Você costumava confiar em mim.

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Y/n: Your name, ou seja, seu nome.

Avisos: A fanfic se passa depois da 4° temporada e não segue fielmente o roteiro. Contém alguns spoilers, então se não viu toda a 4° temporada e não quer receber spoiler, termine a série primeiro.

Tema lgbtqia+, possível gatilho com personagem da 4° temporada, dificuldade de se assumir.

Acho que é só isso, caso tenha algum outro, me avise.
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Não importa o quanto Will tenha se preparado para este momento, nunca era o bastante e nunca se sentiria à vontade. 

Mas é preciso, sua mãe tem que ser a primeira a saber!

Não é fácil se assumir gay nos anos 80, nunca foi, principalmente para a família. Will pode lidar com o preconceito de pessoas desconhecidas, mas nunca com o de sua família.

É claro, sua mãe e seu irmão sempre lhe deram muito apoio, mas é diferente, é que as malditas vozes na cabeça de Will sempre fazem questão de lembrá-lo de todo esse medo de rejeição.

— Okay, Will, querido… eu sei que tem algo de errado, e você sabe que pode me contar, não sabe? — Disse Joyce, com uma expressão preocupada e ao mesmo tempo acolhedora, em seu rosto.

— S-sei…

— E então? Aqueles valentões estão te perturbando de novo?

— O que? Nã- Sim! Mas não precisa se preocupar. — O garoto força um sorriso, mudando de idéia sobre se assumir para sua mãe.

— Não preciso me preocupar?! — A mulher pergunta retóricamente, indignada. Garotos que se acham superiores, mexem com o seu filho a muito tempo e ela não deve se preocupar? — Eu vou resolver isso agora mesmo! Isso tem que acabar! — Procura pelas chaves do carro, ignorando as súplicas de Will para esquecer isso. 

— Mãe, deixa isso pra lá, é séri-

— Onde estão minhas chaves? Eu tinha deixado na bolsa, não? — Pergunta para Jonathan, não dando ouvidos para Will.

— Você deixou em cima da mesa ontem a noite. — Disse Jonathan, que acabou de acordar e foi até a sala, onde Will e sua mãe estão.

— Mãe! — Will vê sua mãe indo até a cozinha, e vai atrás dela.

— Obrigado querido. — Agradece Jonathan, ao encontrar a chave.

— Mãe! — Dessa vez Will fica na porta da cozinha, impedindo a passagem de Joyce. — É sério, pare de me tratar como se eu tivesse 5 anos! Se você for lá, vai ser pior! Eu ainda consigo suportar alguns apelidos, você sabe, e se eu me sentir mal, o Mike está lá sempre! Quer dizer, Dustin e Lucas também. — Ele tenta se corrigir no final, com receio de que sua mente perceba o que ele sente por Mike.

Joyce suspira, e dá um sorriso fraco mostrando que ainda está preocupada, então o abraça. Apesar da mulher sentir vontade de arremessar aqueles trogloditas de um precipício, ela respeita a decisão de seu filho.

— Tudo bem, mas prometa que não vai me esconder nada? — Will assente com a cabeça, então Joyce segura suas bochechas beijando sua testa — Certo, mas agora eu preciso ir para o trabalho. Jonathan, você pode levar o Will para a escola? Senão vou me atrasar.

— Pode deixar, mãe.

Joyce se despede dos dois e sai de casa, indo para seu carro e dirigindo até seu trabalho.

Will suspira e ao se virar percebe que Jonathan o encarava, seu irmão o conhece bem, e é por isso que Will fez a egípcia e foi tomar seu café, com os ombros encolhidos.

— Lembra quando você era mais novo e prendeu um lego em seu nariz?

— Que? — Olha confuso para Jonathan, seu irmão tinha uma abordagem peculiar, e Will acredita que é o jeito dele de deixar Will mais calmo para falar. 

— Foi realmente difícil de tirar, até hoje não entendo como você conseguiu essa proeza. Você não se lembra?

— Tenho uma vaga lembrança, mas não entendo o que você quer dizer com isso.

— Naquela época você ainda confiava em mim para te ajudar. Eu sei que com certeza o motivo disso não acontecer mais é porque tenho estado tão ocupado estando drogado… mas eu quero que você saiba que eu ainda sou seu irmão, e você ainda pode contar comigo. E veja só, eu to sóbrio! — Jonathan faz um gesto estendendo os braços sorrindo fraco e depois suspirou, sentindo a culpa crescendo em seu peito — Eu estive tão ocupado fugindo dos meus problemas e esqueci de você. Desculpa por isso, Will. Eu vou me esforçar para melhorar isso. Você ainda confia em mim?

Will assentiu, sentindo as lágrimas escorrerem por suas bochechas. Então Jonathan se levanta de sua cadeira e vai até Will, que faz o mesmo, e os dois se abraçam. 

— Eu não vou te obrigar a falar nada para mim, mas eu sinto que tem algo que você quer contar para a mamãe. E Will, não se esqueça, nossa mãe é super compreensiva, ela vai te apoiar não importa o que for. 

Na verdade, Jonathan já tem uma noção do que Will tanto hesita dizer. Ele tem visto como Will olha para Mike, com um olhar triste e ao mesmo tempo apaixonado. Ele percebeu principalmente como Will fica quando Onze está por perto, perto de Mike. É a mistura de ciúmes com o medo de estragar mais a amizade dele com Mike, e culpa, visto que Onze é como sua irmã desde que Hopper morreu e Joyce está cuidando dela. 

Jonathan também sabe que não é culpa de Will. Mike sempre estivera lá, cuidando de Will para que o Devorador de Mentes ou qualquer monstro do Mundo Invertido não levasse Will novamente. 

Foi tudo muito rápido, Will é perseguido por alguma coisa estranha, levado para um mundo que é a cópia de Hawkins; mas escura, fria e vazia. Hopper e Joyce o salvam e o trazem de volta para casa. E então Will percebe o quão Mike fala sem parar sobre uma menina sem cabelo, que foi criada em um laboratório e que tem poderes. Mais de 1 ano depois ela aparece para salvar o mundo de novo, e então ele nota o olhar de Mike para Onze, e vice versa.

E mesmo sabendo disso, Jonathan quer que Will confie nele o suficiente para contar o que está sentindo. Mesmo que demore.

"I'm gay"  (Will Byers x Leitor masculino)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن