𝐶𝑎𝑝𝑖̄𝑡𝑢𝑙𝑜 𝑢𝑚

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16 de Janeiro de 2022---New York---Estados Unidos

6 anos depois

[Noah Urrea]

Meus pés se encontram dormentes e doloridos por tamanho esforço. Depois de um dia cansativo e, de certa forma, produtivo, tenho a sorte de ser o felizardo ao ganhar um belo de um superaquecimento em meu carro, quando estava voltando do trabalho. Depois de ligar para um mecânico, e -obviamente- um guincho para o automóvel, apenas aceito minha realidade e decido voltar caminhando para casa. Não foi uma boa ideia.

Com certeza não foi.

Tudo que se passa em minha mente é tomar um longo banho quente, com sais de banho calmantes, quando chego em frente a imensa casa em que moro. Não querendo parecer esnobe, mas essas são as vantagens ao trabalhar no setor executivo de uma das maiores empresas de Nova York.

Conquistei todo meu legado sozinho. Com meus 17 anos, comecei a faculdade de Administração, oque foi um orgulho imenso para vovó. Consegui finaliza-la aos meus 20 anos, e logo após fui em busca de meu futuro. Obviamente tiveram complicações. Um ano antes de finalizar os estudos, Marco, o indivíduo que chamara de pai até os 12 anos, é assassinado. Não seria essa a fonte das complicações. O que teria abalado totalmente as coisas, era o fato de eu ter descoberto, que no mesmo dia em que Marco teria sido morto, eu também estaria correndo perigo. Logo quando estava sentado na poltrona- desconfortável- do avião, resolvo usar o celular para colocar alguma música que me interessasse, e para minha surpresa, acabo encontrando uma pasta misteriosa em meu celular. Ao abrir, descubro que, de alguma forma, eu estrava sendo rastreado. Obviamente, eu procurei diversos modos de o apagar de meu celular, mas o sistema era sofisticado, então não vejo outra opção a não ser, acabar com ele.

Talvez ter o jogado pela janela do avião, não teria sido uma opção tão plausível, mas não correria o risco de ser sequestrado por algum psicopata. O motivo de ter "fugido" de Alberta, que teria sido minha cidade Natal, e meu lar por muito tempo, era começar uma vida sem problemas, e esquecer as rupturas deixadas no passado. Vovó concordou com a ideia de bom grado, e teríamos os dois ido para Nova York. A questão da faculdade não foi um problema, já que consegui finalizá-la em minha nova cidade. Depois, acabamos nos apegando, e agora estamos aqui. Vovó decidiu morar sozinha depois que terminei a faculdade, pois, segundo ela, seria uma interrupção para meu desenvolvimento trabalhista. Insisti demasiadamente, mas não obtive sucesso. Comprou uma casinha simples no centro, e continua lá agora. Em nenhum momento tive vontade de voltar para Alberta, pois também não sabia se os indivíduos que teriam me rastreado, viviam lá. Então apenas continuei aqui.

Juntei o útil ao agradável.

E agora estou aqui, em frente a minha casa, revirando totalmente minha bolsa. Mas que porra! Suspiro, ao perceber que perdi a chave. De novo. Agradeço mentalmente por sempre guardar uma pequena chave reserva dentro do vasinho de flores, ao lado da porta, para situações como esta, que sempre ocorrem comigo.

Me abaixo, e logo encontro o pequeno objeto, soltando um riso curto e baixinho. Só podia ser comigo.

Assim que a chave abre a porta de madeira escura, empurro a mesma, sentindo o cheiro familiar invadindo minhas narinas, trazendo a sensação de conforto.

- Finalmente - Digo sorrindo aliviado, soltando a bolsa encima da cadeira do mesmo material das portas e de todo o resto da mobília.

Vou, praticamente, me arrastando em direção a cozinha, e procurando um copo nas gavetas altas do armário. Pulo, tentando alcançar o copo, mas falho miseravelmente. Bem, eu não me considero um homem baixo, possuo 1,70 de altura, e ainda assim, passo por problemas bobos como esse.

!365 𝐃𝐍𝐈!ⁿᵒˢʰ [𝙷𝙸𝙰𝚃𝚄𝚂]Where stories live. Discover now