sem ânimo. — Joshua fodeu comigo. Tinham gostado mas quando ele abriu a porra da boca, desistiram de talvez, me dar a bolsa.

— O que ele disse?

— O óbvio, Vinnie — deu de ombros, saindo do meu campo de visão e indo em direção ao carro.

Soltei um suspiro e virei-me em direção ao carro, puxando a porta do mesmo e me sentando no banco do motorista, repetindo minha pergunta.

— O que ele disse?

Com os braços cruzados, Elena me olhou de canto e disse:

— Que se eu não tenho responsabilidades aqui, quem dirá em outro país para estudar o que eu sempre quis. E mais coisas também, mas não quero ficar lembrando.

Minhas mãos se contraíram contra o volante. Joshua não tinha que se intrometer na vida de Elena.

— Ele tá certo. Eu mesma acabei com meu futuro — ela disse baixo, e eu senti um aperto no peito ao ouvir isso.

— Ei, não pense nisso. Não foi você quem acabou com seu futuro...

— Foi o Kevin — ela me interrompeu, fazendo-me ficar surpreso com sua revelação — Mas eu não consigo me sentir irritada ao ter a certeza que foi meu próprio irmão que estragou minha vida, tentando consertar-lá — ela soltou uma risada baixa. — Eu sinto falta dele. Todo dia — suas orbes escuras rolaram em direção ao meu rosto, e eu peguei em sua mão, a acariciando com o polegar.

— Ele com certeza iria te dizer para não se importar com o que Joshua disse.

Ela sorriu sem mostrar os dentes e soltou uma risada nasal, olhando para a janela.

— Sim. Ele iria.

(...)

Elena passou o resto do dia cabisbaixa.

Eu a levei para tomar sorvete e depois voltamos para casa, pois tínhamos coisas importantes para tratar nessa noite.

Eu estava nervoso.

Agoniado.

Pensando que tudo poderia dar errado.

Estava nervoso por Elena. Cujo irmã de um dos maiores traficantes que desejaram por muito tempo, morto.

Estava sentado na ponta da cama, esperando por Elena, que estava se aprontando no banheiro. O que não demorou mais que cinco segundos depois de eu ter olhado a hora no meu celular.

Ela atravessou a porta e passou a mão no seu vestido preto curto, solto com um decote ao lado de suas coxas e no meio de seus seios, olhando para o espelho a nossa frente

Estava usando o vestido que eu lhe presenteei.

Uau.

Porra.

Enquanto ela se avaliava em frente ao espelho, eu tive o prazer de observar com atenção cada detalhe de seu corpo.

Ela é uma verdadeira obra de arte esculpida com tudo que há de bom nesse mundo.

E eu nunca me cansaria de pensar isso sobre ela.

— O que foi? — Ela interrompeu meus pensamentos que estavam prestes a se tornarem impuros.

— Você tá gostosa pra cacete com essa roupa — disse enquanto levava minha mão até sua coxa. — Ficou perfeito em você.

— Eu também gostei — ela riu se virando para mim e colocando suas mãos em meus ombros. — Você acertou na escolha do vestido.

Eu sorri antes de rodear meus braços pela sua cintura, e dizer que a festa seria um baile de máscaras.

— Mas a gente não comprou máscaras.

— Mike vai trazer. Ele comprou — voltei minha atenção para o meu celular quando o mesmo vibrou ao meu lado. — Aliás, ele já chegou.

Elena suspirou fundo e se afastou um pouco de mim, para que eu pudesse me levantar.

— Isso não vai dar bom.

— É isso o que iremos descobrir.

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