Despedidas

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4 anos depois

Era inverno, Gyomei, agora aos 19 anos, começa a cuidar de duas crianças órfãs, pelo constante frio, Naomi, agora com 15 anos, o ajudava a cuidar dos pequenos como podia com cobertores e alimentos.
- Você é muito bondoso em ajudar essas crianças Himejima. - admirou Oozora.
- Não poderia as deixar passando frio jogadas pelos cantos da aldeia.
- Muito caridoso de sua parte.. Himejima eu queria um favor.
- Claro senhor, em que posso ajudar?
- Naomi.. eu preciso viajar, morarei fora por algum tempo indeterminado, ela não quer ir comigo, ela não quer sair de perto de você.
-..irão..morar fora? É longe?
- Sim, um antigo aluno arranjou algumas pessoas que querem aprender e ele chamou a mim pra ser o novo mestre destas crianças, essa aldeia é ótima, nasci e cresci aqui, mas é tão pobre, tão humilde, mal cuido de mim e de Naomi aqui, ela tenta todos os dias me ajudar, ela caça, planta, tenta vender essas coisas, alimentos, peles, mas as pessoas também não são muito melhores de condição que nós.. preciso ir.
- ..entendo..
- Sei que também ficará triste, vocês se conhecem há 5 anos, não de desgrudaram desde que se falaram pela primeira vez, mas eu preciso cuidar da minha filha, garantir um bom futuro pra ela, e infelizmente agora não posso te chamar pra nos acompanhar, você tem mais compromissos... com o orfanato.
- Eu entendo senhor..
- Tente a convencer de vir comigo, por favor.
- Farei o que puder..
-Muito obrigado Himejima... sentirei sua falta, você se tornou como se fosse da família agora, mas não é um adeus, é apenas um até logo.
Ambos se abraçaram e se despediram, assim que Oozora estava longe, Gyomei se pôs a chorar, ele também temia perder Naomi.

Poucas horas depois

-Dá pra acreditar? Como meu pai pode querer sair daqui, eu gosto desse lugar, eu tenho você, tenho alguns animais na floresta que cuido, não posso deixar vocês, isso é pedir demais de mim.. mas não quero que ele vá, eu o amo tanto... ah Gyomei, o que eu faço?
-...vá Naomi.
- O que...?
- Você tem que ir..vai ser melhor pra vocês, poderão ter uma vida mais confortável, aquecida, sem tantas preocupações com alimentos.
- Não Gyomei..
- Naomi me escuta.. se eu pudesse faria de tudo pra não te deixar ir, é minha.... Melhor amiga.....
- Eu não quero ficar sem você!
-Vai ser só por um tempo, não é pra sempre.. quem sabe quando voltar não estarei melhor também com mais crianças pra cuidarmos juntos, brincar como fazemos agora, quem sabe a gente possa até....enfim.. vai ser melhor.
Naomi o abraçou forte, chorando.
- Promete que vamos nos ver de novo? Que não importa quanto tempo passe, seremos exatamente como agora?
- Eu prometo Naomi - respondeu, retribuindo seu abraço.
- Eu quero..te pedir uma coisa, Gyomei.
- Sim?
- Toca pra mim de novo...aquela canção.
- Claro.
Ambos se sentaram, e Gyomei levando o shakuhachi aos lábios começou a tocar a mesma doce e bela canção que havia feito para Naomi há alguns anos. Enquanto tocava, algumas lágrimas começaram a surgir de seus olhos.

No dia seguinte

-Ta tudo pronto filha?
-Sim..
-Ei..não faz essa carinha, nós vamos voltar um dia.
-Ta bom.
-Vamos passar no orfanato, despedir do Gyomei, o veremos em breve.
- Ta bom.
- Vai me ajudar a lecionar, ta pronta pra isso?
-Estou, isso não me assusta.
- As vezes esqueço que minha garotinha já é uma moça bem corajosa..
- Aprendi com meu poderoso e corajoso pai.
Oozora dá um beijo na testa de Naomi.
- Vamos lá princesa.

Chegando ao orfanato, Naomi correu ao encontro de Gyomei e ambos se abraçaram.
- Fiz uma coisa pra você, já que está sempre meditando - disse Naomi entregando um pequeno embrulho à Gyomei.
Abrindo o embrulho, Gyomei tirou um lindo japamala* vermelho.
- Ah Naomi, é lindo seu gesto..
- Assim vai ter algo pra fazer suas preces e mantras e a cima de tudo, olhar e lembrar que não está sozinho, nem esquecido.
- Você é perfeita Naomi, eu também nunca vou esquecer de você.
Se abraçando novamente, Naomi e Gyomei se despedem, Oozora também abraça Gyomei, e assim Oozora e Naomi partem para a nova morada, Gyomei escuta os sons de ambos se afastando e começa a chorar novamente.

Se abraçando novamente, Naomi e Gyomei se despedem, Oozora também abraça Gyomei, e assim Oozora e Naomi partem para a nova morada, Gyomei escuta os sons de ambos se afastando e começa a chorar novamente

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Chegando a nova aldeia

- Demorou mas chegamos.. Parece bonito né?
-Parece que sim.
-Arrume suas coisas em seu quarto e vou chamar o Haruki para nos apresentarmos aos nossos novos alunos.
- Certo.
Naomi rapidamente arrumou suas roupas cuidadosamente dobradas, depois de ajeitar tudo, arrumou sua munhequeira e foi ao encontro de seu pai.

-Ah Naomi, chegou bem na hora, essa é Naomi Kimi, minha filha e ajudante, ela também ensinará a vocês.
Alguns rapazes deram risadas baixas e disfarçadas.
-Ela é linda mas ser ensinado por mulher a que? Maquiagens?
Todos os rapazes imediatamente começaram a rir, Oozora olhou para Naomi que estava apenas observando em silêncio.
- Mas e então linda, meu nome é Touta. - disse um dos rapazes de aproximando de Naomi que rapidamente pegou sua mão com a mão direita e puxou o rapaz pela roupa com a mão esquerda, o fazendo virar no ar e cair no chão.
-Como já ouviram, meu nome é Naomi Kimi. Não aceito apelidos, não aceito desrespeito e não aceito flertes. Se não aprenderam a respeitar uma garota até hoje eu os ensinarei, na base da força. Agora podemos parar com a infantilidade de pensar que uma mulher não pode ser forte o suficiente pra dar uma bela surra num homem, e começar a se apresentarem para começarmos a aula.


*O japamala é um cordão de contas utilizado nas práticas de meditação indiana para contar mantras

Hora da fofoca

Gyomei sentiu tanto a falta de Naomi que começou a tocar no Shakuhachi a canção que criou pra ela e que a mesma amava, mas tocou por tanto tempo que acabou levando vassouradas de algumas senhoras idosas.

Demon Slayer - A Pilar da NaturezaWhere stories live. Discover now