Capítulo 11

105 17 8
                                    


--------------○--------------


Pov Gun


Eu não aguentava mais me mudar, principalmente quando era contra minha vontade. Pra ser bem sincero, eu cheguei a fantasiar em morar lá, no fim do mundo, pro resto da vida, mas agora era uma outra situação. Eu estava me iludindo que toda aquela calmaria seria pra sempre, que as coisas finalmente tinham se ajeitado. O assassino ainda estava atrás de nós, ou melhor, atrás de mim. O pior disso tudo? Eu ainda não fazia ideia do que ele queria, não tinha como fazer. Eu tentava e tentava pensar, mas só o que eu conseguia, era uma bela dor de cabeça. Queria que meu irmão estivesse aqui, ele saberia como me ajudar, se ao menos ele tivesse me deixado algum recado...

– Gun? - Off me tocou no braço e eu dei um pulo com o susto. - Você está me ouvindo? - Ele me perguntou sério, com as sobrancelhas franzidas.

– Desculpa, o que você falou? - Vi seus ombros murcharem. Ele balançou a cabeça em negativa.

– Nada, deixa pra lá. - Disse saindo do quarto e me deixando sozinho com nossas coisas.

Sei que não estou sendo justo com o Off, não estou dando a atenção que ele merece, mal consigo me aproximar. Só que não é de propósito. Não sei o que tem de errado comigo. Nanon tentou conversar comigo, disse que percebeu que nos afastamos e tentei explicar que não era bem assim, na verdade, eu não sei o que eu to sentindo. É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, tanta angústia dentro de mim, que não consigo controlar essa maldita vontade de me isolar. Sei que o Off está apenas me dando um tempo, deixando que eu pense por mim mesmo e decida o que fazer, mas... Eu não sei. Minha cabeça está uma confusão. Estou ficando maluco.

Por falar em Nanon, eu quase não consegui convencê-lo a vir junto, ele simplesmente não queria abrir mão da vida que ele tinha por um risco que ele nem sabia que estava correndo, tive que insistir e dizer que era importante pra mim, que eu ficaria preocupado, então ele veio. Ele e o Nuno, que aliás, passava mais tempo comigo do que com ele. O Nanon também parece estar estranho ultimamente, mais... Sensível? Não, não é essa palavra. Ele só tem estado muito mais perto do que o normal, ele sempre está ali pra mim, mesmo que eu não me dê conta disso. Se eu estou mal, olho para o lado e ele está lá, sorrindo e esperando que eu desabafe. Ele é um dos motivos que não me deixam desmoronar.

E o Win está quase que 100% recuperado, ele passou o aniversário no hospital e o Bright fez uma surpresa enorme pra ele, inclusive um novo pedido de namoro que o fez chorar como um bebê. Dessa vez deu tudo certo e ele aceitou. Ele merece ser feliz e o Bright também. Me sinto mais confortável perto dele sabendo que ele realmente ama alguém que eu amo. Pensar nisso me deixa melancólico, queria que as coisas fossem um pouco mais fáceis pra mim.


Pov Off


– Eu não sei o que tá perturbando ele, Bright. - Passo as mãos no rosto frustrado. - Ele não fala comigo, ele nem sequer me escuta!

– Ele só está assustado, cara. Não tem como não ficar. - Bright tenta me consolar, mas eu não acredito.

– Você não viu ele assustado, eu que estava lá quando o assassino começou com as provocações. Bright, é diferente dessa vez. - Me jogo na cama que ele divide com o Win e encaro o teto. - Eu sinto falta dele, eu quase consigo desejar que fosse só a gente de novo.

– Já tentou conversar com ele sobre isso? - Dou uma risada sem graça.

– Ele nem me escuta! - Me remexo incomodado e levanto de novo. - Vou tentar de novo, com calma.

Dying for loveOnde histórias criam vida. Descubra agora