Ele colocou tudo em sua própria bolsa mágica, porque a que ele tinha com ele era muito maior que a desse cara, era como se ele tivesse 100 metros quadrados de espaço para guardar seus pertences.
Ele havia recebido esta bolsa mágica do diretor do orfanato e continha apenas algumas roupas, 20 moedas de ouro para se candidatar ao recrutamento para a Seita do Sol e um livro com um pentagrama que ele havia recebido dois dias atrás em seu aniversário.
O diretor do orfanato lhe dissera que seus pais o haviam feito prometer que lhe daria este livro quando chegasse aos dezoito anos e que então teria que tentar ser recrutado por uma seita.
Ele também lhe disse que seus pais pareciam preocupados com sua segurança e foi por isso que ele acabou neste orfanato, aquelas 20 moedas de ouro também faziam parte do que seus pais haviam deixado para ele.
Pela memória de Kevin, ele podia ver que estava em um mundo completamente diferente daquele em que vivia.
Aqui não havia armas ou qualquer tecnologia avançada que ele estava acostumado, tudo foi substituído por magia.
Este mundo era governado por três raças diferentes, humanos, metamorfos, ou aqueles que eram capazes de assumir a aparência de animais, e seus inimigos jurados eram demônios.
Os humanos e metamorfos podiam se tornar magos ou lutadores e os metamorfos eram um pouco mais fortes que os humanos, mas ainda havia humanos que eram muito talentosos e podiam superar os metamorfos.
Os demônios eram a raça mais forte, mas eram menos por causa de sua baixa taxa de reprodução, então os humanos e metamorfos ainda podiam reprimi-los, pelo menos foi tudo o que ele conseguiu descobrir da memória de Kevin.
Bem, agora ele tinha que escolher seu próximo passo neste novo mundo e rápido, ele não poderia ficar mais tempo neste beco e correr o risco de ser descoberto com um cadáver a seus pés.
Entrar nesta seita realmente parecia sua melhor opção no momento, o conhecimento de Kevin sobre este mundo era muito limitado e quando ele cresceu forte o suficiente para ser capaz de se proteger por conta própria, a seita parecia ser o lugar perfeito para treinar e estar seguro ao mesmo tempo.
Mesmo que ele não gostasse de depender dos outros, ele teria que abrir uma exceção porque este mundo era muito diferente do dele, e até que ele entendesse como funcionava, ele ficaria seguro nesta seita.
Uma vez tomada a sua decisão, e antes de sair deste beco, Kevin trocou a roupa suja de sangue que acabara de perder e vestiu uma roupa que pudesse ir a todo o lado para poder desaparecer mais facilmente no meio da multidão.
Ele também escolheu um suéter com capuz que descia na frente dos olhos e, assim, escondia metade do rosto.
Depois disso, Kevin saiu para a rua principal e depois de se misturar na multidão como a sombra que costumava ser, caminhou em direção à praça principal.
O recrutamento para a Seita do Sol atraiu muitas pessoas. Kevin depois de pensar seriamente, decidiu ir na fila para o recrutamento dos Magos.
Ele poderia ter ido à fila para se tornar um lutador, mas seria uma perda de tempo para ele.
Suas habilidades de combate provavelmente excederam as de seus instrutores, ele poderia treinar por conta própria.
Por outro lado, tornar-se um mago seria, sem dúvida, um valor adicional para ele. Além disso, havia esse livro que 'seus pais' lhe haviam deixado e que parecia estar ligado à magia.
Kevin já havia tentado abri-lo, mas falhou miseravelmente, a razão pela qual ele falhou foi porque este livro parecia estar selado.
Ele teria que dar uma olhada nele mais tarde, nenhuma fechadura havia resistido a ele, e ele estava ansioso para descobrir o conteúdo deste livro.
Ouvindo as conversas ao seu redor, ele entendeu que tinha que passar por um teste para entrar nesta seita, nem todos eram admitidos e nem todos podiam se tornar um mago.
De acordo com a memória de Kevin, um mago tinha que possuir uma força da alma e pelo menos uma afinidade com um dos cinco elementos, que eram vento, água, terra, fogo, e relâmpago.
Ele não sabia se preenchia esses pré-requisitos, mas na pior das hipóteses ele entraria como lutador, sendo ou não um mago não mudaria seus planos em nada.
Quando finalmente chegou sua vez, o jovem à sua frente lhe fez exatamente as mesmas perguntas que os outros: "Seu nome, sua idade e alguém na sua família já é um mago?"
Ele respondeu educadamente: "Meu nome é Kevin, tenho dezoito anos e sou órfão, então não tenho ideia se há um mago na minha família."
O jovem olhou para ele e pediu desculpas: "Desculpe, tenho que fazer essas perguntas, faz parte do protocolo de recrutamento".
Kevin novamente respondeu educadamente: "Não há problema, e desculpe não poder responder sua última pergunta."
O jovem balançou a cabeça e sorriu para ele, entregando-lhe sua ficha de inscrição: "Não, não, eu é que sinto muito, você só precisa ir até lá e encontrar uma barraca livre para fazer seu teste ... Boa sorte Kevin."
Kevin sorriu para ele e acenou com a cabeça antes de ir para o local que ele havia apontado para ele.
Uma das tendas tinha acabado de ser aberta e o jovem que saiu dela não parecia ter passado no teste, devido ao seu rosto abatido.
Kevin esperou um pouco na frente do véu da barraca, imaginando se deveria apenas entrar ou esperar que alguém o convidasse para entrar.
Felizmente, ele não teve que esperar muito quando uma voz profunda e masculina o convidou a entrar.
Ele entrou e viu um homem inconfundivelmente bonito que parecia realmente entediado. Deste homem exalava uma aura de poder que tinha que intimidar muitas pessoas.
Kevin o olhou diretamente nos olhos e caminhou até a mesa que estava na frente deste homem, então ele lhe entregou seu formulário de registro e esperou em silêncio.
Esse homem permaneceu impassível, mas Kevin estava acostumado com esse tipo de pessoa e viu um lampejo de curiosidade em seus magníficos olhos cinzentos.
O homem fez sinal para ele se sentar e olhou para sua ficha de inscrição, ele disse: "Kevin, você conhece os dois instrumentos na sua frente?"
Ele olhou para os dois instrumentos à sua frente e infelizmente Kevin não conhecia nenhum deles. Havia um que parecia um medidor e o outro parecia uma bola de cristal.
Ele disse honestamente: "Não, mas posso adivinhar para que servem."
