Capítulo 5

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-Ela vai ficar bem? - Rhys me perguntou em um sussurro.

Estávamos andando pela cidade, por mais que eu tivesse Rhys e Mor me guiando, mostrando e apresentando os lugares era como se eu já conhecesse, algumas coisas eram exatamente como eu imaginava, outra um pouco diferente mas mesmo assim, familiares.

Nesse momento Mor estava ocupada admirando um vestido da vitrine, percebi que cada um fazia algo para se ocupar e não pensar de mais no que havia acontecido ontem. Eu estava com um copo, com tampa e canudo que "comprei", bebendo um pouco do sangue que havia também "comprado" - só para deixar claro, Rhys pagou por tudo.

Pensei muito na resposta que lhe daria, não podia falar que não porquê isso lhe preocuparia, mas não podia falar que sim pois isso lhe diria muito sobre o futuro, então escolhi a melhor resposta que podia dar.

-Tudo tem seu tempo, você saberá de tudo quando acontecer oque tiver de acontecer.

- Sabe, para alguém de apenas 28 anos você fala como uma velha.

- Para alguém de 530 anos você é impaciente.

-Eu poderia acabar com a sua vida, sabe disso não é?

- E eu poderia te colocar em uma situação em que jamais veria sua parceira de novo, sabe disso não é?

Ele poderia ser poderosos, velho e intimidador, mas prometi a mim mesma que ninguém, jamais, me colocaria medo, principalmente alguém com um pênis entre as pernas.

Sua postura mudou totalmente após o meu comentário, seus olhos ficaram mais sombrios, como se isso fosse possível, oque fez suas olheiras ficarem mais evidentes, -pelo jeito ele não havia dormido nada naquela noite, e dava pra entender o motivo- sua coluna ficou mais reta, ele estava pronto pra pular na minha garganta, só para proteger a Feyre.

- Você jamais faria isso.

- E você jamais me mataria. Eu sei demais, muito mais do que você sabe e jamais saberá, coisas que poderia por todo oque você conhece e ama em risco.

Eu não gostava de usar essa desculpa, mas era o único motivo pelo qual eles me mantiam nesse momento, então precisava me agarrar a isso.

Ele me odiava, pelo menos naquele momento.

- Como Cassian e Azriel estão? -perguntei para mudar de assunto.

- Ainda dormindo, ficaram bem.

-Eu sei - falai me referindo a última parte de sua resposta.

-Eles vão voltar a voar? - ele me perguntou.

- Haaaa, claro, iliryanos e suas asas, havia esquecido desse detalhe sobre vocês. Novamente, tudo tem seu tempo Sr. Perguntas sobre o futuro.

Nesse momento Mor voltou com sacolas cheias.

- Tome estes são pra você. Espero ter acertado seu tamanho - ela me disse me estendo as sacolas.

- Ha, obrigada - falei com um sorriso gentil no rosto.

Acredito que eu realmente precisava de roupas, ainda mais considerando que não tinha absolutamente nada aqui, com exceção do copo que segurava.

Voltamos a passear pela cidade, quando Mor observou uma coisa.

- Você não notou diferença? - ela me perguntou - sobre seu corpo sabe, altura ou força? - acrescentou depois de notar a confusão estampada em meu rosto.

E é verdade, ela estava certa, Feyre sentiu dificultadade no começo, para andar ou controlar sua força, porém eu não, ganhei alguns centímetros e muita força mas sinto que sei perfeitamente como controla-los e conviver com eles.

-Mudou só que...... Como posso explicar?....... É como se eu simplesmente soubesse lidar com tudo oque mudou, como se isso sempre estivesse dentro de mim, e agora se manifestou, mas ainda sim, tudo aqui pra mim é extremamente familiar.

-Estranho - Comentou Rhys.

- E como era no seu mundo?- me perguntou Mor, mudando de assunto.

-Hmmmm, depende do que estamos falando, existem coisas que são bem parecidas com as dos humanos daqui, outras totalmente diferentes, quase como se...... Eles estivessem no passado do meu mundo.

- Como assim?- perguntou Rhys.

- O tempo, atualmente meu mundo está no século 21 e é como se os humanos desse mundo estivessem no século 19.

- É confuso mas, ....... Acho que dá pra entender- falou Mor tentando entender oque eu disse.

🔥🔥

Voltamos para a casa, Rhys foi levar as irmãs da Feyre para a casa do vento, e eu estava na sala de estar lendo um livro qualquer que tinha achado na prateleira enquanto Mor bancava a guarta-costas/ policial ficando de olho em mim.

Eu tinha muito espaço na minha mente agora, e precisava focar em uma coisa. Oque eu estou fazendo aqui?

Qual o motivo da Mãe ter me trazido aqui?

E como vou conseguir a confiança deles para me manterem aqui depois que tudo oque eu souber acabar acontecendo? Quando isso acontecer serei inútil para eles e eu precisava de algo que me segurasse aqui.

Alguém.

Eu precisava da confiança de uma única pessoa capaz de me manter segura.

Precisava de dinheiro então precisava de um trabalho, certo, arrumar um trabalho seria um dos meus próximos passos.

Céus tinha tanta coisa que eu precisava fazer, tinha que garantir eu conseguisse oque precisava para continuar vivendo aqui, ou achar um lugar para viver e também garantir que esses personagens -agora pessoas- fizessem oque precisavam sem sofrerem tanto.

Uma coisa de cada vez.

Era oque minha terapeuta sempre me falava.

E era oque eu precisava agora, enfrentar uma coisa de cada vez.

Um problema por vez.

Acho que tenho oque preciso para começar.

A corte de novos mundos Where stories live. Discover now