12 anos depois...
Estava uma manhã muito bonita, calma e tranquila. Era uma quinta-feira e por incrível que pareça, parecia que eu não tinha descansado nada... é... Pelo visto, ficar desenhando até a meia noite e meia realmente havia me deixado exausto, parecia que a minha cama estava sugando todas as minhas energias ao invés de me ajudar a recupera-las. Tudo o que eu podia ouvir eram os gritos da minha mãe no andar de baixo me chamando para ir à escola, sua voz ecoava na minha cabeça...
- Leo! Filho? Você já está atrasado, quanto mais tempo você ficar aí mais aula vai perder.
- Ok, ok... já vou levantar, é que... A cama tá tão quentinha... Espera um minuto, quentinha? AAAAAH!
Minha cama estava envolvida por chamas, por incrível que pareça, essas mesmas chamas não me queimaram e também não queimaram meu quarto, apenas a cama mais uma vez... poucos segundos depois disso, consigo ouvir minha mãe subindo as escadas freneticamente, ela abre a porta mais rápida do que um raio.
- LEONARDO! O que foi? O que aconteceu?!
Eu estava em cima da minha cama, parecia que eu tinha formigas em meus pés. Depois de ficar pulando de um lado para o outro para tentar apagar o fogo, finalmente surte algum resultado.
- Aconteceu de novo, minha cama estava pegando fogo!
- De novo? Mas só a sua cama?
- Sim, só minha cama.
A cara dela de repente virou uma mistura de várias emoções, não sabia se ria, ficava brava ou confusa, então ela começou a rir, confusa já estava, raiva não ia adiantar, sobrou apenas uma opção, rir, e bem alto.
- É ruim que a sua cama pegou fogo de novo, até porque não temos mais material para consertar, mas não deixa de ser engraçado. Por que toda vez só a sua cama pega fogo? Há-há-há!
Ela continuou rindo alto, mas pelo menos não era tão alto quanto antes, ainda sim foi o suficiente para me deixar com cara de tacho. Com um ar de sarcasmo eu levanto uma das sobrancelhas e continuo a conversa.
- Não sei, também gostaria de saber porque sempre é só a droga da minha cama que pega fogo. Já passou da hora de trocar essa velharia.
- Ei, não fale assim filho, você sabe que seu pai e eu ralamos muito para comprar essa cama.
- Verdade, foi mal mãe, me desculpe.
- Tudo bem amor... bem... He-he-he, pelo visto você vai ter que começar a dormir com um balde d'água ao seu lado há-há-há! Enfim... anda, se troca rápido e pega as suas coisas para ir para a escola, o café da manhã já está pronto.
- Ok... já vou descer, me de só mais alguns minutos.
Minha mãe se vira e sai do meu quarto ainda rindo um pouco. O que antes era uma cama, agora era apenas um pedaço de madeira carbonizado, incrivelmente o colchão ainda estava inteiro. Observei aquele pedaço de carvão por alguns instantes tentando decifrar o que havia acontecido. De tanto pensar, decido que seria melhor parar por um momento para prevenir que outra coisa também ficasse em chamas também, e que no caso era a minha cabeça. Logo depois disso, lembro que estava atrasado para escola e começo a me vestir. Coloco um par de tênis, uma calça jeans normal e uma camisa preta, pego a minha mochila e saio do meu quarto descendo pelas escadas o mais rápido que podia, ao chegar na cozinha, minha mãe olha para mim e começa a falar.
- Tá aqui seu café da manhã filho, já tá pronto pra ir pra escola?
- Ah obrigado mãe. Estou sim.
- Ok então, leva seu café com você e vai logo para a sua escola pra não atrasar mais.
Eu pego meu café da manhã e dou uma mordida, era pão com margarina, dou umas mastigadas, estava muito bom.
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Rastros do que fomos
AdventureNa trama da história de Rastros do que fomos, Leonardo, um adolescente de 17 anos, logo após uma grande tragédia que ocorreu em sua cidade natal, descobre algo surpreendente sobre si mesmo, e terá que começar uma jornada misteriosa e cheia de perigo...