Capítulo Treze

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Hank

Sinto-me muito mal por ter magoado Selena, ela é uma jovem tão boa e inocente. Sei que o que eu fiz foi errado.
Mas foi preciso, eu sempre desejei ir embora, mas nunca consegui juntar um valor preciso para partir. Meus pais sempre ficavam com tudo que eu recebia, quando ajudava no estábulo.

Não quero viver minha vida inteira limpando fezes de cavalos, quero fazer algo diferente. Entretanto, se eu continuar aqui, jamais conseguirei realizar meu desejo.

Não sei para onde irei, não decidi ainda. Na verdade, não quero escolher um lugar de início. Quero conhecer tudo, vivi minha vida toda no clã, mas agora chegou o momento de desbravar novos lugares.

Partirei sem contar aos meu pai, eles não entenderiam que me sinto sufocado vivendo aqui, dirá que estou sendo mal agradecido. Talvez, eu esteja. Mas não mudarei minha opinião.

Não terei a mesma vida medíocre que ele têm, sou ambicioso, quero tudo. Sei que um dia terei muita fortuna, serei importante.

Quando eu conquistar tudo, posso voltar e buscar Selena, sei que até lá, ela continuará sozinha. Nenhum homem irá quere-la após descobrir que não é mais pura.




Após uma breve conversa nada harmoniosa com James, consigo me levantar com certo esforço, e recolher minhas coisas. Já estava tudo pronto para que eu pudesse partir.
Meu corpo está todo dolorido, confesso que, ele tem bons socos. Me deixara com marcas e dolorido por dias.

— Filho, sentirei sua falta. — minha mãe chora.

— Um dia voltarei. — falo só para que ela pare com o choro. Não tenho intenção de voltar, jamais.

Vejo um dos cavalos favoritos de Donald, sei que é errado, mas pego-o. Não teria forças para fazer longas caminhadas.
Monto no pangaré, ele galopa com velocidade. Faço-o diminuir quando já estamos fora de vista.

— Ah, liberdade. – dou risada sozinho.— Eu consegui. — grito no meio da floresta.

Abro os braços, e grito alto.

Finalmente estaria livre de todos.

— Ah. — grito pela dor que sinto no ombro esquerdo, a uma flecha nele.

Olho para trás e vejo James, e mais dois homens galopando em minha direção. Até tento fazer o cavalo ir mais rápido, porém, não obtenho sucesso, acabo caindo antes, quando outra flecha me acerta.
Já no chão, vejo James na minha frente. Seu rosto está raivoso.

— Pensou mesmo que eu iria deixá-lo partir depois do que fez com Selena. — ele pergunta  me encarando.

— Prometo que não voltarei.

— Sei que não voltará.

— Tem minha palavra, eu não voltarei aqui. Ninguém saberá de mim, jamais.

— Eu poderia deixá-lo ir, mas prefiro mata-lo.

— Selena nunca irá perdoa-lo se me matar. — digo.

— Ela não saberá. — responde, arrumando uma flecha no arco.

— Minha mãe pensará que estou vivo e não quero mais vê-la.

— Deveria ter pensado nela antes de aprontar.

— Não tem misericórdia?

— Por você? Não.

— Por favor, não faça isso.

— Últimas palavras?

— James, eu imploro.

— Faça uma boa viagem, Hank! — fala soltando a flecha em minha garganta.

Queima como o inferno, tento tirá-la mas é impossível. Sinto o sangue na boca, engasgo. Está difícil de respirar, não consigo falar.

É desesperador sentir a vida indo embora aos poucos, não luto mais, é uma batalha perdida. Somente fecho os olhos, e deixo a escuridão me levar.



 Um novo amor para o MacGyver/ Irmãos MacGyver II Where stories live. Discover now