Módulo 2: Cuidado com o totozinho

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Olá meus amores! Como vocês estão?

Não esqueçam o votinho ⭐ e boa leitura

🐣

Nós recebemos os únicos sobreviventes do acidente...

Mesmo sem saber sobre o que a moça do outro lado da linha dizia, eu já sentia que não era algo bom. Mas isso não me ajudou a estar preparado pra receber a informação completa. 

A dor ao não ouvir ela dizer que Soomi estava lá junto com os filhos me tomou imediatamente, mas demorei pra compreender o real significado daquilo. 

Como assim?

Como assim a moça do telefone não sabia de quem eu estava falando?

Eu acabei de falar com ela por vídeo chamada.

Como assim ela não está no hospital?

Eu acabei de falar com ela por vídeo chamada.

Como assim noona morreu?

Não existe a menor possibilidade de isso ser real.

Eu não vejo quando encerro a ligação, quando Namjoon chama Taehyung ou quando Taehyung me leva pra casa. Não lembro de me sentar na cama, nem de Guinho deitar no meu colo ao mesmo tempo em que meu colega começa a montar uma pequena mala do meu lado.

Mas isso tudo acontece, enquanto eu ainda continuo preso na ligação, que também aconteceu.

— Tae, viaja comigo? — peço no auge do meu devaneio. — Por favor. — Minha voz falha e forço o bolo de saliva concentrado em minha boca garganta a baixo.

Taehyung para de dobrar a peça de roupa em suas mãos e hesita antes de me olhar.

— Minnie… — Só de ouvir seu tom pesaroso, o bolo de saliva volta, junto de uma ânsia de choro que faço de tudo pra segurar. 

Me esquivo arredio quando Taehyung ameaça se aproximar, fazendo Guinho saltar de meu colo, assustado, e nego minimamente com a cabeça. Ele não insiste e eu encaro meus dedos, agora se embrenhando um no outro e sentindo falta do pêlo macio do gato.

Falta.

Basta apenas uma lágrima fugir pra eu me levantar, sem saber bem pra quê. Apenas preciso de algo que não me deixe livre pra cair na armadilha dos meus próprios pensamentos, repetindo e repetindo a voz da atendente do hospital.

Ando de um lado para o outro, mas nada muda. A vontade que tenho é de abrir minha cabeça para tirar sua voz de lá. Tirar a voz, a ligação, tirar as últimas horas desde que entrei na sala de Namjoon. 

Paro de perambular pelo quarto e foco na pequena mala recém abandonada por Taehyung, já que agora ele me olha preocupado.

Soomi não morreu.

Soomi não morreu e eu preciso chegar logo nesse maldito hospital em Busan pra confirmar que ela está lá, junto dos filhos. Pra confirmar que aquela ligação foi apenas um mal entendido.

Acabo com o curto espaço entre mim e a bolsa e arranco uma peça qualquer da mão de Taehyung, ignorando seu cuidado extremo para organizar tudo quando a enfio na mala, amassando inclusive o que já está lá dentro.  

Tenho certeza que Soomi chegou ao hospital logo após eu desligar o celular. Só não me ligaram novamente pra avisar porque notícia ruim sempre vem mais rápido, então preciso chegar lá e encontrar minha irmã.

Continuo empurrando o pano, mesmo sendo óbvio pra qualquer um que ele já está mais do que acomodado, e só paro muito a contragosto quando o agarro firme de Taehyung cerca meus braços. 

Papai Exemplar | JikookWhere stories live. Discover now