Sentimentos

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CAPÍTULO 48




Liz



Um mês já havia se passado desde a minha volta a Noruega e meu término repentino com a Eleanor, mas eu não tive tempo para lamentar ou melhor explicando - o trabalho não deixa - Eram tantas novidades e reuniões para participar, que esquecera do meu sofrimento por completo por dias.

A minha avó estava bastante estranha ultimamente, mas carinhosa até, sua volta do hospital nos deixou mais tranquila. Aos finais de semana passavamos juntas, passeando, fazendo piquenique nas praças, indo ao cinema e aproveitando a companhia umas das outras como nunca havíamos feito antes. E estes gestos até me deixava feliz.

Mas por que sentia que aquela velha estava escondendo algo?

Isso era algo que eu descobriria quando voltasse, pois agora viajava pra Itália novamente após dois meses do chá de bebê de minha prima Valentina. Havia chegado a hora e a loura agora já tinha seu filho nos braços, a minha presença ,é claro, fora exigida pela mesma.

"Quero todas as madrinhas aqui para ver o Bruninho", era como berrava ao celular.

Por mais que minha relação com Eleanor, melhor amiga de sua esposa tenha chegado ao fim, as duas mamães tinham maturidade suficiente para lidar com a situação, sempre nos deixando confortável uma perto da outra. Meu relacionamento com Valentina só vinha ficando mais forte a cada dia que passava. Por ela e Bruninho passarei uma semana no país, os paparicando e enchendo de amor.

Era a primeira vez que era madrinha de algo ou alguém, e minha ansiedade estava a mil para vê-los logo.

Quando pousei, tia Eloise me esperava ansiosa com uma plaquinha onde meu nome estava estampado com letras em itálico. Assim que me vê, corre e me abraça animada, explodindo de felicidade.


- Parabéns vovó! - a abraço sorridente.

- Meu deus, eu virei vovó - comemorava, ajudando-me com a mala - Ai eu estou tão feliz!

- É, dá pra perceber - sorrio mais uma vez, contagiada pela sua energia - E tio Daniel?

- Ah você sabe - abre o porta malas do carro, colocando minhas coisas - Sempre trabalhando. Acredita que ele ainda nem viu o neto? - entramos no automóvel e a mesma deu partida.

- Acredito, isto é típico dele.

- Um dia eu vou acabar me estressando com ele - bufa e olha-me animada - E a Larinha e Liana, como estão?

- Bem, a Liana continua com as notas baixas e a Lara foi para um acampamento com alguns amigos.

- Parece cansada - observa-me ao parar num sinal vermelho - E você, como está?

- Bem, na medida do possível - dou um sorriso amarelo e a mesma compreende que eu não queria falar sobre aquilo no momento.

- Acredita que ele nasceu com quase quatro kilos? - muda de assunto rapidamente, trazendo um clima leve novamente - Ele pareceu uma bolinha de queijo.






***


O trânsito estava leve e em vinte minutos chegamos a residência das mamães. Valentina esperava em frente ao portão junto a Regina, que estava entretida com algo importante no celular. Assim que saio do carro a mesma corre e me abraça fortemente.


- Isso tudo é saudade? - digo risonha, começando a sentir um pouco de faltar de ar na forma que a mesma me abraçava - Tina? Eu...

- Senti saudade - finalmente me libertar do abraço apertado.

Save Me (Romance Lésbico) - REVISÃO Where stories live. Discover now