Capítulo 1

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Olá. Como vai você.

Eu estou uma merda.

Eu estou excitado pra caralho. Sério...

Mas hey, não se assuste com as minhas palavras chulas, você provavelmente se acostumará com isso, vai por mim.

Eu realmente não faço a mínima ideia do porque estou escrevendo isso, simplesmente estava a arrumar meu quarto e encontrei esse caderno velho e com essa capa ridícula do Bob Esponja. Deve ser um daqueles cadernos de Cass de quando ele tinha 10 anos, mas nunca o usou, então o deu para mim. E está guardado desde então. Então estou dando serventia para esse pobre e esquecido caderno.

Castiel é meu irmão mais velho, ele tem 22 anos, apenas três anos mais velho que eu, que tenho só 19.

Dezenove anos de pura beleza, na verdade.

Pode se dizer que eu não tenho muitos problemas de auto-estima, aliás, ela é minha melhor amiga.

Okay, não é momento de me gabar agora...

A propósito, meu nome é Gabriel. E vou lhe contar um pouco da minha história para que me conheça melhor.

Cass e eu moramos sozinhos em um apartamento, cujo este o aluguel é pago pelo nosso tio de coração grande, Chuck. Nós estamos correndo atrás de algum emprego para bancar nossas coisas e parar de depender do nosso tio... quer dizer, Cass está correndo atrás de um emprego - corrigindo.

Logo mais eu te explico o porque disso. E NÃO... não é porque eu sou um vagabundo, preguiçoso ou algo do tipo, é muito mais complexo do que isso...

Nossos pais morreram a alguns anos, quando tínhamos entre 5 e 9 anos de idade. Nosso tio Chuck cuida da gente desde então. E a 1 ano, atrás no nosso aniversário - por que coincidentemente nascemos no mesmo dia, embora tenhamos idades diferentes - ele nos presenteou com esse apartamento, e está pagando nosso aluguel e despesas.

O tio Chuck não é nenhum rico - só um velho de classe média - ele ajuda com o que pode. Ele odeia o termo "rico", pois para ele todo rico é metido.

Nós nos sentimos mal pelo tio Chuck da conta de tudo pela gente, então Cass decidiu que arrumaria um emprego para nos bancar, embora ele viva ocupado com a sua faculdade de direito e seus estudos, quase não resta tempo para nada nessa vida.

E eu? Bom eu faço faculdade de engenharia, mas... faço isso pela internet. Por que eu tenho esse privilégio? Bem... isso já é outro assunto...

Acontece que, eu sou doente.

Não é bem uma doença, é mais como um vício, um distúrbio: a ninfomania.
Eu vou explicar.

Da mesma forma que podemos ter compulsões por bebidas, comidas ou compras, também é possível ter a compulsão por sexo, chamada de ninfomania.

Eu pesquisei em um site do Google sobre, e achei um pequeno trecho sobre isso e representa claramente o que tem ocorrido comigo nos últimos anos;

"Na crise de compulsão sexual, a pessoa se masturba ou tem relações sexuais excecivamente, e mesmo assim não se sente saciada. Tudo isso trás picos alternados de prazer e culpa, que aumentam ainda mais a ansiedade de quem está vivendo a situação.

Sabe quantas vezes eu me masturbei só hoje? Quatro! e são apenas 5 horas da manhã.

Parece pouco para você? Pois bem, meu maior recorde foi bater 21 vezes em um único dia.

E estas errado se pensar que só bato punheta. Sou um bissexual assumido. Mas vamos dizer que por causa desse meu "probleminha" não tenho dado muito certo no amor - com ambos os gêneros.

Quando eu me envolvo com alguém, eu sempre relevo a essa pessoa sobre eu ser um "ninfomaníaco" e a explico toda a situação.

Claro, no começo é tudo mil maravilhas! Já não basta eu ter uma agradável aparência física, e ainda sou uma máquina de sexo ambulante.
Quem não iria amar inicialmente? Não é mesmo?

Mas como acabei de dizer "inicialmente".

A palavra que mais descreve um ninfomaníaco é ser "insaciável". Tente o que quiser, você pode me deixar satisfeito depois de 5 transas seguidas, mas isso não vai durar por muito tempo, logo eu vou estar disposto novamente - como 1 ou 2 horas mais tarde.

E foi aí que todos os meus parceiros não aguentavam mais. Eles reclamavam que eu não lhes dava o tempo que era necessário para que se recuperassem, que eu era insaciável demais para eles aguentarem.

O termo "ninfomania" na verdade é usado para descrever esse distúrbio em mulheres. Para nós homens é  usado o termo " satiríase". Mas foda-se, eu acho "ninfomania" uma palavra mais legal de ser dita.

E meu ciclo de amizades começou a diminuir. Até mesmo nas amizades. A única amizade que tenho hoje, é Meg.

Ela é a única que me entende e eu tenho certeza que não me abandonaria, eu já dei em cima dela uma vez, - no começo da nossa amizade - por causa deste maldito distúrbio, e foi quando ela me disse que era lésbica. Tive medo de ela me rejeitar pelo resto da vida depois disso, mas não foi isso que aconteceu. Ela me acolheu, sempre tão compreensiva... Eu aprendi a me controlar melhor ao lado dela.

Vou te dizer como essa merda começou.

Eu tinha 13 anos na época, era um virjão tímido da escola. Eu tinha tantos amigos...

Pois bem, meus amigos falavam muita merda. Sempre diziam sobre pornô, anal e essas coisas...

Eu não sei explicar como isso aconteceu tão rápido, mas começou pelo meu vício pela pornografia.  Eu assistia pornô geralmente apenas 3 horas por semana.

Até aí tudo bem. O problema começou quando eu cheguei aos 15 anos, o número avia aumentado. Passei a assistir pornô por 6 horas POR DIA! E já não era mais virgem desde então, sabe como as coisas acontecem.

Hoje com 19 anos, não queira saber com quantas pessoas eu já transei ou por quantas horas por dia eu assisto pornô,  você poderia entrar em choque com a resposta.

Sério, é engraçado pensar que eu sou uma das pessoas mais experientes em sexo do mundo. Já pratiquei tantas coisas como: bdsm e fetiches mais complexos, tantas posições...

Eu sei, do jeito que eu falo, parece que eu gosto deste maldito distúrbio. Está muito enganado.

Eu vivo dependendo de calor humano. Tudo bem quando eu encontro alguém para me satisfazer, está tudo bem, até o momento em que eu não tenho mais essa pessoa comigo. Aí tudo vai pro caralho.

Eu posso estar na porra de uma fila de supermercado, que começo a imaginar lugares ali onde eu poderia transar.

Eu não posso nem trabalhar pois há uma grande possibilidade de eu seduzir alguém e transar com a pessoa ali mesmo, no local de trabalho.

Nem posso frequentar minha faculdade presencialmente.

Isso é horrível. Céus, porque?

Pois bem eu sou um ninfomaníaco.

Cass e Meg são os únicos que sabem desse meu problema. Eles correm atrás de tanta coisa para mim, mas quase sempre é inútil.

Ultimamente, Cass tem procurado por psicólogos para me ajudar. Até agora ele não encontrou nenhum a altura.

Eu o disse que um psicólogo não vai ajudar em nada, e que há uma grande possibilidade de eu querer transar com ele.

E tudo o que Cass disse foi: "Eu vou arrumar o terapeuta mais feio que eu encontrar".

Ele realmente não sabe como essa merda toda funciona...

nymphomania-SabrielWhere stories live. Discover now