Indo embora da cidade

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Eu suspiro, o ar doloroso em meu peito parece me esmagar com a dor. Limpei irritado as lágrimas quente de minhas buchechas, levantei a cabeça por um tempo e soltei todo o ar de meus pulmões, só para puxar aquele ar novamente para dentro .

Vamos! Minha mente estava me chamando, ela chiava com todas as coisas bagunçadas do meu corpo.

Eu me virei só para dar de cara com o retrato de minha mãe na escrivaninha, ela está sorrindo. Seu vestido de girassóis é tão lindo, era seu preferido, eu me lembro. Papai a deu quando descobrimos sobre sua doença, foi a forma que ele achou para tentar amenizar a crueldade do diagnóstico.

— Eu queria estar com você — desejei, as lágrimas teimosas era persistentes em meu rosto, descendo quentes .

Levantei um pouco cambaleando, forcei a dar força ao meu corpo . Fui em direção do retrato e o deitei escondendo a foto de meus olhos .

— Sinto muito, eu não posso mais ficar aqui com ele mãe — confessei, deixando minha voz ecoar sobre o vazio do cômodo.

Sem mais nada, dei alguns passos e rapidamente entrei no banheiro para tirar um pouco do cansaço com um curto e rápido banho

— Isso é o certo a se fazer — eu me convencia. Deixando as últimas lágrimas caírem e se misturarem com a água do chuveiro .

Eu fui rápido, quando saí, já com uma roupa trocada e olhos menos inchados. Peguei minha bolsa e juntei algumas coisas. Nada tão importante, só um retrato com meus pais, alguns documentos e algumas peças de roupas. Talvez algo até básico para alguém com tanto vínculo como eu, depois coloquei tudo em cima da cadeira do lado da porta, finalmente deixando todo o meu sofrimento naquele quarto e desci com o melhor sorriso que poderia força até a cozinha .

Fui rumo as escadas e atravessei a sala, o cheiro de manteiga sendo derretida era forte, sorri com os olhos ainda um pouco ardentes e entrei na cozinha, logo sendo saudado pela visão de meu pai ocupado com frigideiras e espátulas

— Bom dia! — murmurei, forçando minhas bochechas a sustentarem outro sorriso — Isso parece bom — comentei, puxando uma das cadeiras e apoiando meus braços na mesa .

O ouço sorri, então ele vira e logo está jogando as panquecas em um prato já reservado na mesa .

Meu pai parece feliz nesse momento, agindo como se o mundo não estivesse caindo ao nosso redor e nos esmagando como formigas . Isso me deixou um pouco desconcertado. Eu sabia que ele estava tentando deixar as coisas como antes.

Ele era como um pedreiro, colocando todos os tijolos para deixar tudo mais firme, porém por outro lado, eu era a demolição que derrubava um por um.

— Vai querer mais ? — Ele pergunta, isso soou até explodir em meus pensamentos.

Eu pisquei por um tempo até focar novamente minha visão nele .

— Claro, eu gostaria de mais algumas — sorri, forçando o máximo possível para esconder a tempestade dentro de mim .

O cheiro de manteiga continua se espalhando sobre a cozinha, meu pai joga então a massa branca que fez na frigideira. O vejo virando tudo até dourar, então ele vira e as espalha sobre meu prato .

Seu sorriu e seus olhos gentis fazem meu coração quebrar com a culpa. Eu não queria fugir, porém ficar aqui não é uma possibilidade. Consequentemente não posso mais fazer o que acho bom para mim e sim o que acho bom para a criança que está a caminho.

Beacon Hill não é mais um lugar seguro, e eu não posso arriscar a vida dessa criança ficando aqui.

— Stiles! — ele chama — Stiles! — e só na segunda vez que volto dos meus pensamentos

Me deixe ficar ( Stlaus )Where stories live. Discover now