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MARIA LUIZA

Eu ainda estava completamente assustada com toda aquela situação, meu namoro com o Guto sempre teve altos e baixos mas eu nunca vi ele se comportar daquele jeito. Tentei esquecer aquela história de todas as formas tomando aquela água que o Gabriel me deu, depois fui ao banheiro vendo meu estado com a maquiagem borrada e o cabelo um pouco assanhado.

Lavei o rosto tirando toda a maquiagem e arrumei meu cabelo em um coque no topo da cabeça.

Gabriel: Tá mais tranquila? — Perguntou ao me ver voltar do banheiro.

Malu: Tô sim, obrigada. — Assenti com um meio sorriso, eu tava envergonhada.

Duda: Você tem certeza? — Olhou meu braço roxo, passei a mão pelo mesmo.

Malu: Tenho, relaxa. — Assenti. — Eu vou chamar um uber e..

Kauã: Essa hora é perigoso pra caralho.

Gabriel: Relaxa pô, só tenho mais uma hora aqui e eu deixo vocês em casa de boa. — Me olhou, eu queria muito negar por querer apenas chegar em casa e chorar mas a Duda concordou antes de eu tomar qualquer decisão.

Duda: Você sabe o que tem que fazer em relação a ele né? Não dá pra ficar assim, cara.

Malu: É, eu sei. Eu só tô assustada com tudo isso, não achei que ele fosse fazer aquele show. — Afundei meu rosto nas minhas mãos.

Duda: Vai ficar tudo bem, ok? Eu tô com você. — Beijou minha bochecha e se afastou ao perceber o Gabriel se aproximando.

Gabriel: Posso te dar um conselho, de coração? — Entrou na conversa, olhei ele. — Tu tá ligada que não merece passar por essas merdas né? Ainda mais com aquele cuzão.

Malu: Ninguém merece, é só que ele nunca foi assim entende? Nosso relacionamento nunca chegou nessa parte, ele só simplesmente surtou.  — Falei, e era verdade.

Gabriel: Tu já sabe o que fazer?

Malu: Eu vou terminar.

Gabriel: E tu vai ficar bem? — Me olhou.

Malu: Vou, talvez pelo fato de não amar ele.

Gabriel: Qualquer coisa tu me liga, eu consolo pô. — Brincou e eu ri. — Aí, te fiz rir já.

Malu: Parece que sim. — Ele sorriu.

Gabriel: Preciso voltar a trabalhar, tu vai ficar bem?

Malu: Vou, relaxa. — Assenti.

Gabriel: Qualquer coisa chama, beleza? — Eu concordei com a cabeça e ele logo voltou a trabalhar.

Duda: Quer que eu peça algo pra você comer? — Sentou do meu lado.

Kauã: O camarão daqui é foda, cês tem que experimentar. — Sentou do meu outro lado.

Duda: Viu? Ele fez uma indicação.

Malu: Que complô é esse aqui? — Olhei os dois que riram.

As horas foram passando e eu apenas fiquei quietinha na minha esperando o Barman a minha frente acabar o horário de trabalho e irmos pra casa, Duda e Kauã tentavam me animar a cada minuto mas eu sinceramente não estava com cabeça pra mais nada aquele dia.

Uma hora ou outra Gabriel vinha dar uma conferida em como eu estava e eu apenas dizia: "eu tô bem, obrigada" então ele voltava a trabalhar, reparei bastante no quanto ele fazia bem as bebidas e sabia o que estava fazendo com os drinks, reparei também na forma dele tratar os clientes e no quanto as pessoas gostavam da bebida que ele fazia, o sorriso dele de gratificação estava estampado no rosto.

Ele parecia um cara legal assim como o amigo, Kauã que não parava de fazer piadas e no quanto a Duda ria das bobeiras dele o que me deixava bem.

Gabriel: Pensando muito? — Ouvi ele atrás de mim, levei a mão até o coração.

Malu: Nossa, quer me matar de susto? — Encarei ele.

Gabriel: Foi mal, pô. — Riu e me entregou o capacete. — Bora meter o pé?

Malu: Você terminou o horário? Onde tá a Duda? — Perguntei não vendo a mesma ali.

Gabriel: Foi com o Kauã na frente, ela tentou falar com você mas tu tava brisadona aí. — Brincou com o capacete.

Malu: Eu só tava pensando. — Passei a mão no cabelo e ri sem graça. — A gente pode ir?

Gabriel: Claro pô, vamo lá. — Acenou pro cara que parecia ser chefe dele e logo saímos do bar indo em direção a moto dele, coloquei o capacete e subimos na moto. — Se segura.

Coloquei minhas mãos no ombro dele meio sem jeito, ele percebeu e riu me fazendo revirar os olhos.

Gabriel: Melhor tu se segurar direito. — Ele pegou minhas mãos e me fez abraçar ele firmemente. — Sem querer aproveitar muito.

Malu: É claro. — Ironizei.

Logo demos partida pela orla da praia, o mesmo acelerava as vezes me fazendo o abraçar de propósito. A brisa do vento batia na minha pele me trazendo uma sensação gostosa, olhei a vista de cada lugar que passamos.

Malu: A gente pode parar na praia? — Perguntei, vi ele me olhar pelo retrovisor.

Gabriel: Essa hora? — A voz dele saiu abafada por conta do retrovisor, eu assenti.

Malu: Eu só quero ver um pouco o mar, faz tempo que eu não venho aqui. — Comentei. — Podemos? Se não for muito incômodo.

Gabriel: Claro pô, eu gosto daqui.

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