Capítulo 9

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As vezes a realidade pode ser pior que um pesadelo, e o pesadelo pode ser mas relaxado que a propria realidade.

Volto a terra, a actualidade só para mais um caos, Heitor esta morto. 

Corro até ele, esquecendo completamente de Mário, minha respiração falha, minhas mãos tremem face a realidade, não quero acreditar que seja possivel o que meus olhos confirmam, passo minhas mãos por seu corpo, e nada, ele não reage, nãoresponde a nenhum estímulo, seu corpo está gelando, e assustadoramente pálido, como se tivesse morrido há muito tempo, mas tenho certeza que não faz nem meia hora. Seus olhos estão abertos e vermelhos, mirando para o teto, o sangue deve ter sacado enquanto escoia.

— Hora hora. — Mário diz há minha trás. — Parece que você não se controla mesmo não é?

— Cala a boca.

— Porquê? Não consegue ouvir que acabou de matar seu amigo, aliás, namorado?

— Eu disse cala a boca.— Suspiro enquanto uma lágrima solidária escore de meus olhos até ao chão. — eu não matei ele.
— Minha voz ainda é falha.

— Ah, não? Você é uma eplrhue  o que achou que acontecia depois de ter desejar que ele morresse daquele jeito, depois te der usado um pouco da sua força para o afastar, espírito novatos como ele não tem chances contra alguém como você.

— Eplrhue?

— Você não sabia?

Ele parece satisfeito em mim contar que eu mesma causei essa dor, aposto o quão bom está a ser receber minha energia negativa, tento manter a calma, mas não consigo. — Você é uma eplrhue , criaturas que podem ver e falar com espíritos, estando eles ou não em um corpo humano, e podem matar certos espíritos apenas com o pensamento e fé, como você fez agora, com seu lindo coração de fé e cheio de bondade. — Ele cospe às palavras satisfeito.

Sinto que falta mais, mas não quero ouvir, estou nó chão, o mesmo cenário de Mário com aquela mulher se repete entre eu e Heitor, minhas mãos tremem quando passo elas em seu rosto, fecho seus olhos, não consigo olhar para eles, eu matei meu melhor amigo, eu desejei sua morte, e agora ele está morto, mas...eu não fiz de propósito, estava com raiva de tudo, deixei ela me consumir, quero voltar ao tempo, mas não posso, sei que é impossível, é raiva, a culpa me consomem, mas meu corpo está fraco de mais para sequer reagir, fico no chão com seu corpo em meu como, enquanto mil pensamento e me passam pela cabeça  e ao mesmo tempo é como se não estivesse pensando em nada.

Não sei quanto tempo fiquei junta ao seu corpo, mas sinto ele começar a apodrecer, o cheio é tao forte que preciso me afastar, tenho que tirar ele dali, levar a uma lugar, oferecer um enterro digno, mas não sei como fazer, o único jeito seria pedir ajuda à Mário, mas depois que voltei a entrar em sua mente, seu ódio por mim deve ter triplicado, e meu chegou a níveis extremos depois de tudo que vi e soube hoje, — Ele matou a Gabi.

Levanto e carrego Heitor comigo, seu corpo parece menos pesado, deve ser por estar morto, consigo carregar até a sala, mas quando tento abrir a outra porta, que é para o lado de fora porta, descubro que está trancada.

— Abra essa merda. — Grito. Mário está sentado assistindo um programa de TV, parece satisfeito com o que vê, e não me responde. — EU DISSE PARA ABRIR ESSA MERDA.

Mas ele não responde, esse homem não me conhece mesmo, vou até ele, fico de pé em sua frente. — Você não me ouviu?

— Ouvi. — Ele diz calmo e relaxado enquanto estica seu braço para me afastar da frente.

— Cadê às chaves.

Ele ergue sua mão. — Aqui. — Mas quando tento pegar ele desce a mão e coloca em seu bolso.

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