Está de noite e está bem frio, o garoto está atento a porta segurando o rifle olhando discretamente a janela, ele parece com sono, mas não dá o braço a torcer e se recusa a ir dormir no turno de vigia dele, não consigo dormir então puxo assunto com ele.
- Hoje foi estranho né? De manhã estavamos na minha casa e agora... Estamos nessa farmácia. - disse enrolada numa manta térmica enquanto olhava pro rosto do garoto que estava totalmente tomado pelas sombras na noite, exceto por uma faixa de luz de um poste de energia solar que iluminavam seus olhos eu tinham uns expressão de seriedade e foco.
- Sim, me desculpa... a culpa é minha eu deveria ter protegido você, por meu descuido agora está machucada... - disse o garoto olhando ainda pro lado de fora mas mudando suavidade a sua expressão de seriedade para uma que tinha uma certa melancolia.
- Ei isso não é culpa sua, não tínhamos como advinhar nada, muito menos que estávamos sendo seguidos, você fez o que pode, assim como eu e eu estou bem foi só um arranhão. - disse paro o garoto enquanto andava em sua direção.
- Sei lá, acho eu era previsível que não podíamos ter saído nessas condições, me sinto estúpido... E mesmo sue seja só um arranhão isso me deixa mal, queria te proteger. - diz o garoto tocando meu rosto e afastando os fios de cabelo antes de me dar um beijo na testa.
- O importante é que estamos bem e nada aconteceu de grave, vem deitar comigo, podemos fazer barricadas. - disse pegando na mão do garoto e o levando para onde antes eu estava.
*30 minutos depois*
A barricada está pronta, tiro o chapéu do garoto e o deito ao meu lado, e lhe dou um beijo, o garoto deitado ao meu lado me abraça e fala:
- Eu ainda não entendo o que são aqueles caras... "Deus quer sangue", achei que Deus fosse bondoso... - disse o garoto me abraçando e olhando pra mim enquanto refletia.
- Devem ser fanáticos religiosos, tínhamos muitos desses loucos antes, eles devem ter se juntado e agora estão vivendo com sua fé distorcida. - disse com confiança.
- Você tem razão, bora dormir um pouco, a cidade parece segura, e me sinto melhor com você ao meu lado. - disse o garoto enquanto me envolvia em seus braços.
É de manhã, sinto um feche de luz bater na minha cara, olho e o garoto está apagado do meu lado, é fofo ele não ronca, mas respira profundamente, ele faz biquinho para dormir, me pego sorrindo enquanto o observo respirar profundamente, logo me levanto, e destranco o local e respiro o primeiro ar gelado do dia, que convenhamos, depois de horas num local fechado não há nada melhor do que respirar um ar gelado pela manhã.
Saio e olho ao redor, não tem nenhum zumbi, parece tudo calmo, saio pra caçar algo, mas pra minha surpresa ao ir pro lado da farmácia onde era um beco para ir procurar comida numa mata que tinha alí atrás, vejo pichado no muro:
"área dos messias do apocalipse - M.D.A"
Eu entrei em estado de choque, e voltei rapidamente pra dentro da farmácia tentando fazer silêncio, corro pra pagar as coisas enquanto "grito baixo" o garoto que ainda estava dormindo, o sacudi de leve, o garoto abre os olhos levemente assustado.
- O que aconteceu? Você parece transtornada. - diz o garoto esfregando os olhos e colocando o chapéu na cabeça.
- A gente tá dentro da área daqueles malucos, depois conversamos, vamos sair daqui! - disse para ele enquanto catava as coisas.
O garoto se apressou para me ajudar quando me ouviu.
- Era de se esperar, não nós locomovemos tanto. - disse o garoto entanto pegava a bolsa.
Saímos apressados, andamos só 2 quarteirões até que vimos duas pessoas conversando, nos escondemos atrás de uma caçamba de lixo entre um beco e outro, e não tivemos como não ouvir:
Desconhecido 01: COMO DUAS CRIANÇAS GANHARAM NO FOGO CRUZADO CONTRA TRÊS HOMENS!? - disse de forma enfurecida e incrédula, ele tinha uma voz grave e rouca.
Desconhecido 02: Chefe.... a gente acertou a garota, mas eles estavam com artilharia pesada, e eles correram mui... - disse de maneira submissa tentando se explicar antes de ser interrompido, ele tinha uma voz bem anasalada.
Desconhecido 01: NÃO INTERESSA SE VOCÊS ACERTARAM OU NÃO, ERA PRA TER TRAZIDO OS DOIS ATÉ MIM, E EU NÃO SOU O CHEFE, O CHEFE AQUI É O DEUS E ELE ME PEDIU QUE ERA PRA PEGAR ELES PESSOALMENTE! - disse irado.
Desconhecido 02: Me desculpa..., Não irei mais falhar com o Deus... - disse quase que pedindo clemência.
Desconhecido 01: Olha, vamos só os procurar, não devem ter ido longe, o chefe os quer para hoje a noite, assim pode ir chantagear pessoalmente o outro grupo, uma coisa que você deve entender é que somos todos Messias, e nossa fidelidade é somente ao Deus.
Pera... Deus é uma pessoa, algum lunático se intitula como Deus? Como caralhos isso funciona, olho pro garoto tão chocado quanto eu, faço sinal assim ele, para pegarmos os caras. Logo ele entende e surpreendemos eles. Esfaqueamos os caras e revistamos os corpos, neles achamos uma chave de carro, essa era nossa saída daquele lugar, corremos até vermos um carro e apertamos o botão, o que 1- confirmou que era o carro e 2- chamou a atenção dos zumbis, saímos matando os zumbis no caminho até chegarmos no carro, e abrir as portas, Carl foi no bando do motorista e eu no do passageiro, só de ver o que eu consigo confirmar é; Carl não sabe dirigir carro, sei pela forma que ele segura o volante, e que ligar e motor chamou mais ainda a atenção dos zumbis, passamos com o carro por cima deles enquanto eu rezava para que Carl não nós matasse, depois de pegarmos a via principal do vilarejo ouvi um tiro, antes que pudesse questionar o segundo pegou no vidro há poucos centímetros da cabeça do Carl, só tive uma reação...
- Carl abaixa! Abaixa! - exclamei enquanto carregava a glock e colocava a arma pra fora.
Pelo retrovisor vi dois homens atrás de nós numa moto, acertei o pneu na moto que fez os dois tombarem, corremos estrada a fora tentando nos encontrar usando o sol de referência, pro nosso azar eles pensaram antes poucos quilômetros vi uma barricada, desaceleramos, logo falei:
-Carl vamos sair do carro! - disse puxando o feio de mão.
O garoto saiu do carro primeiro, mas antes que pudesse os pés pra fora, vi os caras saindo do mato eu só tive uma reação.
- Foge agora! A gente tá perto do rio, nos encontramos lá - ele não parece ter entendido mas fez o que eu pedi...
Fechei a porta e fui pra posição do motorista, logo fui com o carro com toda velocidade na direção deles, e atropelei eles, quando ia sair do carro um homem, com um sorriso icônico me falou:
-Vai a algum lugar? Deixa eu me apresentar, meus amigos me chamam de Deus...- disse apontando uma pistola pra mim.
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Ecos De Um Apocalipse: Encontrando O Amor Com Carl Grimes
RomanceVocê está num apocalipse zumbi sozinha a um bom tempo, quando conhece um garoto chamado Carl Grimes. A partir disso se envolvem descobrindo novos sentimentos e enfrentando a vida no mundo pós apocalíptico Observações: na minha versão Carl não morre...