Capítulo 39

1.2K 153 73
                                    

Anastasia

— Espera, deixa eu ver se entendi. — respiro fundo e espalmo as mãos sobre a mesa, me apoiando no tampo de madeira. — Esse Marcelo, ou Nacho, foda-se o nome dele, é inimigo da nossa família.

— Certo. — Elliot assente e vira a garrafa de uísque na boca antes de entregá-la para Christian.

— E ele é o responsável por grande parte das desgraças que aconteceram com vocês nos últimos sete anos.

— Exatamente. — Christian resmunga e se levanta da poltrona com um suspiro frustrado. — Nacho é filho de um homem chamado Fernando Matos. Meu pai e ele tinham negócios em comum, mas a família Matos começou a se envolver com tráfico e prostituição de menores. Nós não somos as pessoas mais honestas do mundo mas mexer com crianças já é demais. Meu pai cortou todos os laços com eles e foi morto pouco tempo depois. Eu sempre desconfiei do Marcelo mas nunca consegui provas concretas então não poderíamos fazer justiça sem correr o risco de represálias.

— Se você conseguir provar que foi ele quem matou o seu pai te dá o direito de matá-lo? — estreito os olhos para o meu marido.

— De acordo com a ética da máfia italiana, sim. Na época o Elliot foi atrás do Adriano para pedir ajuda, mas aquele desgraçado preferiu ir embora.

— Ok, entendi. Mas então o que ele quer com a gente agora?

— É isso que estamos querendo descobrir. — Christian me puxa para um abraço e beija a minha cabeça. — Mas não vai acontecer nada com você e nem com o nosso garoto, eu prometo.

— Ana, nós precisamos da sua ajuda. — Elliot também se levanta e caminha até mim, segurando as minhas mãos. — Atualmente você é o elo mais fraco do clã e consequentemente a principal isca. Eles sabem que colocar as mãos em você vai provocar a ira imediata do Christian e precisamos ter cabeça fria para pensarmos bem e arquitetar tudo.

Eu assinto e dou um tapinha no ombro dele.

— Eu vou ser uma boa menina, prometo.

Elliot assente com um sorriso e me dá um beijo na testa, dando um toquinho na ponta do meu nariz.

— Precisamos pensar numa forma de sumir com o Nacho antes dele fazer qualquer merda contra a família. Acho que deveríamos convocar uma reunião e deixar todos a par da situação. — Christian assente e me aperta com mais força contra o peito.

— Você disse que ele é assassino de aluguel, certo? — ele assente.

Me afasto dele e dou a volta na mesa, me sentando na poltrona que Elliot estava ocupando anteriormente.

Ideias começam a pipocar na minha cabeça e eu aperto meus olhos fechados por um minuto, colocando-as no lugar.

— E se contratássemos uma outra pessoa para dar um fim nele? Tipo, a Itália é terra da família Grey, todo mundo sabe disso e ele é um inimigo declarados. Poderíamos contratar um outro assassino por aí para fazer o trabalho e seria tratado como acerto de contas.

Christian e Elliot trocam um olhar longo e começar a falar em italiano. Tento entender o contexto da discussão mas acabo desistindo.

— Não é uma má ideia, Anastasia. Mas ainda é arriscado, baby. Nacho com certeza não veio para a Itália sozinho e se algum dos homens dele pegasse esse assassino duvido muito que ele seria leal a nós. — Christian resmunga com uma carranca e agarra a garrafa de uísque novamente.

— Matamos ele logo depois do serviço ser feito, então. Decidimos uma noite e vamos para alguma das boates na cidade, qualquer lugar onde estaríamos cercado de pessoas para servirem de álibis. Mandamos alguns homens com o pretexto de efetuarem o pagamento e eles apagam o pistoleiro assim que ele derrubar o Nacho. Sumimos com o pai dele também sob o pretexto de retaliação e fim da história.

Ninety Days Where stories live. Discover now