Parceiro De Crime.

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Bom dia/ Boa tarde/ Boa noite/ Boa madrugada.

Volteiiii !

Boa leituraaaa !

Byeeeeeeeee !

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Ao acordar essa manhã eu pensei que pela primeira vez em meses não seria ruim desistir da corrida matinal quase que sagrada perto da floresta para me arrumar mais cedo e depois descer para tomar café com a minha família, afinal em algum momento terei que parar de evita-los, mas no momento em que coloquei os pés na cozinha e vi todos tomando café em silêncio eu senti que me arrependeria de ter mudado minha rotina.

- Bom dia família. - digo e Kai me olha com uma expressão típica de aviso silencioso de que estava acontecendo algo.

- Bom dia. - respondem e então meu pai me olha.

- Como está querida ? - pergunta e eu junto as sobrancelhas em confusão.

Ele está sendo agradável.

Isso não é bom.

Meu pai nunca é gentil, ainda mais comigo.

- Bem, e você ? - pergunto confusa me sentando a mesa sob o olhar atento dele. - Como foi a viagem ? - pergunto novamente e pelo canto de olho vejo Kai levar o copo de suco a boca duas vezes em seguida em sinal claro de que eu não deveria abordar esse assunto.

Esse é um código nosso, quando meu pai está abordando algum tema desagradável meu primo leva o copo duas vezes a boca sem pausa para que eu não tente manter um diálogo ou me prepare psicologicamente para ouvir coisas desagradáveis.

- Estou bem e a viagem foi ótima, fico feliz que esteja interessada em saber, porque tenho novidades. - diz animado e minha mente grita que eu vou me arrepender de estar sentada a essa mesa nesse momento.

- Cerberus, não é o momento. - diz meu tio com uma expressão que faz meu corpo entrar em alerta.

- Se me permite dizer, eu acho que seu irmão está certo, não é o melhor momento e as crianças vão se atrasar para a aula. - diz minha mãe com a cabeça baixa e agora sim não resta dúvidas, vou me arrepender amargamente de estar aqui.

Minha mãe nunca fala nada na presença do meu pai e o fato dela estar falando agora indica que o assunto com toda certeza não será agradável, suspiro tentando conter meu nervosismo diante dessa situação e então olho para meu pai.

- Vá em frente, diga o que tem que dizer, mas seja direto. - digo e meu pai sorrir.

- Sabe, apesar das suas atitudes nada convencionais e que me tiram do sério na maioria das vezes, eu devo dizer que de certa forma gosto dessa parte impaciente que você herdou de mim, por isso serei breve. - diz e eu apenas mantenho meu olhar firme no seu enquanto ele ainda sorrir me encarando. - Você vai se casar ano que vem, seu noivo chega em breve para lhe conhecer. - completa e por um momento tudo a minha volta parece girar enquanto meu coração bate apressado e eu engulo seco fechando os olhos e em seguida respiro fundo.

Mantenha a calma.

Mantenha a calma.

Respira.

Um noivo ?

Me casar ?

Então foi por isso que ele viajou.

Sorrio tendo noção de que meu pai é um grande babaca, não posso negar isso, não quando ele faz questão de mostrar o tempo todo o quanto ele é desagradável, antiquado, machista, cheio de ideias medievais e.... Calma, respira fundo que não vale apena perder a cabeça por causa dele, olho para meu pai e ao notar sua expressão vitoriosa eu não consigo conter o riso, então me permito rir de maneira frenética e escandalosa sabendo que isso o irritaria, mas eu não me importo, eu simplesmente não dou a mínima para o que ele acha ou quer.

The First Alpha. ( The Curse )Onde histórias criam vida. Descubra agora