Capítulo dois

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Crystal

Eu continuo de costas para o Raphäel e prendo a respiração quando ele toca em meu braço me causando arrepios. De forma rápida eu me livro de seu toque e me viro de frente para o seu corpo.

__ A minha mãe precisa de algo? – pergunto tentando não demonstrar o meu incômodo e nervosismo.

__ Podemos conversar? – a sua voz é extremamente rouca causando reações em meu corpo e engulo em seco negando.

__ Estou ocupada. Talvez em um outro momento – digo simples e me viro para sair, mas novamente sou impedida – Me solta! – peço segurando o choro e dentro de mim há uma ebulição de sentimentos que estão me fazendo sentir como uma maluca.

__ Iremos conversar! – Raphäel diz de forma exigente e me leva para uma parte da mansão que está isolada. Eu olho para trás para avistar os meus amigos, mas percebo que estou longe deles.

__ Não temos o que conversar! - rebato na defensiva e felizmente me solto de seu aperto.

__ Crystal, eu não quero que me veja como um inimigo.

__ Eu não te vejo como um.

__ Então por que me evita?

__ Eu não te evito, você faz isso! - retruco e neste momento parecemos dois adolescentes tentando resolver um problema.

__ Você é importante para mim assim como a sua mãe - eu não controlo o riso irônico e balanço a cabeça.

__ Que doce as suas palavras, e se é apenas isto que queria dizer... - deixo as palavras no ar e me viro para sair daqui.

__ Crystal! - eu ignoro a voz do Raphäel, mas ele é um maldito insistente e novamente me impede de prosseguir já que aparece em minha frente - Você ainda não me perdoou?

__ Eu não tenho o que perdoar – respondo dando passos para trás.

__ Eu não quis te magoar quando...

__ Você não tem que se desculpar! - eu o interrompo e sinto um nó se formar em minha garganta.

__ Você ainda tem sentimentos por mim? - a sua pergunta me desestabiliza e a atenção de Raphäel é assustadora sobre mim.

__ Isto não importa, com licença! - eu tento passar por ele, mas ainda é falho.

__ Se eu estou perguntando é porque importa!

__ Importa pra quem? Eu já entendi que você não me acha boa o bastante pra você, então não entendo o que te interessa a minha resposta – eu seguro o choro e desvio quando Raphäel tenta segurar a minha mão.

__ E me expressei mal naquele dia, Crystal.

__ Que seja, isto não importa mais. Eu nem mesmo me lembro da sua existência - digo ácida e enxugo uma lágrima que insistiu em cair - Não precisamos nos dar bem e muito menos precisamos conversar. Eu te respeito, você me respeita, cada um fica no seu canto e isto é tudo! - digo estas palavras com uma imensa dor no peito, ainda mais ao ver a expressão de chateação no rosto do Raphäel, mas não considero isto neste momento. Se ele não teve pena de mim quando eu disse que o amava, que diferença fará eu dizer que o quero longe sendo que no caso dele não há sentimentos?

__ Eu não gostaria que fosse desta forma – sua voz grave me tira dos pensamentos e o olho firme.

__ Se você tentasse anos atrás talvez a minha resposta fosse outra, mas você chegou atrasado – sorrio sem mostrar os dentes e saio deste lugar o mais rápido possível - Você dirige – digo entregando a minha bolsa para o Jonathan e apenas entro no carro de qualquer maneira. Candice logo está ao meu lado e não seguro as lágrimas - Por que ele tem que sempre estragar a minha vida? - pergunto chorando e Candice me abraça apertado.

Correr atrás (COMPLETO NA AMAZON) EBOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora