O Conde Nanico

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Inglaterra industrial, século XIX.

- Não acredito que tive que mandar fazer outra bengala porque o Finnian quebrou a antiga. - Disse e logo após respirei fundo.

- Teria sido mais fácil comprar uma já pronta, mas por conta de seu tamanho, jovem mestre, nossa única opção seria encomendar por tamanho. - Disse Sebastian, com um sorriso imbecil em seu rosto.

- Cale a boca! - Eu disse, sentindo meu rosto esquentar, sem saber dizer se era de vergonha ou raiva.

Caminhavamos pelas ruas de Londres, em busca de algo que chamasse a atenção.

- O que exatamente estaria procurando, meu senhor? - Perguntou Sebastian.

- Eu não tenho certeza. - Respondi em dúvida, parando no meio da praça enquanto observava as carruagens passar.

- Há algo que não está ocultando? - Novamente Sebastian perguntou.

Eu hesitei em falar.

- Na verdade... De repente tive uma grande vontade de vir até aqui. Meu pressentimento diz que algo ruim irá acontecer. - Eu digo, novamente suspirando.

- Ora, se não é a primeira vez que o vejo tão supersticioso. - Debochou Sebastian.

- E você tá muito engraçadinho hoje, não é? - Disse arqueando uma sombrancelha com um rosto não muito contente.

- Hah, me perdoe, meu senhor. - Sebastian se curvou ao pedir perdão.

Após observar por mais um tempo, nada realmente aconteceu.

- Tanto faz... Vamos embora. - Eu digo.

- Sim, meu lorde. -

- Com licença! Ciel Phantomhive. - Chamou uma voz familiar.

Ao me virar para ver a fonte da voz, me deparo com um rosto já conhecido.

- Ora, se não é o Inspetor Abberline. - Eu digo.

- Ainda bem que está aqui, Ciel, sua presença é requisitada no quartel de polícia da Scotland Yard. - Ele disse, com um rosto bastante apreensivo.

- O quê? Eu? - Perguntei confuso. - Eu não tenho tempo para brincar com vocês da Scotland. Tenho assuntos mais importantes para resolver. - Respondi, me virando para ir embora.

- S-Senhor... É que dessa vez a situação é meio... - Abberline balbuciou.

[...]

- "Como eu vim parar aqui?" - Eu me perguntava em pensamentos.

Eu me lembro de acordar deitado no chão, e ver uma carruagem antiga logo a minha frente, como se eu tivesse sido atropelado por ela, porém... Não era um ônibus?

Não demorou muito para alguém vir ao meu resgaste, e de certa forma, após explicar minha história, eu vim parar aqui.

- Então você está dizendo, que comprou este anel e depois foi atropelado por um... Ônibus? - Perguntou um policial com um fardamento estranho.

- S-... Sim... Foi isso o que eu disse, algum problema, senhor...? - Eu questionei.

Um velho barbudo me olhava com tanta frieza em seus olhos, que sentia que iria morrer ali mesmo de tanta pressão.

- E você disse... Que este anel é do conde Phantomhive? - Novamente o policial perguntou.

Nervoso, eu balancei a cabeça positivamente enquanto me encolhia em meu assento.

- Por que o conde Phantomhive lhe venderia este anel? - O policial questionou.

Antes que eu pudesse responder, uma voz infantil disse por minhas costas.

Colecionador de Antiguidades - KuroshitsujiWhere stories live. Discover now