Capítulo 2: Apenas mais ou menos um dia?

149 10 0
                                    

12 anos depois...

Estava uma manhã muito bonita, calma e tranquila. Era uma quinta-feira e por incrível que pareça, parecia que eu não tinha descansado nada... é... Pelo visto, ficar desenhando até a meia noite e meia realmente havia me deixado exausto, parecia que a minha cama estava sugando todas as minhas energias ao invés de me ajudar a recupera-las. Tudo o que eu podia ouvir eram os gritos da minha mãe no andar de baixo me chamando para ir à escola, sua voz ecoava na minha cabeça...

- Leo! Filho? Você já está atrasado, quanto mais tempo você ficar aí mais aula vai perder.

- Ok, ok... já vou levantar, é que... A cama tá tão quentinha... Espera um minuto, quentinha? AAAAAH!

Minha cama estava envolvida por chamas, por incrível que pareça, essas mesmas chamas não me queimaram e também não queimaram meu quarto, apenas a cama mais uma vez... poucos segundos depois disso, consigo ouvir minha mãe subindo as escadas freneticamente, ela abre a porta mais rápida do que um raio.

- LEONARDO! O que foi? O que aconteceu?!

Eu estava em cima da minha cama, parecia que eu tinha formigas em meus pés. Depois de ficar pulando de um lado para o outro para tentar apagar o fogo, finalmente surte algum resultado.

- Aconteceu de novo, minha cama estava pegando fogo!

- De novo? Mas só a sua cama?

- Sim, só minha cama.

A cara dela de repente virou uma mistura de várias emoções, não sabia se ria, ficava brava ou confusa, então ela começou a rir, confusa já estava, raiva não ia adiantar, sobrou apenas uma opção, rir, e bem alto.

- É ruim que a sua cama pegou fogo de novo, até porque não temos mais material para consertar, mas não deixa de ser engraçado. Por que toda vez só a sua cama pega fogo? Há-há-há!

Ela continuou rindo alto, mas pelo menos não era tão alto quanto antes, ainda sim foi o suficiente para me deixar com cara de tacho. Com um ar de sarcasmo eu levanto uma das sobrancelhas e continuo a conversa.

- Não sei, também gostaria de saber porque sempre é só a droga da minha cama que pega fogo. Já passou da hora de trocar essa velharia.

- Ei, não fale assim filho, você sabe que seu pai e eu ralamos muito para comprar essa cama.

- Verdade, foi mal mãe, me desculpe.

- Tudo bem amor... bem... He-he-he, pelo visto você vai ter que começar a dormir com um balde d'água ao seu lado há-há-há! Enfim... anda, se troca rápido e pega as suas coisas para ir para a escola, o café da manhã já está pronto.

- Ok... já vou descer, me de só mais alguns minutos.

Minha mãe se vira e sai do meu quarto ainda rindo um pouco. O que antes era uma cama, agora era apenas um pedaço de madeira carbonizado, incrivelmente o colchão ainda estava inteiro. Observei aquele pedaço de carvão por alguns instantes tentando decifrar o que havia acontecido. De tanto pensar, decido que seria melhor parar por um momento para prevenir que outra coisa também ficasse em chamas também, e que no caso era a minha cabeça. Logo depois disso, lembro que estava atrasado para escola e começo a me vestir. Coloco um par de tênis, uma calça jeans normal e uma camisa preta, pego a minha mochila e saio do meu quarto descendo pelas escadas o mais rápido que podia, ao chegar na cozinha, minha mãe olha para mim e começa a falar.

- Tá aqui seu café da manhã filho, já tá pronto pra ir pra escola?

- Ah obrigado mãe. Estou sim.

- Ok então, leva seu café com você e vai logo para a sua escola pra não atrasar mais.

Eu pego meu café da manhã e dou uma mordida, era pão com margarina, dou umas mastigadas, estava muito bom.

Rastros do que fomosWhere stories live. Discover now