42 - Culpa minha

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✨MALI✨

O sangue não parava de escorrer e eu ja estava cheia de sangue, vejo os olhos dele fecharem e não me permito chorar agora, preciso ser forte, por ele, ligo pro menor e logo depois pro Bené falando o mínimo possível. Ele segura minha mão sem força parece que se eu fraquejar desabo em lágrimas aqui mesmo

Eu não sabia que meu sentimento pelo leão era tão forte, eu não lembro de ter sentido isso com mais ninguém, apesar das brigas e discussões eu gosto demais desse garoto. Não sei explicar, não sinto borboletas no estômago quando estou com ele, na verdade eu sinto uma calmaria enorme... como se eu estivesse com uma pessoa que conheço a anos, me sinto segura e a vontade

Volto a minha realidade vendo que o carro do bené chegou, os meninos descem e pegam ele com dificuldade pelo seu tamanho, pego o radinho do bolso do leão

Mali - ATENÇÃO: O RUBINHO TA MORTO, TCP O RUBINHO TA MORTO. ACABOU ESSA PORRA - entro no carro e o bené vai voando pro hospital o menor deu a ordem de fazer uma barricada enorme não passa nada aqui, graças a deus não perdemos muitos vapores, na verdade foram só 3 oque eu ainda acho muito, mas acontece...

Chegamos no hospital e o menor vai preencher a ficha e fazer a recepcionista não ligar pra polícia... elas geralmente suspeitam de vítimas de tiro e ligam pros políciais, e sinceramente é a última coisa que a gente precisa

De imediato os médicos levaram ele pra sala de operações, meu coração ta batendo forte, minha respiração acelerada, não sei mais nem como fala... vou para o banheiro e la desabo em lágrimas

Eu não posso perder ele, não posso deixar isso acontecer. O pior de tudo é que a culpa é minha, se eu não tivesse saído sem colete ele não teria tirado o dele, porque eu aceitei aquele colete, eu deveria ser ágil e atirar primeiro

Tento respirar fundo e me acalmar, vou até a pia e lavo meu rosto olhando no espelho. Saio do banheiro e vou encontrar os meninos na sala de espera, me sento na poltrona e peço a Deus pra que ele me ajude, eu não tenho uma religião fixa na qual sou apegada mas nesse momento eu acredito em tudo que for ajudar ele a viver. Pedi pra Deus, orixás, universo, remédios e aparelhos pra que ele fique bem

[...]

Horas se passaram e nada, nenhum médico, enfermeira ou secretaria, nada. Me dirijo a uma maquina de salgadinhos de que até agora é a primeira coisa que como... são 17:47 da tarde e um médico entra na sala com uma planilha na mão

Médico - família do senhor Davi Lucca Monteiro? - na mesma hora dou um pulo do sofá e vou em sua direção - oi, a senhorita é?

Mali - oi, Mariah Liz - minhas mãos soam e meu queixo treme constantemente - como ele ta doutor? - pergunto com muito medo da resposta ja que a cara dele não era das melhores

Médico - bom, o estado do senhor Davi é complicado, a cirurgia foi bem sucedida mas vai exigir um cuidado extremo, pois a bala perfurou alguns órgãos importantes - um alívio enorme toma conta do meu corpo, so de saber q ele ta vivo ja me da paz - agora preciso voltar ao trabalho, mas fique tranquila, vai ficar tudo bem

Voltei a me sentar na poltrona ja que o horário de visita será aberto as 21:00, o menor foi no morro buscar algumas roupas limpas e comida pra nós, eu não saio daqui sem ele.

Consigo dormi um pouco até que desperto com o som de uma voz extremamente irritante e familiar, assim que abro os olhos dou de cara com quem eu menos queria aqui e o pior de tudo é que não posso fazer nada sobre isso afinal a errada dessa história sou eu

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