Capítulo 01 - Manuella

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Enfim meus tão sonhados dezoito anos, a minha tão desejada liberdade. Acho que seria uma boa sair hoje, aprontar um pouco, me arriscar quem sabe.

Quem sabe hoje eu perca minha virgindade, fique bêbada ou de alguns beijos.

-- Que tal irmos a um cassino? - Sugere minha prima.

-- Não. Pensei em no máximo irmos a uma boate e talvez fazer um strip-tease. E além do mais, eu não tenho nada mais que quinhentos reais. - Digo.

-- E também acho que meus pais não vão deixar. - Completo. 

-- E desde quando eles tem que deixar, agora você é uma mulher adulta, não deve explicações e nem permissões de ninguém. - Diz.

-- Não sei, vê com o pessoal. - Digo. 

-- Qual é, não era você que queria aprontar todas nos seus dezoitos anos? E se caso seus quinhentos reais não rendam eu te dou dinheiro. - Completa.

-- O pessoal disse que quer ir no cassino nova que vai inaugurar hoje. - Avisa e eu só concordo com a cabeça.

-- Tá bom, já que você mesma disse que vai me bancar, iremos ao cassino. - Digo fingindo estar fazendo um sacrifício.

-- Para de ser orgulhosa e vamos comemorar. - Fala arrancando-me gargalhadas.

-- Primeiro vamos ao shopping, depois ao salão e por ultimo no cassino que também é boate. - Faço a nossa programação.

...

Já compramos nossas roupas, a minha foi algo bem piriguetinha mas nada muito vulgar, um vestido de camurça mídi preto e um scapin louboutin preto, e o da Cecília um conjunto de terno e saia xadrez e uma blusa branca e de sapato um saint laurent.

E no salão fizemos tudo, desde depilação, spa, hidratação, massagem, maquiagem, cabelo, manicure etc.

Agora estamos em casa terminando de nos vestir, só estamos terminando de colocar as joias, coloco alguns anéis em meus dedos, exceto no dedo anelar para não ofuscar o brilho da minha aliança.

-- A gente vai de Uber né? Ou vamos de carona com o pessoal? - Pergunto e ela assente. 

-- Claro né Manuella, a gente vai encher nosso cú de cachaça, não vai ter como dirigir. - Diz.

-- O pessoal disse que nos encontrariam lá. Por sinal já estão lá. - Completa.

...

Chegamos no local, o segurança na entrada pediu meu minha identidade e eu toda sorridente lhe entrego, afinal de contas agora eu tenho dezoito baby.

Ele comentou que só pediu minha identidade por protocolo, porque eu tenho cara de ser mais velha, sempre tive, essa é a verdade.

Adentro o local e fico deslumbrada, é tão excitante e convidativo. Procuro com os olhos o resto do nosso grupo estão em um dos camarotes do lado esquerdo.

Mas antes encontro um olhar penetrante, que me seca de uma forma tão excitante e sexy. Ou então só tá estranhando uma gorda vestida com algo mais sensual.

Sou tirada do contato visual com o homem sendo puxada pela minha prima para o camarote onde nossos amigos se encontram, que por sinal é o camarote ao lado do homem ao qual me encarava a pouco, após muitos comprimentos e felicitações me sento.

Fico pensando no homem, ele tem jeito e cara de ser lá das Arábia, jeitinho de sheik árabe  

-- Obrigada a todos por terem vindo, mas agora vamos curtir. - Digo dando um sorriso malicioso.

-- Prima é impressão minha ou aquele cara tá te secando? - Ponta discretamente pro árabe.

-- Amiga do céu, lembra que eu fiquei meio que fora de orbita ainda agora, pois é, é que esse árabe me fez um raio x, ou ele me estranhou ou ele se apaixonou, hahaha. - Rio meio preocupada.

Tô meio preocupada agora, vai que esse cara é mal encarado e me faz alguma coisa, mas pensando bem eu sou gorda, capaz de nem conseguir me carregar. Desço as escadas do camarote e vou ao bar.

-- Uma dose do que você quiser me dar, vou começar a noite. -  Digo ao barmen.

Ele me entrega um short de tequila com sal e limão, ingiro o sal e o deixo na minha boca, viro o shot e chupo o limão. Balanço a cabeça, caralho a bebida tá forte.

Nesse meio tempo veio um segurança com cara de mal encarado pedir alguma bebida ao barmen e também o informar de algo. Lembrei que tenho que pagar, começo a abrir a minha bolça e o barmen fala:

-- É cortesia da casa, tá com sorte hoje, tudo que consumir será cortesia da casa... Pelo visto o chefe está de bom humor essa noite. - Diz a ultima parte quase sussurrando.

-- Obrigada por me informar. - Digo não contendo minha felicidade, aqui é tudo bem caro, de graça até injeção na testa.

Fui para pista de dança com certos olhares me queimando, até desconfio de quem sejam. Começa a tocar uma musica que eu gosto muito e sei coreografia, me liberto, aproveito que a musica tá acabando e me escoro num canto.

Não veio um cara perto de mim, nem uma encouchada eu levei, ou só tem gay na boate ou nenhum quer ficar comigo. Muitas pessoas ficam me olhando, devem tá estranhando uma pessoa gorda tá dançando. 

Mas outra parte não liga e vem dançar comigo ou junto a mim

...

Após muito tempo na pista tentando ao menos dá uns beijos, teve um que tava vindo me beijar só que os seguranças o levaram quando ia chegar mais perto, deve bem ter feito merda.

Antes de ir ao cassino subo no camarote pra convidar o pessoal, afinal de contas viemos aqui pelo cassino.

Nós todos vamos a parte destinada ao cassino, e nossa, como aqui é lindo. Tem um estilo medieval e vintage, nada muito sobrecarregado, com muita informação.

Vou ao balcão onde se troca o dinheiro por fichas, vou trocar só trezentos e cinquenta reais, porque vai que dá merda, pelo menos eu tenho um pouco de dinheiro, tá que atualmente cento e cinquenta reais não dá pra muita coisa mas paga o uber.

-- Que comecem os jogos. - Digo a mim mesma.

Aqui tem muitos jogos e mesas e acho que também uma roleta russa lá no fundo. Passo meus olhos pela mesa a procura de algo, o que eu não sei.

Novamente minha mania de perseguição ataca, olho para atrás e só vejo os seguranças, olho pra frente e vejo... O árabe, que olha muito para minha aliança, escondo minha mão pondo para trás, e ele me olha como se eu fosse uma tola.

You MineWhere stories live. Discover now