A aposta (parte 3)

550 40 11
                                    


Batendo as luvas na coxa num gesto distraído, ele passou o trajeto
num estado de calma ameaçadora enquanto contemplava todos os métodos muito satisfatórios que poderia usar para ensinar à esposa absurdamente obstinada e rebelde uma lição necessária e inesquecível.. Mas — como Higgins lhe informou quando ele passou direto pelo mordomo e começou a subir a escadaria — Penelope “não estava em casa”.

Um instante antes, colin teria jurado que era impossível se sentir mais furioso do que já estava. A notícia de que a esposa o desafiara abertamente ao sair, quando ele tinha ordenado que ficasse ali, fez seu sangue ferver.

— Chame a camareira dela — ordenou Colin num tom que fez Higgins se apoiar na porta antes de sair correndo para buscar a mulher.

Cinco minutos depois, às dez e meia, Colin seguia para o baile dos Lindworthy.

Penelope desceu a escadaria com elegância no vestido mais ousado que já usara.

Ele ficava perfeito em seu corpo — ela se sentia maravilhosa, independente e ousada.

Na metade da escada, deu uma olhada despreocupada para o salão lotado, procurando por David, Kate ou a sogra.

Encontrou a sogra primeiro, junto com um grupo de amigos , e seguiu em sua direção. Penelope era um monumento cintilante e radiante, cheio de juventude e sofisticação, com os olhos brilhando tanto quanto as joias que usava, fazendo pausas no caminho para acenar com a cabeça para conhecidos.

— Boa noite,  — disse ela num tom alegre, dando um beijo na bochecha da sogra.

— Você está animada hoje, minha menina — disse violet, abrindo um sorriso radiante e segurando suas mãos enluvadas. — E também fico feliz por saber — acrescentou ela — que Colin seguiu o conselho excelente que lhe dei hoje cedo e desistiu daquela bobagem de proibi-la de sair de casa.

Com um sorriso travesso, penelope fez uma mesura respeitosa e demorada, um milagre da graciosidade, ergueu a cabeça e declarou com alegria:

— Não, senhora, ele não fez nada disso.

— Quer dizer que...

— Sim.

— Oh!

Como Penelope já sabia a opinião da sogra sobre suas obrigações conjugais, aquela reação desanimada ao seu comportamento rebelde não a abalou.

Na verdade, no humor que estava, ela achava que nada seria capaz de desanimá-la. Até que, um mísero minuto depois, kate veio apressada em sua direção, parecendo em pânico.

— Ah, Penelope, como você pôde! — declarou ela, nervosa demais para se importar com a presença da Sogra. — Não há um marido neste salão que não queira esganar você. Incluindo meu marido, quando ficar sabendo! Aquilo foi longe demais, não foi engraçado! Você não pode...

— Do que está falando? — interrompeu Penelope, mas seu coração tinha disparado pela ansiedade extrema da amiga, que costumava ser imperturbável.

— Estou falando da aposta que você pediu para David registrar em seu nome no livro do White’s, Penelope!

— Em meu nome... — exclamou ela. — Ah, meu Deus! Ele não fez isso!

— Que aposta? — quis saber Lady Bridgerton.

— Fez, sim! E todo mundo aqui sabe.

— Meu Deus! — repetiu Penelope, fraca.

— Que aposta? — questionou Lady Bridgerton num tom ameaçador e baixo.

Nervosa demais para responder, Penelope deixou a tarefa a cargo de kate.

Say You'II remember meOnde as histórias ganham vida. Descobre agora