Guilherme estava sentado na beira da piscina da mansão e balançava os pés lentamente na água, criando pequenas ondas por toda a superfície e sentindo o frescor, se permitindo relaxar completamente pela primeira vez em muito tempo. O sol batia em seu rosto, aquecendo sua pele enquanto o doutor tinha os olhos fechados.
Os últimos dias tinham sido intensos com o nascimento de Paulinha e a quase morte de Neném, mas ele agora queria deixar tudo para trás e viver cada dia ao lado de Flávia e dos dois filhos. Queria construir sua família com todo o amor e fazer com que fosse diferente de seu primeiro casamento.
- Oi, pai. – Tigrão surgiu atrás dele com um enorme sorriso no rosto.
- Oi, filho. Como foi lá na Tijuca?
- Foi tranquilo. Conversei com a Bibi.
- Como ela está? Seguindo as orientações de recuperação?
- Ela nem tem escolha com a vó Nedda sempre em cima. – O garoto deu risada e Gui também abriu um sorriso.
Ficava feliz ao ver o filho se aproximando de Neném e da família dele. Sabia que sempre seria o pai de Tigrão e não se sentia ameaçado de nenhuma forma pelo amor que nascia entre o menino e o jogar de futebol.
- Que bom, filho. A Bianca vai ter uma vida toda pela frente agora.
- É, ela tá muito feliz. E isso é graças a você. – Tigrão apoiou a cabeça no ombro do pai. – Você salvou ela naquele transplante.
- O que salvou ela foi o coração do Roni. – Gui passou a mão pelos cachos do filho. – Eu só dei uma força pra isso acontecer.
- Algum dia vamos fazer um transplante juntos. Já imaginou?
- Já imaginei, sim. – O doutor sorriu e abraçou o filho depositando um beijo em sua testa.
- Ah, tem uma boa notícia. Quase esqueci.
- O que?
- O Neném foi convocado pra seleção.
- Que ótima notícia! – Gui estava sendo sincero.
Ficava genuinamente feliz de ver o craque da camisa 10 alcançando seu sonho de voltar à seleção brasileira depois dele quase morrer em sua mão naquela ambulância. Bem, ele morrera por um breve momento, mas a Morte permitira sua volta e era isso que importava.
- Nós podíamos ir na Copa ver o Neném jogar.
- Você pode até ir, mas eu e a Flávia temos a Paulinha. Ela é muito pequena pra viajar longe assim.
- Verdade. – Tigrão deu um leve sorriso. – Mesmo não vendo ao vivo, vai ser muito legal.
- O que vai ser legal? – A voz de Flávia soou atrás dos dois e eles se viraram para vê-la descendo as escadas da entrada da mansão em direção à piscina.
- Ver o Neném jogando pela seleção. – Respondeu Tigrão.
- Ele foi convocado? – Ela alegrou-se e sentou-se ao lado do marido. – Isso é ótimo! Ele deve estar muito feliz.
- Como está a Paulinha? – Perguntou Guilherme dando um beijo rápido na esposa.
- Terminou de mamar e agora está dormindo. Deusa está com a babá eletrônica.
- Estava falando pro pai de ir ver os jogos da seleção.
- No Qatar? – Flávia olhou para o enteado surpresa. – Nosso filho quer ir pro Qatar, Guilherme.
- "Nosso filho"? – O garoto olhou confuso para Flávia.
- Sou casada com o seu pai, não sou? Então você é meu filho também. – A dançarina estendeu a mão e apertou a dele em um gesto carinhoso.
YOU ARE READING
Sempre foi você (flagui)
RomanceTrês meses depois da quase morte de Neném e do transplante cardíacos de Bibi, Flávia tem uma notícia para compartilhar com o marido, o doutor Guilherme Monteiro Bragança.