Capítulo 103

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Havia se passado um dia, mas parecia muito mais. Eu sequer conseguia dormir, comer e muito menos tive cabeça para trabalhar.
Apreensão tomava o meu corpo!
Estava eu, João e o delegado em minha casa. Anne e Conrado estavam com a Maria, no meu antigo apartamento. O detetive Saulo estava para chegar com novas e possíveis informações e eu não conseguia me conter devido ao nervosismo.
Eu me levantava e sentava a todo segundo, minhas mãos suavam e os meus cabelos pareciam não ter visto pente há dias, de tanto que eu passava as mãos nele.
De repente, ouço batidas na porta e me apresso em atender, vendo o Saulo e outros polícias em minha frente.

_Conseguiram localizá-los?

_Eu espero que sim. - Coloca o notebook na mesa - Provavelmente ele se livrou do celular de todos, mas ouve um equívoco.

_Como assim?

_Parece que o seu amigo está com um relógio smartwatch, que é conectado ao celular. Ele foi localizado perto do aeroporto.

_Ele pretende fugir com ela. - Concluo - Desgraçado!

_Ainda não sabemos se é certo, mas...

_Isso não importa, a gente precisa ir lá e agora.

_Saulo, é uma possibilidade.

_Nós não podemos mais perder tempo, temos que ir atrás daquele louco. Vai saber o que ele fez ou pretende fazer.

_Está certo. Mas é bom que o senhor não vá.

_Como é que é?

_É o melhor, senhor Magalhães. Você está nervoso, pode atrapalhar na missão. - Renan tenta me impedir

_Eu também acho que é melhor, meu filho. - João também concorda - Você pode ser mais útil aqui.

_Eu não acredito que vocês estão me pedindo isso. - Me enfureço - É a minha mulher!

_Senhor Magalhães...

_Não! Aquele filho da puta está por aí com as pessoas que eu amo e vocês querem que eu fique aqui sem fazer nada?!

_É para o seu bem. - João insiste

_Ninguém aqui vai me impedir de ir atrás da minha mulher. Nem que para isso eu tenha que ir sozinho.

Saio do apartamento, batendo a porta e descendo as escadas. Logo atrás vêm o delegado, com os outros policiais.

_Está bem. Não temos tempo a perder.

O delegado me entrega um colete a prova de balas e dirige até o local. Em todo momento, ele conversava pelo rádio transmissor e passava algumas coordenadas.
Eu estava sentado no banco de trás, totalmente apreensivo, com o coração saltando do peito e uma ânsia incômoda. Eu torcia para que eles realmente estivessem bem, torcia para que o maldito do Pedro não tivesse feito nenhum mal à eles. Eu seria capaz de matá-lo com as minhas próprias mãos se ele ousasse tocar na minha menina. Eu sentia o meu sangue esquentar ao pensar no telefonema que recebi e do medo que havia em suas vozes.

Eu ouvia os homens conversarem e estava alheio a tudo. As vozes pareciam estar longe, na minha cabeça eu só conseguia focar na minha menina e em nossos bons momentos juntos. Eu sentia a minha respiração mais pesada e a tensão tomava o meu corpo. Os meus músculos estavam contraídos e eu torcia para quê chegássemos o quanto antes. Abro os olhos e observo com atenção o local que passávamos, era um lugar simples, com casas humildes e pouco asfaltada.

_Merda! - Renan me tira dos meus pensamentos

_O que aconteceu?

_O relógio parece estar sem bateria ou foi destruído. Acabei de perder a localização precisa.

O outro lado do amorWhere stories live. Discover now