𝐃𝐢𝐚 𝟔

304 31 27
                                    

"Cocaína"

- Não sei porquê ainda insiste nisso [Nome], sinceramente.

- Quem?

- A [Nome].

- Te perguntou alguma coisa.

Yaku e Tetsurō não lhe davam trégua. Eram como água e vinho para si mesmos, enquanto você os via quase como irmãos gêmeos... Mesmo com intrigas. Poderia assistir o circo pegar fogo sem problemas, até atiçaria um pouco de lenha, mas o que estava fazendo requeria sua atenção por completo.

- Meninos, compreendo perfeitamente suas diferenças um com o outro, e Yaku, obrigada por se importar, mas eu realmente acho necessário utilizar essa forma de análise. Qualquer tipo de pipeta tem no mínimo 1 ml de capacidade de medida, um conta gotas não. Por isso prefiro continuar a usar esse método, é mais seguro e tem muito mais precisão. Imagina se eu colocar 1 ml de ácido com a pipeta, e ele ultrapassar o volume molar da substância? Fudeu. Então se não se importam, vou continuar com o conta-gotas.

Identificação de ácidos não era difícil, apenas complicado. Eram muitas fases até chegar no procedimento final, mas nada impossível. Já estava no último, a análise seria de um alcalóide sob ácido clorídrico, mas ainda precisava de um microscópio para enxergar melhor. Aplicou algumas gotas do ácido junto com o alcalóide em uma lamínula de vidro, e o encaixou dentro da lente. Se assustou e se afastou do microscópio no mesmo instante em que observou.

- Ei, tudo bem? O que é?

Apenas um tipo de alcalóide virava sal. Esse era bem popular no mundo das drogas.

- Kuroo, sai de perto! Ponham luvas, máscara, óculos, o caralho a quatro, mas não toquem e nem assoprem. Vai virar sal em questão de minutos, e se não acabarmos com isso vamos direto para a cadeia.

Não tinha ideia de quem poderia ter implantado aquilo no seu trabalho, talvez nem soubessem.

- [Nome], esse alcalóide é Cocaína! - Afirmou Yaku, horrorizado.

- Fala baixo porra! Ela não sabia, nem tinha como ela saber. O que vamos falar pro professor? Foi ele quem separou esses reagentes para analisarmos.

- Será que ele sabia?

- [Nome], ninguém tem éster de ácido benzóico à toa no laboratório. Ou ele armou para nós, ou ele não sabia, e se não souber, alguém da faculdade sabe. Alguém grande e com um bom cargo, eu suponho. O que vamos fazer? Já virou sal na lamínula. - Kuroo apontou para a lâmina abaixo do microscópio, haviam cristais de sal já proeminentes no vidro.

- Gente, e se substituirmos? Nosso trabalho era identificar os ácidos, e esse foi o único que se caracterizou como alcalóide. Podemos jogar a substância fora, e colocar água. É base, H2O é solvente universal, não precisamos nos preocupar.

- E quem guarda água em vidro âmbar? Vamos colocar outro ácido, assim não interfere na característica do vidro, e não precisamos mentir. São todos ácidos. E se alguém questionar se tínhamos outra substância, dizemos que nosso tema foram apenas ácidos, nada de diferente. De acordo? - Propôs Kuroo que, até então, era o menos preocupado com a situação. Talvez estivesse tentando descobrir como descartar a substância indesejada. Pela pia não, de jeito nenhum. Então como?

- Eu sou à favor. - Respondeu Yaku.

Pensou na ideia, era loucura, mas o que mais poderiam fazer? Se reportassem, qual seria a chance de passarem ilesos?

- Também sou à favor. Mas como vamos jogar fora? Sabemos que pia, ralos e privada não são uma opção. - Pensou em como fariam aquilo sem deixar vestígios, não podiam queimar, mas talvez se jogassem em terra ainda teriam uma chance.

𝐀𝐂𝐇𝐈𝐋𝐋𝐄𝐒 | 𝐊𝐢𝐭𝐚 𝐒𝐡𝐢𝐧𝐬𝐮𝐤𝐞Where stories live. Discover now