Capítulo 19

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Três dias depois... Dez dias de viagem.

Ser ignorada por Natasha é realmente torturante, por mais mensagens e ligações que fizesse, não havia um sinal dela. A mesma deveria até mesmo ter desligado o aparelho para me ignorar, não a julgo, se ela me escondesse que estava passando parte do tempo com Carol com certeza ficaria louca.

Agora, não tinha nem ideia de quando a mesma poderia voltar, era para ser ontem e nada. Por precaução fui em nossos apartamentos, só para ter certeza que não estava se escondendo de mim ou coisa do tipo. Pedi para que Nathan não aparecesse mais, não até eu resolver essa situação que me meti.

Era tarde da noite quando já havia desistido de Natasha aparecer hoje, estava na sala assistindo um filme com minha madrinha. A mesma se sentia culpada por ter falado sobre Nathan, tentei ao máximo lhe manter tranquila, mas não parecia o suficiente então, desisti de faze-la entender que a culpa era toda minha.

— Boa noite.

Uma voz ecoou pela sala onde nos encontrávamos, rapidamente virei meu corpo para de onde vinha o som e a vi. Parada a alguns passos do sofá em que me encontrava, os castanhos me encaravam. Levantei caminhando até ela, meu coração apertou ao ver seu rosto cansado e constatei que havia lhe magoado mais do que pensava.

— Natasha, quando chegou?

— Hoje.

Respondeu rápido.

— Agora a pouco, na verdade. – deu de ombros. — Vocês estão bem?

A calma em sua voz me dava arrepios.

Ela não deveria estar brava?

— Estamos, Nat. E você?

— Não importa.

Agora sentia frieza em suas palavras.

— Podemos ir? Eu preciso te mostrar algo.

Concordei sabendo que não havia direito nenhum em querer algo dela, nem mesmo simpatia. Subi para pegar minhas coisas em seu antigo quarto, me despedi de Penélope já que Clifford estava deitado. Caminhamos juntas para seu carro, em silêncio. Por mais que quisesse lhe falar muitas coisas, não o fiz, conheço Natasha a anos para ter ideia que não é o momento certo para explicações e que só devo falar quando a mesma quiser.

Para minha surpresa, paramos em nosso prédio. Mesmo sem trocarmos palavras, a ruiva fez questão de carregar minhas bolsas, no momento que a vi fechar o capô do carro algo partiu meu coração. Natasha não usava nossa aliança, ainda olhei novamente quando estávamos no elevador para ter certeza e eu tive: não havia aliança em seu dedo.

— Vamos ao meu apartamento.

Murmurou quando chegamos ao corredor, apenas concordava enquanto a seguia. Natasha deixou minhas bolsas pela sala de seu apartamento, subindo as escadas e pedindo para que a acompanhasse. A cada passo sentia que estava a perdendo aos poucos e me arrependia de tudo que fiz para que isso acontecesse.

Quando chegamos ao segundo andar, a mesma caminhou para a porta cuja nunca foi aberta para mim. O quarto misterioso de Natasha, onde sempre a perguntei sobre e a mesma nunca me falou o que havia dentro.

A observei pegar a chave, sua mão tremia e não parecia conseguir acertar a fechadura. Natasha encostou sua testa na porta, fechando seus olhos com força e respirando fundo, finalmente conseguindo destranca-la. Esperei a ruiva me dar passagem, não iria invadir seu espaço sem permissão e ela não demorou a fazer, afastando seu corpo para que eu adentrasse.

— Você só precisa me ouvir.

Falou assim que adentrei o quarto.

Um quarto, mas vazio... Quero dizer, vazio de moveis.

Os Irmãos RomanoffWhere stories live. Discover now