Capítulo 2

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Harry acordou cedo! Seu segundo dia de trabalho estava abarrotado de tarefas que ele planejou para começar a ensinar Draco. No dia anterior depois de conversar com Draco, ele foi até Tiff para guardar suas coisas no quarto e aproveitou para fazer uma grande lista de materiais que ele precisaria para ensinar Draco. Demorariam alguns dias para suas encomendas chegarem, sorte que ele tinha uma reglete positiva e uma punção para já começar a ensinar braille para o rapaz.

Harry ainda estava digerindo como Draco vivia de uma forma alienada. Com terríveis pensamentos de que ele não poderia ter uma vida como a de qualquer outra pessoa. Céus, falta só algum empregado vestir-lhe as calças, de tão absurdo que era o tratamento para com o rapaz. Pelo pouco que ele disse, ele até que tentou no começo fazer as coisas por si mesmo, mas quando começou a tropeçar e bater nas coisas, sua mãe começou a delegar que os empregados fizessem as coisas para ele. O jovem não chegou a verbalizar isso, porém, Harry percebeu que esse tipo de superproteção, colocou na cabeça do loiro de que ele nunca mais poderia fazer essas coisas normalmente. E juntando a super proteção com o reforço negativo do pai, tudo culminou para a piora do estado do Malfoy.

Harry procurava mentalizar que a grosseria do garoto era em relação ao seu tipo de garoto que se ele tivesse um pouquinho de paciência e cuidado, que o menino não só sairia dessa, como também se descobriria uma nova pessoa. A final, ter ficado cego aos 16 anos, não anula toda a existência dele, onde ele foi um jovem com desejos e anseios para a sua vida. Harry ficaria feliz se visse o rapaz correr atrás de sonhos esquecidos. Quer fosse ele ser um grande administrador de empresas ou qualquer outro sonho que ele já colocou como objetivo.

O tutor levantou organizando em sua mente como seria o dia dos dois. Primeiro chamaria o rapaz para o café já que fariam suas refeições juntos. Logo em seguida já queria começar a ensinar braille. Quanto mais cedo aprendesse, melhor seria para tornar Draco independente.

Vestiu uma calça jeans e uma camisa jogando um casaco de lã quentinho por cima. Sua bolsa já estava organizada, mas quis dar aquela garantida de que não esquecia nada. Satisfeito com tudo, saiu rumo ao quarto de Draco. Bateu na porta e aguardou sua resposta.

— Pode entrar... – a voz sonolenta de Draco permitiu a entrada do tutor.

— Bom dia, Draco! Vamos tomar café? – chamou tentando soar simpático. Harry com toda a certeza não se abalaria se o outro fosse mal educado. Pelo contrário, ele mostraria que era alguém que não se deixava abalar e que era alguém determinado.

— Ah... Bom dia! Não podemos tomar café no quarto não? Tiff sempre trás meu café no quarto! – a voz embaralhada pelo sono fez Harry querer rir.

— Acho que seria bom se nós tomássemos o café à mesa! Vamos! Escolha sua roupa para descermos.

— Ah... Tá certo... Pode pegar uma roupa para eu me trocar? Fica na primeira e segunda porta do guarda-roupa da esquerda pra direita – pediu se sentando na cama enquanto se espreguiçava.

— Tá bem! Que roupa você quer? – perguntou inocente com as portas do guarda-roupa já aberto.

— Como assim qual eu quero? Você é idiota? Tem certeza que é um tutor para cegos? Como que eu vou escolher as merdas das minhas roupas? – se alterou se irritando com a pergunta besta que recebeu, realmente se sentindo ofendido.

— Draco, você ficou cego aos 16 e acredito que você se lembra das cores. Quero saber se quer uma blusa social branca, ou uma camisa simples com algum pulôver preto. Imaginei que você gostaria de se sentir bem, vestindo algo que escolheu... Só isso – Harry revirou os olhos antes de começar a explicar para o esquentadinho o que ele tinha querido dizer.

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