Em mil novecentos e noventa, Olívia vê-se encurralada entre a sua melancolia e um matrimónio premeditado. Queria muito acreditar que o amor a salvaria, só que destruiu os poucos fragmentos que ainda mantinha.
Numa época em que as doenças mentais sã...
Tristeza por vezes vaga, outras vezes profunda, calma e permanente, decorrente de danos físicos ou morais. Impotência, desgosto da sua própria existência, alucinação, ideias delirantes de autoacusação e de indignidade.
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A sua mente conseguia ser a sua maior perdição. Delineava finais catastróficos e imaginava diálogos hipotéticos com pessoas que desconhecia. Não conseguia acompanhar um raciocínio do início ao fim e permanecia com a mesma expressão para quaisquer que fossem as ocasiões, discussões e pessoas.
Pelas mais variadas formas, a vida havia-lhe mostrado a sua primazia tirando-lhe a sua mãe, o sorriso e as cores com que identificava o mundo. Mas fora o seu pai, por quem ainda mantinha uma estima inigualável, a lhe retirar a liberdade.
A ausência de liberdade era o início do seu fim. Nem o amor a poderia salvar. O final já estava escrito desde o princípio.
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dedicatória
A todas as pessoas que nesta caminhada, que é a vida, perderam vários pedaços de si por simplesmente sentirem.
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