Capítulo 1

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Conforme chegava perto e a paisagem ia ficando conhecida, Ana foi ficando ansiosa, e feliz . Claro que ia ser difícil, e muito, mas já estava sendo durante esses sete anos.

Mas a vontade de rever seu lar sua família e seus amigos era maior que a dor que ia sentir. Ela estava preparada, ficar na cidade só com Jack, Lia e Tetê, sem nenhuma notícia até ajudou, e agora seriam só três dias. Ela podia aguentar, fez sua parte. Ia ficar tudo bem.

Quando saiu da rodovia e entrou na estrada de terra ela sabia que já tinham visto a caminhonete. Rodou mais alguns quilometro e viu a porteira de longe. Começou a buzinar igual uma criança, a empolgação tomou conta. Ela ia fazer tudo certo, ia dar tudo certo.

Parou e desceu para abrir a porteira e notou que estava fechada a cadeado. "ué" nunca tinha sido assim antes. Ela resolveu pular, era perto, só dois quilômetros dali. Mas ai apareceu um cara, enorme, saiu de trás de ­ árvore, um alfa.

_ Oi, abre pra mim! _ nada. _ Não vai falar comigo? Não nos conhecemos, mas sou a Ana, será que eu preciso me apresentar? Vc sabe que eu nasci aqui.

O homem respirou fundo e eu percebi o que ele estava fazendo. - É, Pois é, sou a humana, eu sei que vc sabe quem eu sou. _ "Comecei a ficar preocupada, porque ele não respondia?" Olhei pra ele. Eu não o conhecia, mas vi uma coisa. _Vc está armado? Uau, até que enfim, cadê as câmeras? _ Procurei e vi, elas estavam em dois postes um de cada lado da porteira. Comecei a pular e acenar.

_Gente, cheguei, deixa eu entrar, tô morrendo de saudades. Trouxe presentes, abre. _ esperei._Abreeeeeee......_ disse. _ Nía. eu trouxe seu presente. Maia, Roger, geeeente para de palhaçada. _esperei. _ Nochuuuuuu... ( eu raramente falava o nome dele, doía ). mas eu não estava entendendo nada.

Olhei para o cara e perguntei, _eles podem me ouvir? _Ele só acenou que sim com a cabeça. _Gente para de sacanagem, eu tô com fome._ esperei mais e nada. _Maia, por favor, eu não sou uma ameaça, vc sabe. Vem aqui, o que tá acontecendo gente! Nía!!!! _gritei .

Será que entrou todo mundo no cio ao mesmo tempo, fala sério. _Maia, deixa eu conhecer o seu filhote, eu trouxe um presente. _ ( o cara do portão me olhou espantado quando eu falei filhote)­__Maia eu obedeci, deixa eu ver o meu pai.

Por mais que eu não queria pensar no pior, comecei a me desesperar. Será que ninguém tinha sentido a minha falta? Todos me esqueceram? Sem poder me controlar comecei a chorar.­ ­_Nochu, eu obedeci, vc prometeu que a gente podia ser pelo menos amigos._ soluçou. _Nochuuuu....... eu falei e vc me prometeu.

Ajoelhei no chão chorando, nem sei por quanto tempo. Doía demais saber que ninguém se importava, nem meu pai. Levantei brava e gritei.

_Dá pra alguém vim me olhar na cara e dizer porque não posso entrar, só vim visitar, eu obedeci, eu não sou um animal._ e ri, mas de nervoso, decepção, tristeza e raiva. Não tinha mais nada pra mim ali, parece que todos esses anos eu sonhei em vão, esperei em vão. Agora eu ia voltar pra minha vida incompleta, sem minha família. Todos os planos de reencontro foram por água abaixo. Fui para o carro mas ai lembrei, saí, abri a porta de traz e tirei os presentes para as crianças da alcatéia. Um saco cheio do bolas um de bichos de pelúcia e um de livros. Quase morri pra pôr tudo perto da porteira. Peguei um cartão meu e coloquei no bolso do grandão, ele nem se mexeu.

_Se alguém ainda se lembrar de mim e se o Nochu e a Maia deixarem eu vou ficar três dias no hotel da cidade, me liguem._ Comecei a chorar de novo._ Pelo menos vc Nía!

Entrei na caminhonete e fui embora.

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E ai bebês? Curiosos? Se vc chegou até aqui, obrigada por ler.

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