Esse celular

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2° Dia

JOE

Acordo depois de cair no tapete da sala, não acredito que cochilei no sofá. Com as costas doendo provavelmente pela péssima posição em que dormi e com uma dor de cabeça infernal tento levantar do chão, a gravidade resolveu pegar pesado hoje.

- Finalmente você acordo.- A garota diz se aproximando enquanto me olha de cima, comigo ainda deitado no chão.

Ela estava descalço com uma camiseta e um short meu, comendo Sucrilhos de uma caneca com uma colher, é ela já está se sentindo muito bem na minha casa.

Me levanto do chão e me sento de volta no sofá, Quase me jogando no mesmo

-Por que me deixou dormindo no sofá?- Pergunto passando a mão no pescoço dolorido.

-Você capotou depois que eu entrei no banho, eu não sou idiota, achou mesmo que eu iria te acordar e ter que dividir aquela cama?- Ela fala com a boca cheia.

-A cama é enorme e você não tem nem 1,55 de altura, pra que você quer tanto espaço?

-Eu tenho 1,60, Idiota.- Ela diz revirando os olhos e voltando pro quarto.- De qualquer forma...- Ela fala pegando uma caixa de baixo da cama e colocando sobe a mesma.- ...Olha o que eu encontrei.- Ela pega um celular antigo de dentro da caixa.

-Claro!- Falo indo até o quarto sorrindo.- Tinha esquecido totalmente.- pego o celular.

-Claro que esqueceu.- Ela fala pegando a caneca de Sucrilhos novamente e continua comendo.

-Ta descarregado...- Falo depois de tentar ligar o celular antigo.

-Jura? Eu nem tinha notado.- Ela responde irônica.

-Você consegue não ser grossa por cinco minutos?- Pergunto me sentando na cama com celular na mão.

-Ate consigo, Mas qual seria a graça?- Ela responde cutucando o fundo do caneca com a colher fazendo um barulho estridente.

-O modelo do carregador e de 2017, eu não tenho um.- Falo frustrado me referindo ao celular.

-Será? Você nem lembrava que tinha um celular antigo, deve ter alguma coisa por aqui.- Diz de forma meio confusa de entender já que estava cutucando algo no dente com a língua.

-Uau, agora você conhece a minha casa melhor do que eu?

-Tem como chamar isso de casa? Não tem nem parede entre os cômodos.- Ela fala indo até cozinha e deixando o copo na bancada.

Ela está mais agitada do que o normal, quase que perde o fôlego entre as falas

-Sempre tem crises de ansiedade?- pergunta encarando os olhos dela, que só foram direcionados a mim quando eu disse isso.

-Sempre tem crises de ansiedade?- pergunta encarando os olhos dela, que só foram direcionados a mim quando eu disse isso

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-O que?- Ela pergunta confusa.

- Ou é isso ou você é uma viciada em drogas, eu chutaria a segunda opção mas achei deselegante.

-Faz parte da arquitetura não ter a porra das cortinas nas janelas também? Porque se eu dormisse duas horas a mais eu acordaria com insolação de tanto pegar sol...- Ela começa a falar mudando de assunto.

-Eu me mudei não faz nem uma semana, não deu tempo.

-É por que aqui é tão verde? Sinceramente esperava mais de alguém que trabalha com papai, deve ter estudado na SITHS ...

-É a arquitetura, verde é dinheiro, saúde, vitalidade, e tá super em alta.- Falo me levantando da cama.- E pra sua informação eu estudei na Bryam Hills.

-Você é gay?- Ela pergunta cerrando os olhos.

-O que?!- Pergunto confuso.- Não porra, pelo amor de Deus.

-Merda. Teria sido um alívio descobrir que eu não transei com você ontem.- Ela diz decepcionada voltando o olhar para a caneca na mão.- aliás isso foi bem homofóbico.

-Que? Eu sou homofóbico por não ser gay?

-O "pelo amor de Deus" no final... precisava mesmo?- Ela diz cutucando o fundo da caneca com a colher, depois de um tempo sorri levemente ainda olhando para caneca.

-Você é sempre assim?

-acostume-se...-Ela fala se aproximando enquanto respira fundo.- Eu tenho um plano, ok?

-Plano?- Pergunto.

-Alguém precisa pensar por aqui.- Estamos em um prédio... hotel, sei lá. Pelo que eu vi só nesse andar tem uns 6 apartamentos, quer dizer, todo mundo tem um celular! tirando nos dois idiotas que estamos aqui trancados...

-Você não tá propondo de sairmos do apartamen...

-Se o governo ou exército ou a porra de Jesus Cristo tiver resgatando pessoas normais, eles estão entrando em contato pela Internet. Até ontem eu já tinha aceitado a morte. Mas hoje...

- É uma péssima ideia, garota.

- Eu não escuto nenhum barulho na porta desde ontem atarde, eles provavelmente não estão mas no corredor, é  o momento perfeito!- Ela explica de forma histérica gesculando com as mãos

APARTAMENT 34 (+16) Onde histórias criam vida. Descubra agora