Cap 57

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Três dias se passaram e continuo nesta maca, que por mais que seja na torre, ainda sim me sinto realmente dentro de um hospital, o pior lugar que há, acredito. Pela madrugada percebia a movimentação de entra e sai das enfermeiras, vez ou outra o doutor Jackson vinha me avaliar e algumas vezes Natasha saía para buscar um café, mas tudo em questão de segundos. Ela ficou comigo sempre. Segurava minha mão, arrumava meus travesseiros, me dava água na boca, dormia ao meu lado quando o frio me castigava, fazia tudo o que eu não conseguia fazer sozinha. Sentia que estava abusando da boa gentileza dela, mas quando minha mãe se tocou que deveria agir como uma, passou a ficar comigo durante a recuperação, depois disso ficou difícil ver o rosto da Natasha pelo quarto como eu já estava acostumada, ela vinha rápido e logo ia embora.

Não podia reclamar da presença de minha mãe ali já que nem força na voz tinha, não podia também simplesmente fazer um chilique na intenção de mandar ela sair. Por mais que ela seja um pouco "difícil de lidar" ainda sim continua sendo minha mãe. Agora meu pai que não apareceu em nenhum momento, parecia que com o sumiço dele ele queria deixar sua mensagem que soava como "Eu disse que não ia ficar do seu lado e é isto que estou fazendo".

Eu não liguei tanto ( liguei sim )

Pela tarde o doutor Jackson veio me  checar e informar por quanto mais tempo eu teria que ficar nesse andar assustadoramente assustador e agoniante

- Bom, diria que você acordou bem melhor, mas não o suficiente para sair da minha supervisão - Ele me encarava com sorriso gentil

- Estou achando que você está afim de mim, doutor. - falei com a voz um pouquinho rouca

- Por favor, estou sendo profissional. - entrou na brincadeira. Era legal conversar com Jackson, ele me deixava confortável quando conversávamos.

- Por favor, não seja. - juntei as mãos como alguém que implorava e então ele soltou uma gargalhada

- Vou só livrar você desse soro, acredito que não precise mais dele. - se aproximou retirando do meu braço. Ele estava perto o suficiente para que eu pudesse sentir seu cheiro e ver algumas marcas em seu rosto.

- Você está cheiroso, costuma usar esses perfumes que hipnotizam suas pacientes ou é só comigo? - joguei charme

- É só com você mesmo, minha paciente favorita

- Por isso não me deixa ir. Valeu mesmo Jack - resmunguei - acho que quero trocar de médico

- Vai em frente, só quero ver quem vai ajudar a Romanoff a escalar a janela ou então quem vai vigiar a porta pra vocês duas - Se afastou vencido

Quando mamãe resolveu cuidar um pouco de mim, as visitas de Natasha passaram a ser escondidas. Durante a noite, ela entrava no quarto pela janela, as vezes pela porta da frente mesmo, mas só quando mamãe voltava pra casa. Ela se esforçava para ficar comigo o que me deixava péssima por que eu não conseguia relaxar pois só pensava na Wanda...

- Querida, hoje não vou poder ficar com você. - Mamãe estava na poltrona mexendo em seu notebook ( como sempre)

- Eu deveria agradecer a Deus?. - sorri com a minha própria graça

- Deveria ser grata por eu estar com você. - ela não curtiu a piadinha

- Desculpa por não ter agradecido pela senhora fazer o mínimo - cuspo sem ligar

Ela só ficava sentada com a cara enfiada no notebook, grande ajuda.

- É por isso que seu pai deixou de se importar

- Pode fazer o mesmo se quiser. - falei olhando para ela que fecha o notebook me encarando

- Um dia você vai se arrepender de afastar seus pais

_Imagine S/n Stark_Where stories live. Discover now