🐰Minho

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      𝑁em percebi quando o sol se pôs e deixou as estrelas, a lua e o vasto céu escuro bem em cima de nós, desvanecendo o rosa e laranja de poucas horas atrás. Minho e eu conversávamos tão alegremente e distraidamente que foi difícil perceber a hora de ir para casa se aproximando. Quando olhei o relógio já se passavam quarenta e cinco minutos desde o horário planejado para voltar.

      — Minho, eu preciso ir! — Disse já pondo minhas coisas dentro da bolsa e me esforçando para tirar um de seus gatos, Dori, de meu colo.

      — Mas já? Agora? — Ele lamentou, parecendo levemente preocupado.

      — Sim? Já se passaram das oito e eu não estou afim de levar bronca.

      — E eu pensando que tinha desistido de ir quando começou a chuva.

      — Chuva? Que chu... — Fui dar uma conferida na janela para ver se estava tudo certo, porém com certeza não estava! Nuvens escuras deixavam o céu num breu pior ainda e a chuva parecia engrossar a cada gota que atingia o chão. — Ai, não!

      — Sério? Você tava tão distraída que nem percebeu a chuva? — Ele teve que segurar a barriga de tanto que riu. — Você tá no mundo da lua mesmo, hein? — Bateu de leve em minha coxa, me deixando um pouco constrangida, quem ele pensa que é pra falar assim? Revirei os olhos tentando buscar alguma forma de voltar para casa. — Você não tá pensando em ir, né?

      — Tem guarda-chuva?

      — Claro. Qual você quer? O gripe ou o leptospirose?

      — Quero um que dê pra ir até pra casa.

      — Poxa, não vamos ter no momento. — Bateu as mãos uma na outra e balançou enquanto fingia lamentar meu azar.

      — Engraçadinho. Mas eu tenho que voltar pra casa!

      — É só dormir aqui, ué. Você volta amanhã.

      O que?! Com certeza meus responsáveis me matariam se eu dormisse aqui! Porém pior seria se eu realmente pegasse alguma das doenças que o de cabelos roxos mencionou. Suspirei me dando por vencida. Balancei a cabeça positivamente e ele se levantou feliz da vida.

      — Se vou dormir aqui, pelo menos me empresta aqueles pepinos. — Apontei para os ditos cujos. — Preciso de cuidados noturnos.

      — Aquilo? — Apontou também, trazendo logo o pote até mim. — Como eu sou o dono da casa eu ponho primeiro! — Pôs um par de rodelas nas suas bochechas e se ofereceu para pôr nas minhas. Deixei e o lembrei de que o olho é a parte mais importante. Ele acentiu, tentando colocar um em cima de seu olho, sem muito sucesso já que escorregou pelo rosto dele como se fosse um escorrega. — Ops! — Riu da sua própria falha. — Vai você primeiro, é melhor.

      Ri da sua cara e peguei o pote para mim, colocando delicadamente sobre meus olhos fechados.

      Ficamos um tempo brincando e conversando mais até sentirmos sono o suficiente para escovar os dentes e irmos nos deitar.

      O esperei sentada(o, e) na cama enquanto ele ainda estava dentro do banheiro. Não se ouvia mais barulho de água, porém algo foi ligado na tomada e um barulho bem alto de vento pôde ser ouvido abafado pela porta fechada de madeira, ele estava secando o cabelo. Suspirei em alívio que ele já estava terminando, assim logo poderia o perguntar onde é que eu dormiria, já que não havia sido deixado claro quando ele ofereceu sua casa para passar a noite. O secador parou de fazer barulho e a porta foi aberta com certa violência, típico de Lee Minho. Ri baixinho quando a porta bateu na parede e ele pulou de susto com o barulho, porém meu sorriso se afroxou e meu rosto esquentou como nunca antes, como eu sou burra! É óbvio que ele sairia do banheiro com uma toalha! Só não esperava que a toalha estivesse em sua cintura e eu o visse sem camisa do nada! Gritei agudo antes de cobrir todo o meu rosto com as duas mãos. Ouvi suas gargalhadas altas vendo o que tinha acabado de acontecer e fechei a cara. Se ele não estivesse assim eu ia dar um tapa na cara dele, juro.

𝐘𝐨𝐮𝐫 𝐄𝐲𝐞𝐬 ‡ 8 SKZ one-shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora