Capuz verde

Gatilho

02 de julho de 2008

Seus olhos eram de desejos e maldade. Era possível notar sua falta de caráter apenas olhando para seu rosto e eu o odiava por ser tão sujo. Quando ele tocava meus cabelos me faziam sentir vontade de vomitar e suas mãos sempre deslizavam pelas minhas pernas e ele dizia que não era proposital e que não queria fazer todo mal que ele fazia a mim mas era apenas uma forma de minimizar minha dor.
- Por favor, de novo não. - meus olhos estavam cheios de lágrimas.
Doía tanto saber que ele faria isso mais uma vez e que mesmo com os meus gritos de socorro minha mãe iria ficar trancada naquele quarto permitindo que o meu padrasto abusasse de mim. Que mãe era ela? Ela merecia ser mãe ?
Não. Ela não é minha mãe. Nunca será.
Eu quero que ela e ele caiam um caldeirão fervendo e que eu possa cuspir dentro e mandá-los ir para o inferno. Eu sou má por isso?
- Calma garotinha, eu vou cuidar de você. - sorriu enquanto passava as mãos nos meus seios.
Deus sabe como eu queria arrancar todos os dentes daquela boca suja.
- Não toque em mim. - gritei e me debati mas ele era mais forte que eu.
- cala boca, sua vadia. - sinto sua mão gelada depositar um tapa no meu rosto.
Mas aquilo não doeu nenhum pouco, o que doeu foi que aconteceu nos minutos seguintes. Aquelas mãos sujas no meu corpo e nas minhas partes íntimas me fizeram ficar por horas no banho, eu me sentia suja e destruída. Era uma ferida tão grande no meu coração que podia me rasgar por dentro. Me corroeu por anos e ainda machuca tanto, eu nunca consegui ser tocada pelo meu próprio namorado sem sentir medo. Você me destruiu e eu terei a chance de te mandar para o inferno em breve, eu sou apenas uma crianças que nunca vai poder ter uma infância como as outras.