Capítulo 9 - Uma Situação De Risco

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Capítulo 9 — P.O.V Maria: Uma Situação De Risco.

A brisa decorre pelo meu ombro, sutilmente, passando pelo meu rosto, fazendo-me cócegas geladas.
E rispidamente, indo embora, sem se importar em me fazer encolher em meu pulôver acolhedor, que abraçava minha blusa de lã, gola alta, com alguns pelinhos, de não sei onde.

A atmosfera nas ruas era tão pesada que eu não me atrevia a respirar normalmente, com medo de alguns pares de ouvidos, ligeiros.

Caminhamos sobre a luz da lua, como se estivéssemos num tempo sem eletricidade. Os passos entre nós eram suaves e rápidos, eu apertava minhas luvas com a caída de folhas das árvores que estavam do meu lado.

Estávamos próximos ao mercado quando puxo os garotos, apontando pra uma hamburgueria, ela havia sido abandonada e se olhasse para porta poderia se ver que havia uma fresta aberta, era uma porta de abaixar e levantar, ou seja, era perfeito.

Entramos rapidamente, levantando a porta o mais rápido possível, porém, antes, olhando por baixo, para certificar nossa segurança.

Estava incrivelmente limpo e organizado, observamos, após acender a iluminação.
O freezer tinha bastante gelo,  sucos de lata, coca, entre outros. Havia carne também, bife. Eu olhei para os meninos.

— Vamos comer. - falo sorrindo e fazendo um V com os dedos.

Os meninos ficam incrédulos.

— O que foi? Não vamos conseguir levar a maioria das coisas aqui, vamos dar uma aproveitada. E também tenho uma sugestão pra fazer.... — Digo.

— Bom, acho que tá tudo bem, ninguém vai conseguir ver a luz mesmo, nem sentir o cheiro. — Marcus fala.

— Vai ser bom dar uma pausa pra fazer uma estratégia. — Paulo se levanta, e pega um fósforo  no balcão e alguns bifes de hambúrguer e parte pro fogão.

Eu pego três cadeiras e coloco perto dele, para podermos conversar, Eu e Marcus nós sentamos.

— Carrinhos. Vamos pegar quatro, e guardar aqui. Vamos lotar de comida. Quando formos embora da cidade, jogamos eles na caminhonete. Não devemos ficar muito tempo aqui mesmo.

— Sobre isso... — Marcus me interrompe. — Estava pensando em sair da cidade amanhã mesmo, ou depois de amanhã. As coisas estão... se deteriorando bem rápido.

— Ficou pronto. — Paulo pega os bifes e coloca em um prato recém-lavado, e seco.  Ele abre o armário e pega três pães e coloca bastante batata palha.
— Irei fazer um pouco de bacon, também.

...

Nós levantamos, satisfeitos. Separamos algumas coisas no freezer e colocamos o gelo por cima, como uma coberta. O gelo logo iria se derreter. Pego um galão de água que estava na despensa e coloco ao lado do freezer.

Saímos, tão silenciosamente quanto entramos, só que desta vez eu estava com um pouco a mais de coragem. Seguimos em frente e logo depois viramos a esquina do mercado.
O mercado ficava em frente a um beco.

Passamos correndo, direto ao mercado, que estava com as luzes acesas. Os balcões estavam revirados, e no meio do corredor nove havia um cadáver, fedendo.

Paulo impede nossa movimentação com um gesto, e sibila lentamente, parados. Eu e Marcus nós olhamos, o silêncio pairava no ar, e eu prendia minha respiração, não sabendo o problema.

Ele retira seu machado da mochila, seu lindo machado preto, refletia o brilho da lâmpada do mercado, com um movimento rápido em ziguezague Paulo corta a cabeça de um cadáver que estava no chão, encostado na quina de uma grande prateleira de vinhos. Sangue começa a jorrar das veias que ficaram de fora no grande corte do pescoço, e grudam na sola do meu sapato, deixando-o vermelho. O sangue brilha, junto com o machado.

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⏰ Last updated: May 20, 2022 ⏰

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Parada Zumbi -  A InfecçãoWhere stories live. Discover now